Paulo Whitaker/Reuters
Petrobras: a inclusão das perdas por corrupção é necessária para que a auditoria aprove o balanço
São Paulo - A Petrobras
corre para divulgar o balanço auditado de 2014. Com pouco tempo hábil, a
nova diretoria decidiu calcular apenas o prejuízo com propinas a
ex-funcionários e políticos e corrupção. Nesse balanço, deixará de lado o
aumento dos gastos e sobrepreço causado pelo suposto cartel.
Para isso, montou uma força-tarefa para analisar os depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A estatal tem até o dia 31 de maio
para publicar o balanço do terceiro trimestre e o resultado de 2014
auditado. Se não cumprir o prazo, os credores podem pedir a antecipação
do pagamento de dívidas.
Segundo o jornal, o diretor financeiro Ivan Monteiro entrará em contato
com os principais credores, para garantir que o balanço será
apresentado a tempo.
A inclusão das perdas por corrupção é necessária para que a auditoria independente aprove o documento.
O relatório também irá inclui quanto os principais ativos da estatal
valem hoje, como a refinaria Abreu e Lima e o Comperj, ainda segundo a
Folha.
Não auditado, o balanço do terceiro trimestre foi publicado no final de
janeiro, após dois adiamentos. O documento, no entanto, não considera
os prejuízos causados pela corrupção investigada no âmbito da Operação Lava Jato.
Na ocasião, a empresa concluiu que não era possível contabilizar de
forma definitiva as baixas provocadas por propinas e sobrepreço nos
contratos.
A companhia revelou ter identificado
uma diferença líquida de R$ 61,4 bilhões entre o valor justo de ativos
analisados e o valor imobilizado dos mesmos projetos, todos com
contratos assinados entre 2004 e abril de 2012.
Em fevereiro, o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendini, disse que revisaria a metodologia usada.
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