Leo Drumond/Arquivo
Ale: no início de 2014, o grupo francês estava interessado em adquirir a
companhia, mas o negócio não deu certo, e agora o grupo está à venda de
novo.
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O grupo Ale, quarta maior distribuidora de combustíveis do País, foi colocado, novamente, à venda, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
A companhia, que é resultado da união da mineira Ale Combustíveis com a
Satélite Distribuidora de Petróleo, do Rio Grande do Norte, é avaliada
em R$ 2 bilhões no mercado, segundo fontes. O banco Safra é o assessor
financeiro da distribuidora.
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A companhia também tem o fundo americano Darby como acionista
minoritário. O fundo tornou-se sócio do empresário potiguar Marcelo
Alecrim em 2004, dois anos antes de a Sat se associar ao grupo Ale.
Depois da fusão, Alecrim ficou com cerca de 32% do capital e, o Darby, com 18%. A Asamar, holding mineira, tem outros 50%.
A venda do grupo Ale esteve próxima de ser concluída entre o fim de 2013
e início de 2014, quando o grupo francês Total tentou adquirir a
distribuidora. O fundo Darby e a Asamar já tinham interesse em se
desfazer da companhia.
No entanto, a operação encontrou resistência de Alecrim, que não quis
vender sua parte da distribuidora. Apesar de ter havido conversas para
acomodá-lo na nova estrutura, a Total acabou desistindo do negócio.
O fundo Darby, que está há 12 anos no negócio, já tentou vender apenas
sua participação, sem sucesso. "Quando um fundo de private equity não
consegue sair de um negócio em que está há muito tempo, algo está muito
errado", disse uma fonte do mercado financeiro.
Nessa nova rodada de negociações, apurou a reportagem, a distribuidora
de combustíveis começou a ser oferecida novamente pelo banco Safra. Na
atual proposta, Marcelo Alecrim estaria mais disposto a deixar
totalmente a companhia.
O Safra já ofereceu o grupo Ale para os fundos Advent e Warburg Pincus,
segundo fontes. "Ninguém quer entrar em uma empresa que tem briga entre
os sócios. Acreditamos que um investidor estrangeiro deva levar o
negócio, que é considerado atraente", disse uma fonte.
"Há pelo menos cinco anos se fala da venda do Ale. Eles tentaram abrir
capital, mas enquanto não resolverem o problema dos sócios, é complicado
fechar negócio", disse um executivo de uma concorrente no setor.
A distribuidora já foi alvo do grupo Ultra, dono da Ipiranga, segunda
maior do setor, com 19,1%, segundo dados de 2014. A Raízen, parceria
entre Shell e Cosan, terceira maior, com 18,7%, também já olhou o ativo.
O grupo Ale tinha, em 2014, 3,7% do mercado nacional. Apesar de pequena,
a empresa ajudaria a vice-líder a ficar mais perto da primeira colocada
- a BR Distribuidora, da Petrobras. Também poderia fazer a Raízen
superar o Ultra e assumir o segundo lugar.
Plano de expansão
Com cerca de 2 mil postos em 22 Estados, o grupo Ale faturou R$ 11,4
bilhões em 2015. Por meio de sua assessoria, o grupo Ale não confirma
que está à venda e diz que segue com seu plano de expansão, com aporte
de R$ 118 milhões.
Procurado, Marcelo Alecrim disse não ter posto sua parte à venda, mas
não descartou o negócio. Safra, Darby, Advent, Raízen e Ultra não
comentam o assunto. O Warburg Pincus não retornou o pedido de
entrevista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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