REUTERS/Rolex dela Pena
Michel Temer:
Brasília – Poucas horas após assumir efetivamente a Presidência da República, Michel Temer (PMDB)
embarcou para China para participar de reuniões do G20. Após 4 dias na
Ásia, o peemedebista retorna ao Brasil e encontra um ambiente pouco
amistoso em relação ao seu governo.
Diferentemente do que declarou durante a viagem, Temer verá que as manifestações contra seu governo não foram tão inexpressivas. Apenas em São Paulo, mais de 100 mil pessoas protestaram, segundo organizadores.
Além disso, o presidente terá que dar sinais claros de seus compromissos
com o ajuste fiscal e as medidas econômicas para evitar novos
estremecimentos na base aliada. O suposto conchavo entre PMDB e o PT
para manter os direitos políticos de Dilma na votação do impeachment não
agradou o PSDB e o DEM, partidos importantes da base governista.
No final de semana, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que Temer
precisa acabar com as ambiguidades e abandonar os vícios adquiridos na
convivência com o PT. “Sem apoio do PSDB, não existirá governo Temer”,
disse o tucano.
Há a expectativa de que a votação do reajuste do Supremo Tribunal
Federal (STF) fique apenas para a próxima semana. Temer também precisará
articular para que o assunto não crie problemas para seu governo.
Enquanto o PMDB defende a aprovação do aumento, partidos da base não
escondem oposição à medida.
As más notícias não param por aí. Uma investigação da Polícia Federal revela indícios
de que o PMDB e quatro senadores da legenda receberam propina das
empresas que construíram a usina de Belo Monte, no Pará, por meio de
doações legais.
O volume de contribuições das empresas que construíram a hidrelétrica
para as campanhas do PMDB é expressivo e fomentou a desconfiança. De
acordo com relatório da PF, foram R$ 159,2 milhões nas eleições de 2010,
2012 e 2014.
Não bastasse isso, o peemedebista terá que driblar dificuldades como a
falta de quórum para emplacar medidas econômicas essenciais para o país.
A votação do teto de gastos públicos e a reforma da Previdência estão
na fila.
Para não dizer que sua chegada será marcada por uma tempestade de más
notícias, tudo indica que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) deixará o Palácio da Alvorada
nesta terça-feira (6). Se isso acontecer, Temer poderá deixar o Palácio
do Jaburu e se mudar para a residência oficial da Presidência da
República ainda nesta semana.
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