O fundo canadense pretende ser um consolidador no segmento de água e esgoto
A gestora canadense Brookfield anunciou nesta quinta-feira, 27, a compra de 70% da Odebrecht Ambiental,
por US$ 768 milhões (cerca de R$ 2,468 bilhões). A transação, que não
inclui os negócios de resíduos industriais da empresa, prevê
investimento de capital de giro de US$ 125 milhões mais R$ 350 milhões
(cerca de US$ 110 milhões) adicionais que deverão ser incluídos no valor
total da operação, desde que a empresa atinja metas de desempenho,
combinadas entre as partes, nos próximos três anos.
Com isso, o valor da aquisição poderá chegar a US$ 878
milhões (atingindo R$ 2,792 bilhões). O FI-FGTS vai continuar sócio com
os 30% restantes da empresa.
Esta é a primeira aquisição da Brookfield, em parceria com fundos
institucionais, no segmento água e esgoto. O Estado apurou que o fundo
canadense pretende ser um consolidador nesse segmento. A companhia
entende que há espaço para expandir nesse mercado, segundo fontes a par
do assunto.
As negociações entre a gestora e o grupo baiano ocorrem desde o
início do ano. A demora em concluir o negócio estava na dependência de
acertos contratuais que dessem maior segurança jurídica ao negócio, uma
vez que a companhia faz parte da Odebrecht – grupo envolvido na Operação
Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga corrupção em contratos da Petrobras. Em 2014, último dado disponível, essa divisão faturou quase R$ 2 bilhões.
Em junho, a Brookfield já havia adquirido 57% da companhia de
concessões rodoviárias da Odebrecht no Peru, a Rutas de Lima, que também
foi colocada à venda pelo grupo baiano.
Em nota, a Brookfield informou que a “aquisição da Odebrecht
Ambiental é uma excelente oportunidade por ter alta qualidade na
plataforma de serviços de água em um mercado emergente, incluindo um
setor de negócios líder na água e águas residuais municipais com escala e
forte potencial de crescimento”, disse Cyrus Madon, presidente da
divisão global de negócios da Brookfield.
Caixa
Na Odebrecht, a venda da unidade vai reforçar o caixa do grupo para
cumprir os pesados compromissos nos próximos meses. “A venda da
Ambiental faz parte do nosso programa de alienação de ativos que visa
manter níveis de liquidez satisfatórios para atravessar a prolongada
crise econômica do País”, disse o grupo, em comunicado ao mercado.
A empresa planeja vender até meados de 2017 ativos avaliados em R$ 12
bilhões. Entre eles estão a participação da empresa na hidrelétrica
Santo Antônio Energia, no Rio Madeira, em Rondônia; a Hidrelétrica
Chaglla e o Projeto Olmos, no Peru; e a fatia do grupo na Sociedade
Mineira de Catoca, em Angola. As informações são do jornal O Estado de
S. Paulo.
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