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Herança: para compensar as perdas, entre outros, o governo também propôs
a criação de alíquotas de 15 a 25% no IR de pessoas físicas para
heranças e doações
Brasília - O governo apresentou nesta sexta-feira projeto de lei que
traz mudanças na tributação, entre elas o aumento da tabela do Imposto de Renda
(IR) em 5 por cento e que terá impacto no caixa de 5,2 bilhões de reais
ao ano a partir de 2017, a poucos dias de o Senado votar o impeachment
da presidente Dilma Rousseff.
Para compensar as perdas, entre outros, o governo também propôs a
criação de alíquotas de 15 a 25 por cento no IR de pessoas físicas para
grandes heranças e doações, com previsão de receitas de 1,5 bilhão de
reais em 2017.
O saldo das medidas, segundo o Ministério da Fazenda, ficaria positivo
em 150 milhões de reais em receitas. O projeto de lei será encaminhado
ao Congresso.
"Estamos propondo correção da tabela do IR de forma responsável",
afirmou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a jornalistas. "São
medidas de justiça tributária", completou.
No domingo passado, quando foi comemorado o Dia do Trabalho, Dilma
anunciou a correção da tabela do IR e também aumento no Bolsa Família. A
investida aconteceu pouco mais de uma semana antes da votação pelo
Senado do processo de impeachmet da presidente, marcada para o dia 11, e
que pode afastá-la por até seis meses.
Segundo Barbosa, a cobrança de IR incidirá sobre heranças acima de 5
milhões de reais e sobre doações acima de 1 milhão de reais. "Não
estamos propondo imposto sobre grandes fortunas", afirmou o ministro.
Outra medida compensatória, explicou Barbosa, é a criação de imposto
sobre receitas geradas com direitos de imagem e de voz que, em 2017,
prevê arrecadação de 836 milhões de reais.
O governo também está propondo a redução de benefícios fiscais à
indústria petroquímica e químicas por meio de redução gradual de
créditos tributários, além de mudanças na tributação do excedente do
lucro pelas empresas optantes pelo Lucro Presumido e pelo Simples
Nacional.
As contas públicas do país estão no vermelho, em meio ao cenário de recessão, receitas em queda e gastos em elevação.
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