Janot disse que a nomeação de Lula deve ocorrer para não
haver danos à ordem institucional, mas ressaltou que o cargo foi
concedido com desvio de finalidade.
Para
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é direito da presidente
Dilma Rousseff nomear quem ela quiser para os ministérios, mas a
nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe
da Casa Civil, apesar de válida, buscou retirar a competência do juiz
Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
A argumentação consta no parecer enviado nesta segunda-feira (28/3)
ao Supremo Tribunal Federal. "Considerando a competência constitucional
da presidente da República para nomear ministros de Estado e a crise
política instaurada no país, a suspensão do ato político-administrativo
poderá causar graves danos à ordem institucional", argumentou Janot.
Porém,
o procurador-geral destaca que as provas existentes mostram que a
nomeação buscou retirar a competência de Moro sobre o caso envolvendo o
ex-presidente. Desse modo, Janot entende que, até a data da efetiva
nomeação, as investigações contra Lula na operação “lava jato” devem
ficar sob responsabilidade do juiz federal.
"A partir do acervo
probatório dos autos e de elementos que se tornaram notórios desde a
nomeação e posse do ex-presidente, é lícito concluir que a nomeação foi
praticada com a intenção, sem prejuízo de outras legítimas, de afetar a
competência do juízo de primeiro grau", acrescentou o procurador.
Na
semana passada, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a posse do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro-chefe da
Casa Civil. Na decisão, Mendes também disse que a nomeação de Lula para a
Casa Civil teve o objetivo de retirar a competência de Moro para
investigá-lo. Com informações da Agência Brasil.
Revista Consultor Jurídico, 28 de março de 2016, 21h31
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