Ueslei Marcelino / Reuters
Dilma Rousseff: mídia internacional já comenta a reviravolta brasileira
São Paulo - A anulação da sessão da Câmara dos Deputados, que
decidiu pela aceitação do processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff, balançou o cenário político brasileiro e impressionou os
principais jornais do mundo.
Para o americano The New York Times, "a decisão causa um tumulto ainda maior em meio à luta pelo poder no maior país latino-americano".
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Qualificando o atual presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), como
obscuro, o NYT diz que ele "atordoou o país com essa decisão, apenas
dois dias antes que o Senado votasse por afastar a presidente de seu
gabinete".
"Caos" é a palavra usada pelo The Guardian
para definir o Congresso Nacional, em um momento em que oposição e
situação devem brigar pela validade da decisão do presidente da Câmara.
O jornal britânico brinca novamente com a comparação entre a política
brasileira e o seriado "House of Cards". Para ele, o último
acontecimento foi uma virada que abalaria a credibilidade do enredo da
Netflix.
O espanhol El País conta que o governo já dava por certo o afastamento da presidente, antes dessa surpresa.
A publicação lembra ainda que, mesmo sendo aliado de Eduardo Cunha,
afastado da Presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal, Waldir
Maranhão votou contra o processo de impeachment.
A posição foi influenciada pelo governador de seu estado, Flávio Dino,
definido pelo jornal como "fiel escudeiro de Dilma Rousseff".
Para o Wall Street Journal, essa notícia chega "em um já tumultuado processo, no qual era esperado ver Dilma suspensa ainda nesta semana".
Segundo o jornal americano, o presidente afastado da Câmara, Eduardo
Cunha, foi quem orquestrou o processo de impeachment da presidente
Dilma.
O texto lembra ainda que Waldir Maranhão é investigado por propinas em esquema de corrupção, assim como Cunha.
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