Rodolfo Buhrer/REUTERS
O juiz Sérgio Moro: o documento aponta uma longa sucessão de
transferências para deputados, senadores, prefeitos, governadores e
agremiações políticas
Fausto Macedo, do Estadão Conteúdo
Julia Affonso, do Estadão Conteúdo
Mateus Coutinho e Ricardo Brandt, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quarta-feira, 23, sigilo sobre a superplanilha da Odebrecht que cita dezenas de políticos e partidos como supostos destinatários de valores da empreiteira.
O magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre eventual remessa da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A superplanilha foi apreendida em fevereiro na Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato, na residência do empresário Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.
O documento aponta uma longa sucessão de transferências para deputados,
senadores, prefeitos, governadores e agremiações políticas.
Inicialmente, a Acarajé estava sob sigilo. Depois que a operação foi
deflagrada, em fevereiro, o magistrado afastou o sigilo dos autos, como
tem feito desde o início da Lava Jato.
Nesta quarta-feira, ao constatar que a lista contém registros de
pagamentos a agentes políticos, Moro restabeleceu o sigilo nos autos.
"Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos.
Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da
Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas
doações eleitorais registradas nos últimos anos", argumentou o juiz.
"De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e
determino a intimação do Ministério Público Federal para se manifestar,
com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Triunal
Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro
privilegiado."
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