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Sem Parar: empresa deve ser vendida pela STP à companhia americana FleetCor
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo
São Paulo - As negociações entre a companhia americana FleetCor e a STP, dona da Sem Parar, empresa de serviços de pagamento eletrônico para pedágios e estacionamentos, avançaram. A venda do controle da companhia poderá ser anunciada nos próximos dias, apurou o Estado.
Todos os acionistas da STP teriam chegado a um acordo para vender 100%
do negócio à companhia americana, segundo três fontes próximas à
operação. O valor da transação, se toda a empresa for vendida, é de
cerca de R$ 4 bilhões.
A STP tem como acionistas a concessionária CCR (com participação de
34,24%); o fundador do negócio, Ivan Toledo (com 31,33%); o fundo
americano Capital Group (com 11,41%); a Raízen (joint venture entre
Shell e o Grupo Cosan, com 10%); a empresa de tecnologia GSMP (8,34%); e
a espanhola Arteris (4,68%).
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O Estado informou em janeiro que ainda não havia um consenso entre os
acionistas para a venda de suas participações. O BTG Pactual é o
assessor financeiro da STP.
"As conversas avançaram nas últimas semanas e a decisão é pela venda
total do negócio", disse um dos acionistas relevantes, que não quis se
identificar.
Maior acionista da empresa, a CCR manteve o mesmo posicionamento de dia
18 de janeiro, quando divulgou fato relevante ao mercado, informando que
recebeu e está analisando "uma oportunidade de alienação de sua
participação acionária na STP, apresentada em caráter não vinculativo." À
época, a CCR não informou qual seria a empresa interessada no ativo.
Uma outra fonte familiarizada com a negociação afirmou que as conversas
agora dependem de detalhes que envolvem acertos entre advogados que
fazem parte da operação.
Procuradas, STP, FleetCor e Capital Group não retornaram os pedidos de
entrevista. A Raízen, BTG e Arteris preferiram não comentar a operação. O
fundador da Sem Parar, Ivan Toledo, e a empresa GSMP não foram
encontrados pela reportagem para comentar.
Venda
Não é a primeira vez que a Sem Parar é colocada à venda. Em 2011, o
grupo, fundado em 2000, já tinha sido sondado por vários investidores,
incluindo fundos de private equity (que compram participações em
empresas), entre eles, o americano Advent, e a própria FleetCor, uma das
maiores empresas globais de cartões de pagamento de combustíveis, com
receita líquida de US$ 1,2 bilhão em 2014.
O que pesou contra a venda, à época, foi a mudança regulatória do setor,
que teve seu monopólio quebrado em 2013, com a entrada de concorrentes
no mercado, como a ConectCar, empresa controlada pelo grupo Ultra, dono
da Rede Ipiranga, e Itaú; a Auto Expresso DBTrans, que pertence ao
próprio FleetCor, e Move Mais.
A receita da Sem Parar vem de clientes que usam pedágios,
estacionamentos e postos de gasolina. Líder no segmento, a companhia é
considerada um negócio atraente. Em agosto de 2013, a Raízen adquiriu 10% da Sem Parar e, no ano seguinte, a Ecovias vendeu sua fatia na STP ao fundo Capital Group.
Também em 2014, a Sem Parar anunciou um acordo para integrar o serviço
de abastecimento da rede de combustíveis Shell com os aparelhos da Sem
Parar. Esse movimento foi uma resposta à expansão da ConectCar, que tem
os postos Ipiranga como ponto de venda.
Em 2014, a receita líquida da STP foi de R$ 744,5 milhões e o lucro
líquido de R$ 131 milhões. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos,
depreciação e amortização) ficou em R$ 325 milhões. A empresa opera em
12 Estados e tem 5 milhões de clientes. As informações são do jornal O
Estado de S.Paulo.
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