quinta-feira, 31 de agosto de 2017

TST está preocupado com venda de créditos trabalhistas judiciais a advogados







As centrais de conciliação da Justiça do Trabalho estão preocupadas com os efeitos da compra de créditos trabalhistas por advogados nas negociações judiciais. No início deste mês, o Tribunal Superior do Trabalho enviou consulta ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para saber se a prática infringe algum mandamento ético da categoria, ou se há alguma obrigação de transparência sobre o negócio.
Venda de créditos trabalhistas a advogados inviabiliza acordos na Justiça do Trabalho, reclamam juízes.
ASCS - TST
Os contratos de cessão de créditos se tornaram preocupação depois que representantes das centrais de conciliação dos tribunais regionais do Trabalho foram ao TST reclamar. De acordo com os representantes dos TRTs, a venda dos créditos praticamente inviabiliza a negociação, porque o detentor do direito deixa de ter interesse na causa, e o comprador do crédito só tem interesse no valor que tiver a receber.

A consulta à OAB foi feita pelo ministro Emmanoel Pereira, vice-presidente da corte e coordenador da Comissão Nacional de Promoção à Conciliação do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Na consulta, ele pergunta ao presidente da Ordem, Claudio Lamachia, se o advogado precisa avisar o juiz sobre o contrato de compra e venda de créditos trabalhistas, já que “esse fato vem comprometendo sobremaneira a efetividade das audiências de conciliação”.

É que a compra dos créditos tem se tornado um negócio, e dos bastante lucrativos. Os juros incidentes sobre os créditos trabalhistas são de 12% ao ano e, conforme a Orientação Jurisprudencial 400 da Subseção de Dissídios Individuais do TST, esse dinheiro não compõe a base de cálculo do Imposto de Renda. Ou seja, é um investimento que rende mais do que qualquer aplicação de renda fixa, que usam os juros da Selic, de 9,5% ao ano, fora o desconto de Imposto de Renda e IOF, o que deixa a taxa de juros perto de 7%.

A reclamação dos juízes trabalhistas é que, para quem compra o crédito, não vale a pena negociar nem resolver a questão rápido. Como os juros são altos, quanto mais demorar, melhor.


Modelo de negócio


“Em alguns casos, por trás da aludida prática, o que existem são verdadeiros modelos de negócio, estruturados com base em sistemática semelhante à existente no sistema financeiro”, escreveu Pereira, em ofício expressando suas preocupações ao corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Renato Lacerda Paiva.

Na mensagem, Pereira diz ver três principais problemas: a possibilidade de a compra ser feita sem que o autor do pedido tenha “total clareza e compreensão do valor justo” do crédito; o fato de juízes darem prioridades a esses casos por achar que eles tratam de verba de caráter alimentar; e o trabalho desenvolvido para intimações pessoais quando o titular do crédito é o “patrono”, e não o titular do direito.

O advogado Gáudio Ribeiro de Paula confirma todas as preocupações do ministro Emmanoel. Ele costuma representar empresas na Justiça do Trabalho e, a partir da baixa taxa de acordo nas audiências de conciliação, consegue perceber o “mercado” da cessão de créditos aumentando.

“O que a gente percebe é que o reclamante comparece à audiência só para cumprir tabela, porque ele fica lá totalmente alheio, apenas respondendo que não tem interesse no acordo”, conta o advogado.

Para ele, negociar créditos trabalhistas é ilegal, porque a lei os define como verba alimentar.

Gáudio também confirma o receio de trabalhadores serem enganados por seus advogados. Ele lembra de um caso no qual o juiz arbitrou a indenização em R$ 50 mil e o crédito foi vendido por R$ 30 mil ao advogado. Anos depois, o TST manteve a condenação à empresa, mas a indenização ficou em R$ 500 mil, depois de juros, correções e de todas as discussões de direito. “São contas que o juiz de primeiro grau não pode fazer na hora e quem não é da área não tem noção de como um processo pode se desenvolver”, lamenta.


Questões éticas


Ainda não há muitos precedentes sobre a matéria. O Superior Tribunal de Justiça já definiu, nos casos de créditos de precatórios, que eles deixam de ter caráter alimentar e entram na fila dos demais créditos. Com isso, perdem a preferência em diversas aplicações, como na falência e na recuperação judicial de empresas.

Do ponto de vista ético, quem tem de decidir são os tribunais de ética e disciplina da OAB (TED).
Em São Paulo, onde está a maioria dos advogados do Brasil e onde há os dois maiores TRTs, o TED já decidiu que a cessão de créditos trabalhistas só pode ser feita a pessoas ou empresas de fora da relação processual da causa e em processos em fase de execução com valores definidos.

O atual presidente do TED1 (deontológico) de São Paulo, Pedro Paulo Wendel Gasparini, é autor de precedente importante sobre o tema, mas sobre a cessão de precatórios estaduais. Nele, a turma deontológica do TED-SP definiu que a compra de créditos por advogados ofende o artigo 5º do Código de Ética da Advocacia, segundo o qual “o exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização”.

“Aplico o mesmo entendimento à compra de créditos trabalhistas por advogados”, afirma o advogado à ConJur. Segundo ele, advogado que compra créditos deixa de ser advogado e passa a ser comerciante de ativos. “A possibilidade de pegar um cliente fragilizado economicamente e se aproveitar desse momento me faz pensar que a prática não é nem moral nem ética. É no mínimo um conflito de interesses.”

 http://www.conjur.com.br/2017-ago-30/tst-preocupado-venda-creditos-trabalhistas-advogados

Cientistas pesquisam geração de energia a partir do açúcar

Cientistas  pesquisam geração de energia a partir do açúcar



Pesquisadores do Instituto de Química da USP em São Carlos responderam a uma pergunta que a comunidade científica esperava há mais de meio século.

Foram cinco anos de estudo até o resultado inédito. Primeiro, os cientistas colocam fermento biológico, que a gente usa para fazer pão, no açúcar refinado. Com a fermentação, o açúcar vira álcool. Aí os pesquisadores acrescentam um fiozinho preto, um eletrodo com uma proteína chamada ADH ou álcool desidrogenase. É uma enzima encontrada no corpo humano e em alimentos como o tomate.

"A proteína é capaz de extrair os elétrons, que são partículas carregadas, do etanol, gerando então eletricidade. E esse processo é bem rápido. Em cerca de dez minutos já temos corrente elétrica", afirmou a doutoranda de química Graziela Sedenho.

O equipamento mede a eletricidade.

A experiência brasileira desvenda um mistério. Há mais de 50 anos, pesquisadores do mundo inteiro tentavam descobrir de que forma a proteína agia quando entrava em contato com o álcool. Pela primeira vez, os cientistas da USP de São Carlos conseguiram comprovar como é essa reação química, que transforma o açúcar em energia elétrica.

A pesquisa é capa de uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo na área química. E a ação da enzima para produzir energia não é a única descoberta.

"A outra novidade foi que no mesmo sistema nós conseguimos realizar duas reações ao mesmo tempo, ou seja, tanto o fungo quanto a proteína atuavam ao mesmo tempo para gerar o etanol e gerar a eletricidade, o que nunca tinha sido comprovado anteriormente", disse o professor Frank Crespilho.

A experiência pode trazer vantagens para o meio ambiente.

"Utilização de micro-organismos para decomposição da matéria orgânica em lagos e rios, descontaminando o meio ambiente e, mesmo assim, gerando eletricidade e também gerando bioenergia, ou seja, extraindo eletricidade de qualquer fonte de açúcar presente em frutas, legumes e outros tipos de plantas", explicou o professor (G1)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/cientistas-pesquisam-geracao-de-energia-a-partir-do-acucar.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/

O futuro da internet das coisas no Brasil

Estudo técnico financiado pelo BNDES deve ser concluído em setembro

 

por Agência Brasil

 

redacao@amanha.com.br



Cidades inteligentes, saúde e rural devem ser as áreas prioritárias para iniciativas e políticas públicas que visem ao desenvolvimento da internet das coisas no Brasil, conforme definição apontada na segunda etapa do estudo técnico Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil, divulgada hoje (6), no Rio de Janeiro, realizado sob a coordenação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

As conclusões finais do estudo vão subsidiar o Plano Nacional de Internet das Coisas, que deve ser anunciado pelo governo até o fim deste ano. Terão prioridade também os segmentos de petróleo e gás e mineração, dentro das indústrias de base; e têxtil e automotivo, na indústria manufatureira. Segundo o BNDES, a seleção atendeu aos fatores de relevância dos segmentos para a economia nacional e pelos projetos inovadores em curso.

Em paralelo, foram definidas frentes de trabalho que estão presentes em todos os segmentos. Entre elas estão capital humano; investimento, financiamento e fomento; ambiente de negócios; governança e internacionalização; infraestrutura de conectividade; aspectos regulatórios; privacidade de dados; e segurança de dados.

O estudo tem financiamento do BNDES e é realizado por um consórcio liderado pela consultoria McKinsey, com a participação da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (Fundação CPqD) e do escritório de advocacia Pereira Neto Macedo.
A terceira e última fase do estudo técnico está prevista para ser concluída em setembro. Ela deverá definir os planos de ação de cada frente de trabalho sugerida para o Plano Nacional de Internet das Coisas, informou o BNDES por meio de sua assessoria de imprensa.
 http://www.amanha.com.br/posts/view/4237

Escândalo do Wells Fargo cresce e afeta cerca de 3,5 milhões de contas

Escândalo do Wells Fargo cresce e afeta cerca de 3,5 milhões de contas

O Wells Fargo informou nesta quinta-feira que cerca de 3,5 milhões de contas eram “potencialmente não autorizadas”, em seu escândalo de práticas de venda. A revisão mostrou que o número afetado é superior ao anteriormente anunciado.

O banco, que continua a lidar com problemas em diferentes braços da companhia, disse que o número cresceu de 2,1 milhões de contas inicialmente anunciado, quando o escândalo emergiu há cerca de um ano. O banco destinará mais US$ 3,7 milhões para ressarcir clientes, baseado na análise expandida.

“Nós nos desculpamos com todos que prejudicamos pelas inaceitáveis práticas de venda que ocorreram em nosso banco de varejo”, afirmou o executivo-chefe do Wells Fargo, Timothy Sloan, em comunicado. “O anúncio de hoje é um lembrete do desapontamento que causamos em nossos clientes e acionistas”, acrescentou ele em telefonema à imprensa na manhã desta quinta-feira.

Em setembro de 2016, o Wells Fargo pagou US$ 185 milhões em multa por abrir contas com informações fictícias ou não autorizadas dos clientes. Pouco depois, o então executivo-chefe da empresa deixou o posto e ele agora continua a enfrentar investigações. O banco tem dito que coopera com as apurações. Fonte: Dow Jones Newswires.


 http://www.istoedinheiro.com.br/escandalo-do-wells-fargo-cresce-e-afeta-cerca-de-35-milhoes-de-contas/

Equatorial Energia adquire 51% do capital da Intesa por R$ 273 milhões

Resultado de imagem para logo Equatorial Energia

A Equatorial Energia anuncia a compra de ações representativas de 51% do capital da Integração Transmissora de Energia S.A. (Intesa), por cerca de R$ 273 milhões. O valor está sujeito a ajustes, como eventuais distribuições de resultados pela Intesa e ajustes em Receitas Anuais Permitidas (RAP) referentes a projeto de implantação de reforços em instalações de transmissão.

A conclusão depende de aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Intesa, que atua em transmissão de energia (LT 500 kV Colinas/Serra da Mesa 2), apurou receita líquida de R$ 101 milhões no ano passado e encerrou o exercício com endividamento líquido de R$ 81 milhões.

O comunicado não revela quem são os vendedores. A composição acionária atual é Fundo de Investimentos em Participação Brasil Energia – FIP, com 51%, Chesf com 12% e Eletronorte, com 37%.

 http://www.istoedinheiro.com.br/equatorial-energia-adquire-51-do-capital-da-intesa-por-r-273-milhoes/

Temer anuncia que Portugal comprou 6 aviões da Embraer

Resultado de imagem para logo da embraer




O presidente Michel Temer anunciou, na madrugada desta quinta-feira, 31, que o governo de Portugal confirmou a compra de seis aviões da Embraer. Em vídeo publicado no Twitter, enquanto viaja à China, Temer disse ter recebido a confirmação do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. 

O encontro entre os dois presidentes aconteceu na quarta, 30, durante escala da comitiva brasileira antes da chegada à Ásia para encontro do Brics (grupo formado também por Rússia, Índia, China e África do Sul).

Segundo o relato no vídeo, as aeronaves compradas são do modelo cargueiro da Embraer, o KC-390. “Mesmo durante a viagem, já tivemos um resultado muito positivo”, disse o presidente.

A série de publicações no Twitter pessoal de Temer também citou uma escala no Cazaquistão, onde teve encontro com um empresário que pretende investir “bilhões de dólares” na Bahia. Em Pequim, já na manhã desta quinta, a agenda de encontros incluiu presidentes de quatro grupos chineses.

“Esses grupos, extraordinários, investem no Brasil e querem investir cada vez mais”, disse Temer, no vídeo, cercado por alguns parlamentares da base aliada. O presidente aproveita a agenda com os demais líderes de países em desenvolvimento para prospectar interessados no pacote de concessões recém anunciado.


Janot


Em entrevista a jornalistas no hotel onde está hospedado em Pequim, Temer comentou que tentará levar o pedido de suspeição contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta, o ministro Edson Fachin negou o pedido da defesa do peemedebista e deu aval para o procurador continuar conduzindo as investigações que envolvem o presidente. “Meu advogado está vendo. Ele me disse que talvez tenha agravo para o plenário do STF”, disse Temer.

 http://www.istoedinheiro.com.br/temer-anuncia-que-portugal-comprou-6-avioes-da-embraer/

OMC confirma maior condenação do Brasil por incentivo à indústria


Decisão atende a queixas feitas pela União Europeia e Japão. Governo já prepara recurso

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
OMC confirma maior condenação do Brasil por incentivo à indústria


A Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu nesta terça-feira (30) que o Brasil retire subsídios industriais em até 90 dias, após queixas da União Europeia e Japão contra uma série de incentivos do governo a setores da indústria. A decisão confirma uma condenação de novembro passado contra programas que beneficiaram vários segmentos. Trata-se da maior condenação contra subsídios à indústria que o Brasil já sofreu. De acordo com o site do G1, o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento já preparam recurso junto ao órgão de apelação da OMC, o que fará com que o processo se arraste no decorrer de 2018.

A OMC considerou inconsistentes com as regras internacionais sete medidas adotadas em maior parte durante o governo de Dilma e mantidas por Temer. Elas incluem a isenção e redução de impostos para companhias que produzirem seus produtos no país, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A decisão da OMC de condenar o Brasil foi tomada no fim do ano passado, quando o órgão atendeu a uma ação movida pela União Europeia e Japão contra, principalmente, a política de incentivos para a indústria automobilística, o Inovar-Auto, programa criado no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. A decisão atinge também outros instrumentos de política industrial, como a Lei de Informática, o Programa de Inclusão Digital e o Reintegra, o programa de subsídio aos exportadores.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que está avaliando novas propostas para o setor industrial e que vai apresenta-las após a decisão final da OMC. "No momento, a CNI discute com os setores afetados e o governo propostas de novas medidas de política industrial que sejam eficazes para o desenvolvimento da indústria, respeitem as regras da OMC e ofereçam segurança jurídica aos investidores", afirma a entidade. 

http://www.amanha.com.br/posts/view/4441

Itaipu fará acordo com a controladora da usina chinesa de Três Gargantas


Contrato prevê fortalecimento de parques tecnológicos e cooperação em projetos que envolvam o desenvolvimento regional

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Itaipu fará acordo com a controladora da usina chinesa de Três Gargantas


O diretor-geral brasileiro de Itaipu (foto), Luiz Fernando Leone Vianna, assinará na sexta-feira (1) na capital chinesa Beijing um acordo de cooperação com a China Three Gorges Corporation. A solenidade deverá contar com a participação do presidente do Brasil, Michel Temer, e do presidente da República Popular da China, Xi Ping. Vianna integra a comitiva oficial do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que participa da 9ª Cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

A China Three Gorges Corporation é uma holding que controla várias usinas chinesas. Entre elas, está a de Três Gargantas, a maior do mundo em capacidade instalada. Em geração de energia limpa e renovável, Itaipu é a maior do planeta, com a produção recorde de 103,1 milhões de megawatts-hora (MWh) em 2016, marca que dificilmente será ultrapassada por qualquer outra geradora de eletricidade. O acordo entre Itaipu e a China Three Gorges Corporation prevê a realização de seminários técnicos para troca de conhecimentos em temas operacionais, seminários setoriais, estágios para jovens engenheiros, projetos de pesquisa que fortaleçam os parques tecnológicos e cooperação em projetos de responsabilidade social e desenvolvimento regional.

O documento de cooperação reforça o bom relacionamento que Itaipu já mantém com a holding chinesa. Ao longo da construção e implantação das unidades geradoras de Itaipu – e até mesmo nos estudos preliminares –, vários grupos de engenheiros chineses vieram ao Brasil para conhecer a binacional e aprender com o processo que resultou neste empreendimento entre dois países. No sábado, o diretor-geral brasileiro participará do seminário sobre Oportunidades de Investimento nos Setores de Infraestrutura, Transportes, Energia e Agronegócio promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O encontro reunirá líderes empresariais chineses que investem ou têm interesse em investir no Brasil.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/4442

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Investidores estrangeiros miram serviços públicos e varejo no país

Investidores estrangeiros miram serviços públicos e varejo no país
Painéis da CPFL, comprados pela chinesa State Grid

O investimento estrangeiro direto para o Brasil mira cada vez mais o setor de serviços, especialmente empresas de eletricidade, transporte, varejo e saneamento.
 
De janeiro a julho, os recursos externos investidos no setor produtivo da economia brasileira, conhecidos como investimentos em participação no capital, cresceram 36% em relação a igual período do ano passado.

Foram US$ 31,6 bilhões recebidos no período, segundo dados do Banco Central.

Os serviços captaram 66% desse total, bem acima do atraído pela indústria (28%) e pelo agronegócio (6%).

Há apenas dois anos, quando os ingressos estrangeiros no setor produtivo estavam no mesmo nível, a indústria ficou com a maior parte desses recursos (60%), e os serviços captaram apenas 30%.

A busca por investimentos em países como o Brasil responde a um cenário de abundância de recursos e retornos muito baixos, além de multinacionais que lucraram muito nos últimos anos e estão com excesso de dinheiro em caixa, diz André Castellini, sócio da Bain & Company.

A mudança da indústria para os serviços, diz Castellini, se justifica porque há uma percepção de que a economia está tocando o fundo do poço e que, portanto, a recuperação da demanda está próxima.

Além disso, há um movimento contínuo de estrangeiros que acreditam no potencial da economia brasileira e se animam com os preços bastante convidativos dos ativos após três anos de crise.

Viktor Andrade, sócio de transações corporativas da EY, diz ainda que um volume grande de ativos foi colocado à venda recentemente em razão de dificuldades financeiras e da operação Lava Jato.

"São grandes empresas em dificuldades que acabaram fechando negócio no primeiro semestre", ele afirma. "Ativos que, de outra forma, não iriam a mercado".

Entre os exemplos, destaca-se a compra da Odebrecht Ambiental, braço de saneamento do grupo, pela canadense Brookfield, em abril deste ano. Em janeiro, a chinesa State Grid comprou a empresa de energia CPFL.

Andrade prevê que o movimento fusões e aquisições deve seguir com força nos próximos trimestres. A EY está envolvida em quatro operações de venda de ativos locais para investidores externos, incluindo uma empresa de serviços de tecnologia da informação, mídia e entretenimento e uma indústria.

 
MERCADO CONSUMIDOR

 
Andrade diz ainda que a J&F, empresa dos irmãos Batista que está se desfazendo de ativos para fazer caixa, não finalizou o processo de vendas, assim como a Petrobras, com um extenso programa de desinvestimento, também deve atrair dinheiro do externo.

Entre outros casos, o executivo da EY ressalta que algumas empreiteiras também tentam avançar no processo de venda de ativos, assim como múltis brasileiras ainda buscam levantar recursos para enfrentar a baixa demanda da economia vendendo empresas que não fazem parte do seu negócio principal.

Para além do cenário externo de alta liquidez e do cenário interno mais problemático, os especialistas dizem que o Brasil, seja ele a quinta, sétima ou nona economia mundial, continua a ter um mercado consumidor amplo e bastante promissor.

"Varejistas, empresas de bebidas, de alimentos e do setor automotivo têm que estar no país", afirma Castellini, da Bain& Company. Para ele, se comparado com países emergentes como China ou Índia, o Brasil é certamente o mercado menos desafiador para um investidor que busca, acima de tudo, o lucro.

 
CHINESES

 
Chineses, americanos, alemães e canadenses se destacam entre os investidores que aproveitam o cenário único de dinheiro externo em abundância e empresas locais dispostas a vender bons ativos para aportar no Brasil.

Estimativa feita por Andrade aponta que um terço de todo o capital estrangeiro que tem entrado no país para investimentos no setor produtivo é chinês.

"É um volume muito grande, sem dúvida, mas menos do que é alardeado", diz Andrade.

Segundo ele, os chineses levam, em média, dois anos para fechar uma transação, um prazo bastante superior a de outros investidores, diz.

Por país, o ranking do Banco Central mostra que os EUA responderam por 27% das transações ocorridas até julho, seguido por um grupo curioso que reúne Países Baixos, Ilhas Virgens Britânicas e Luxemburgo.

Andrade diz que esses países se encontram no topo da lista porque oferecem, legalmente, benefícios fiscais para que empresas transitem por eles. São lugares de passagem, mas acabam entrando no levantamento do BC como a origem dos recursos.

A internacionalização de empresas brasileiras, diz Luis Afonso Lima, da Mapfre Investimentos, é positiva porque recoloca no cenário econômico alguns negócios de grupos nacionais que ameaçavam ser descontinuados.

São empresas que têm que lidar com a Lava Jato, queda da demanda interna e a alta de custos, diz ele. "A venda para grupos estrangeiros também traz outros benefícios, como transferência de habilidades gerenciais, tecnologia e inovação."
 
Para Lima, a expectativa é que a tendência se fortaleça, em especial em razão do amplo programa de concessões do governo, que colocou à venda ativos como o sistema Eletrobras.
 
Andrade, da EY, diz que o país tinha tudo para afastar o estrangeiro —recessão severa, impeachment e situação política volátil— e isso não aconteceu. "Esse investidor acha que faz sentido colocar dinheiro no Brasil porque, em algum momento, o retorno virá" (Folha de S.Paulo)

“Marfrig, usinas de cana e biodiesel compraram benefícios”




Batizada de "retorno", a propina era regra para empresas que quisessem garantir benefícios fiscais ou firmar contratos com o Estado de Mato Grosso, segundo delação do ex-governador Silval Barbosa (2011-14), do PMDB.

Em sua colaboração premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal em agosto, o ex-governador relatou como companhias dos mais diferentes ramos –do frigorífico Marfrig a empresas do setor sucroalcooleiro e de móveis– integraram o esquema.
 
Os pagamentos podiam superar R$ 1 milhão por ano para cada empresa. O Marfrig, por exemplo, pagou aproximadamente R$ 5 milhões durante sua gestão em troca da concessão de incentivos fiscais, segundo a delação.
 
O ex-governador disse que o acerto foi feito em 2010 com o próprio dono da empresa, Marcos Molina. Na campanha daquele ano, Barbosa, então candidato, disse que, se fosse eleito, retribuiria o Marfrig auxiliando-o com questões tributárias no Estado. Molina teria desembolsado R$ 1 milhão para a campanha por meio de caixa dois.
 
"Ficou combinado que a Marfrig continuaria a pagar propina acima de R$ 1,2 milhão. Esse valor foi combinado em nova reunião", disse. Barbosa afirmou que a maior parte da propina foi repassada via empresa Trimex Construções e Terraplanagem.

 
SETOR SUCROALCOOLEIRO
 

Em relação ao setor sucroalcooleiro, disse que deu prosseguimento ao "retorno" que já existia no governo anterior, de Blairo Maggi (PP), com o Sindalcool (sindicato das indústrias sucroalcooleiras do Estado).
 
"O presidente do sindicato arrecadava o 'retorno' dos empresários do ramo e entregava para [o então secretário da Fazenda] Eder de Moraes, tendo em contrapartida benefícios tributários", disse.
 
Barbosa relatou que, para sua campanha ao governo, em 2010, recebeu R$ 2,1 milhões em doações oficiais com a promessa de oferecer tributos favoráveis às empresas ligadas ao Sindalcool. De acordo com o delator, só em 2013 o "retorno" foi de R$ 2 milhões. O ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, segundo ele, recebeu de 10% a 15% do montante.
 
O sistema foi o mesmo com a área de biodiesel. As empresas desembolsaram entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões em propina, conforme o delator. O acerto foi feito, mais uma vez, entre Nadaf, que na época estava à frente da Secretaria de Indústria, e José Wagner dos Santos, empresário do ramo e irmão do senador Cidinho Santos (PR-MT).
 
Ele relata ainda pagamento de propina por empresas do setor de móveis e de software. A Odebrecht teria pago R$ 1 milhão em caixa dois durante a campanha de 2010, apesar de não ter uma contrapartida especificada.

 
OUTRO LADO
 

O frigorífico Marfrig informou que "contribuiu de forma espontânea com as investigações relativas ao pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos do Estado que compõem a organização criminosa". "Após investigação que contou com ampla cooperação do grupo Marfrig, esta Promotoria concluiu que o grupo foi compelido a se submeter às exigências, não sendo imputado aos seus dirigentes a prática de qualquer ato de natureza criminal", diz a empresa.
 
A Odebrecht informou por meio de nota que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua.

Os demais citados não foram encontrados (Folha de S.Paulo)

Brasil deverá recorrer de decisão da OMC sobre políticas de subsídio






Brasília - O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, fala sobre a participação do Brasil na Cúpula de Líderes
  O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos
  e Financeiros do Itamaraty, Carlos Cozendey
     Antonio  Cruz/Arquivo/Agência  Brasil
O governo brasileiro deverá recorrer da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) na qual foi condenado por políticas de subsídio adotadas em programas nos setores de automóveis, telecomunicações e informática. O relatório já era do conhecimento do governo brasileiro, mas só foi oficialmente divulgado hoje (30) pela OMC, após concluída sua tradução.

“Nossa tendência é apelar, mas não vou entrar em detalhe no conteúdo por razões óbvias de estratégia”, disse o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Bicalho Cozendey, em entrevista coletiva na qual comentou o relatório da OMC.

A União Europeia e o Japão abriram processos contra o Inovar-Auto, de incentivo à inovação tecnológica na cadeia produtiva de veículos automotores, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (Padis) e a Lei de Informática. Houve processos também contra os programas de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Equipamentos para TV Digital e o de inclusão digital. Estes, no entanto, já terminaram.

O Brasil tem agora prazo de 60 dias, contados a partir do dia 19 de setembro, para decidir se recorre da decisão. Caso isso ocorra, o caso será novamente examinado. Com isso, a expectativa é que se levem pelo menos mais seis meses para que o caso seja encerrado.

Presidente de Portugal apoia o pleito do Brasil de fazer parte da OCDE, diz Temer

Presidente de Portugal apoia o pleito do Brasil de fazer parte da OCDE, diz Temer


Durante a parada que fez em Lisboa – como escala de sua visita para a China – o presidente Michel Temer teve um encontro com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, na manhã desta quarta-feira, 30. Depois da reunião, Temer usou as redes sociais para afirmar que informou ao colega português o caráter reformista de seu governo e que Sousa manifestou apoio a demanda brasileira de ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“O presidente de Portugal apoiou a solicitação brasileira para fazer parte da OCDE e disse que acompanha os projetos de concessão do governo”, escreveu Temer no Twitter, referindo-se ao pacote de concessões anunciados nesta semana e que o presidente leva na bagagem para tentar “vender aos chineses”.

O pedido de adesão para ingressar na OCDE foi feito pelo governo brasileiro no fim de maio, mas até que o País seja aceito pode haver um intervalo de anos.

Segundo as mensagens, publicadas pela assessoria de imprensa do presidente, Temer também apresentou a Sousa “os bons resultados da economia brasileira”. “Estamos fazendo um governo reformista”, disse o presidente.

Temer chegou em Portugal na terça à noite, teve os encontros na manhã seguinte em Lisboa e segue em viagem para a Pequim nesta quarta. Há pelo menos mais uma parada técnica prevista da comitiva presidencial no caminho, em Astana, no Cazaquistão.
  
 
 
 http://www.istoedinheiro.com.br/presidente-de-portugal-apoia-o-pleito-do-brasil-de-fazer-parte-da-ocde-diz-temer/

Negócio de 450 Mi de Dólares Grupo Sul-coreano CJ Compra Selecta


Negócio de 450 Mi de Dólares


















O grupo sul-coreano CJ adquiriu 90% da Selecta - sendo 60% adquirido da empresa chilena Corpesca, com opção de compra de mais 10% em dois anos, e 30% dos acionistas minoritários. Com a aquisição, por US$ 450 milhões, a empresa muda sua denominação para CJ Selecta. Segundo a Associação Comercial Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (ACIEG), a atual CJ Selecta poderá expandir seu portfólio para áreas como suínos, frangos e peixes. 

A previsão do plano de investimentos para o Brasil é de ampliar em 50% a produção industrial, que tem atualmente uma capacidade de esmagamento de 700 mil toneladas de soja por ano, e fazer uma estrutura de negócio para a fabricação de proteína de soja concentrada e de farelo de soja fermentada.

Fonte: Suínocultura Industrial

‘Investidor de investimento produtivo está com pé atrás’, diz diretor da Abimaq

Imagem relacionada


Estadão Conteúdo

O diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini, afirmou nesta quarta-feira, 30, que a demanda atual por máquinas e equipamentos no Brasil, por ainda estar baixa, indica que o “investidor de investimento produtivo está com o pé atrás”.

Segundo ele, se as compras de máquinas e equipamentos não estão sendo feitas agora, significa que os investidores não estão apostando em melhora da economia nem para meados do ano que vem. 
“Caso contrário eles estariam comprando hoje”, disse Bernardini. “Significa que eles não estão vendo ou não estão lendo a recuperação da atividade econômica”.

Bernardini disse ainda que a projeção da Abimaq para a receita líquida do setor em 2017 varia entre queda de 2%, num cenário mais otimista, e de 5%, numa visão mais pessimista. No acumulado de janeiro a julho, o indicador apresenta queda de 5,6% em relação a igual período de 2016, com R$ 37,8 bilhões.

 http://www.istoedinheiro.com.br/investidor-de-investimento-produtivo-esta-com-pe-atras-diz-diretor-da-abimaq/

BNDES ainda não recebeu pedido do governo de devolução de R$ 100 bi, diz diretor

Resultado de imagem para fachada do BNDES






O diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o pedido de devolução antecipada de mais cerca de R$ 100 bilhões de empréstimos de longo prazo ao Tesouro Nacional ainda não foi encaminhado “nem formalmente, nem informalmente” pela equipe econômica do governo, mas já é esperado pelo banco de fomento. 

“Não foi encaminhado formalmente e não está em discussão, mas isso é uma realidade orçamentária. Não é uma questão do BNDES com o Tesouro Nacional, é uma realidade orçamentária. A partir daí temos que seguir os passos orçamentais, como vai ser, quando vai ser, mas é uma necessidade orçamentária da União hoje”, declarou em conversa com jornalistas. Ele frisou que o banco “está sempre preparado para fazer fluxo de caixa com vários cenários”.

Como o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, revelou, o retorno desse dinheiro ao caixa da União em 2018 deve estar previsto na proposta de projeto de Orçamento para o ano que vem, que será encaminhada ao Congresso nesta quinta-feira, 31.

Ao ser questionado sobre o assunto por jornalistas, Thadeu de Freitas afirmou não ver “nenhum inconveniente em nada disso em qualquer circunstância”. “O que é momento ideal? Aquele que o banco estiver com condições favoráveis para não depender mais desses recursos. Nesse momento depende, mas não tanto.”

Ele destacou que, embora o banco não tenha sido comunicado, o pedido é esperado devido à devolução de outros R$ 100 bilhões pelo BNDES ao Tesouro no fim do ano passado. “Já teve uma devolução, então é uma questão de tempo, o que não pode é atrapalhar a chamada dinâmica do banco, o que atrapalharia a União também, já que o banco paga dividendos para a União”, afirmou.

Thadeu de Freitas declarou que não existe a possibilidade de o banco negar um eventual pedido de devolução, mas que é possível negociar questões como volumes e forma de transferência, por exemplo. “Vai depender do momento específico da devolução. A maneira mais formal de devolução seria em títulos, porque pegou (o empréstimo) em títulos, devolve em títulos. Talvez essa seja a forma de devolução”, disse o diretor.

Ele conversou com a imprensa no Senado, onde participa na tarde desta quarta-feira, 30, de uma audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades no BNDES. A oitiva também terá a participação do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira.

Após enfrentar dois meses de resistência de parlamentares, a CPI do BNDES foi instalada há cerca de um mês para investigar empréstimos concedidos pelo banco de fomento desde 1997, no âmbito do programa de globalização das companhias nacionais.


 http://www.istoedinheiro.com.br/bndes-ainda-nao-recebeu-pedido-do-governo-de-devolucao-de-r-100-bi-diz-diretor/

 

Por Que a IBM do Brasil Nunca Corrompeu o Governo Brasileiro?



A IBM vende computadores ao Governo Federal desde 1962.

O IBGE, a Receita, o Banco Central, a Serpro, o INSS, o Banco do Brasil, todos compraram mega computadores da IBM, e nunca houve uma suspeita de corrupção.

Por que a IBM é diferente da OAS, Odebrecht, e tantas empresas brasileiras?

Eficiência.

A IBM sempre se preocupou em fazer produtos de qualidade, e não subornar governos mundo afora.

A ponto que quando um governo comprava um computador que não fosse da IBM, aí sim havia suspeita de algum tipo de corrupção.

Corrupção é alternativa para empresas incompetentes, que nunca se aprimoraram administrativamente, que nunca treinaram seus sucessores e diretores.

Novamente volto à mesma tecla.

Em 1945, criamos uma lei, a 7988, que extinguiu todas as nossas Faculdades de Administração, para abrir espaço para as Faculdades de Economia criadas por essa lei desonesta e corrupta.

Nossas empresas são ineficientes, mal geridas, dão prejuízo, e aí precisam de um governo corrupto que lhes deem benesses, cartórios, concessões, financiamentos que são na realidade doações, barreiras alfandegárias, e insider information.

Tragicamente ainda achamos que a solução para a corrupção é dar mais poderes ao MP, criar penas mais severas aos corruptos.

Não abrirmos novamente aquelas Faculdades de Administração fechadas pela ditadura Vargas, incentivar empresas familiares a abrir democraticamente seu capital, e o governo ouvir mais administradores profissionais e não esses economistas golpistas de 1945.

Precisamos criar, com certa urgência, empresas eficientes, administradas por profissionais bem treinados, que não precisam da corrupção para sobreviver.


 http://blog.kanitz.com.br/ibm-brasil-nunca-corrompeu/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+stephen_kanitz+%28Fa%C3%A7a+Uma+Pausa.+Levante%2C+estique+os+bra%C3%A7os%2C+leia+algo+diferente.%29

Marcos Cintra: Aperfeiçoando o obsoleto


 
O Deputado Luiz Carlos Hauly, relator da Comissão de Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, tem realizado uma série de palestras para apresentar seu projeto de reforma tributária, cuja ideia central é juntar o PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. A base de cobrança dessa unificação seria o valor adicionado em cada elo da cadeia produtiva, dando origem a um IVA (Imposto sobre Valor Adicionado) nacional.

O governo federal cogita apoiar essa proposta para promover mudanças amplas no sistema de impostos e contribuições do país, como alternativa ao seu projeto parcial que prevê unificar apenas PIS e Cofins.

O projeto do Deputado Hauly contempla um grave problema que é a elevada alíquota que o IVA teria, algo que impulsionaria fortemente a evasão de receita pública. Estima-se que ela seria de cerca de 30%. O ICMS, um IVA estadual com alíquota de 18%, é o tributo mais sonegado no país.

A alíquota do IVA federal seria um estímulo à sonegação, anomalia que já atinge, por ano, a casa de meio trilhão no Brasil e que provoca distorção na competição empresarial, uma vez que uma empresa que sonega pode prosperar, frente à outra que não consegue fazê-lo, e exige que contribuintes, como os assalariados, tenham que pagar mais tributos para compensar essa gigantesca evasão de arrecadação.

Para fazer frente ao tamanho da alíquota, a proposta Hauly prevê a criação de um novo imposto chamado de Seletivo (um excise tax) que incidiria sobre produtos de amplo espectro na cadeia produtiva e nos padrões de consumo, como energia e combustíveis. Mas isto teria como inevitável resultado o generalizado desalinhamento dos preços relativos, reduzindo significativamente a eficiência alocativa nos processos de produção e consumo do país.

O IVA nacional tem como méritos o alívio na complexidade do sistema, por conta da unificação de tributos, e o fim da guerra fiscal, uma vez que sua legislação seria federal. Mas, o projeto não resolve o maior problema tributário do país que é a evasão de receita. Muito pelo contrário, ele tende a piorar a situação. Com Imposto Seletivo ou sem ele, a alíquota do IVA se manteria alta e o sistema continuaria declaratório, burocrático.

Levar este projeto adiante seria o mero “aperfeiçoamento do obsoleto”, como afirmou Roberto Campos, em certa ocasião, ao avaliar proposta semelhante. Arrematando seu raciocínio, a solução seria caminhar na direção de um imposto único federal, mas não com base no valor adicionado, como propõe Hauly, e sim sobre movimentação financeira. No lugar de uma alíquota extremamente alta cobrada sobre um sistema declaratório, poder-se-ia aplicar uma alíquota reduzida sobre uma forma de cobrança automática que dispensa registros, declarações, guias, etc. A simplificação seria maior, acabaria a guerra fiscal e a sonegação seria combatida.

O intrigante neste tema é que o uso de um tributo sobre movimentação financeira havia sido inicialmente idealizado pelo deputado em seu relatório prévio, apresentado em fevereiro deste ano. 

Mas, lastimavelmente, ele voltou atrás em sua proposta inicial. Há várias hipóteses sobre as causas dessa reversão, mas a que me parece a mais provável é que um tributo insonegável e de largo alcance, como a movimentação financeira, fere os interesses de grupos econômicos e deflagra poderosas pressões contrárias. Os escândalos da Operação Zelotes estão a demonstrar a correção desta hipótese.


Fonte: “SP Norte”

 http://www.institutomillenium.org.br/artigos/marcos-cintra-aperfeioando-obsoleto/

Mahindra dobrará produção no Brasil


A empresa tem R$ 220 milhões para investimentos até 2022

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Mahindra dobrará produção no Brasil


Menos de um ano depois de assumir a operação brasileira, a fabricante de tratores Mahindra tem um acelerado plano de expansão que inclui negócios em países da América Latina. O anúncio foi feito nesta terça (29) pelo diretor-geral de Operações da Mahindra Brasil, Jak Torretta (foto), em Esteio (RS). O avanço da empresa se dará em diferentes frentes. Com capacidade de montagem de 1 mil tratores por ano em Dois Irmãos (RS), a companhia projeta dobrar o volume de produção até 2022. Para isso, analisa a compra de uma fabricante de implementos ou tratores, ou mesmo a construção de uma nova fábrica. 

A empresa tem reservado US$ 70 milhões (cerca de R$ 221 millhões) para investimentos nos próximos cinco anos, valor destinado para aquisições ou construção de nova unidade e nacionalização de tratores fabricados em outros países pela marca originária da Índia.  “Estamos em negociações com municípios para a instalação de uma fábrica, mas a nossa preferência é ficar na Grande Porto Alegre. Se não montarmos mais em Dois Irmãos, deverá ficar na cidade um centro de distribuição de peças”, adiantou Torretta.  Pelo fato de a matriz da Mahindra ter 35% da fabricante de colheitadeiras Sampo Rosenlew, da Finlândia, Torretta também afirmou que está em estudo a fabricação de modelos no Brasil. “Os finlandeses estão bem interessados em razão do potencial do agronegócio brasileiro. Seriam colheitadeiras voltadas para o pequeno e médio produtor”, relatou. 

Focada na agricultura familiar – são 5 milhões de propriedades rurais no país com esse perfil –, a Mahindra tem o mercado consumidor concentrado no Sul e Sudeste. Mas está em andamento um plano para ampliar a rede de concessionárias. Atualmente são 15 pontos de venda. A projeção é chegar a 20 até o fim do ano, basicamente no Sul e Sudeste.  De acordo com a companhia, há compradores em potencial em São Paulo, Minas Gerais, sul da Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Líder mundial em volume de vendas de tratores, a indiana Mahindra está presente em mais de 100 países nos cinco continentes e conta com mais de 200 mil funcionários em todo o mundo. O Grupo Mahindra possui 34 unidades de manufatura espalhadas pelo globo. Apenas nas quatro fábricas da Índia são produzidos cerca de 250 mil tratores por ano. No total, a gigante indiana já ultrapassou a marca de 2 milhões de tratores vendidos.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/4438

terça-feira, 29 de agosto de 2017

A Fiat em cima do muro


A dois anos de se aposentar, o CEO da montadora, Sergio Marchionne, insiste em procurar um comprador para a companhia. A bola da vez é a chinesa GWM

A Fiat em cima do muro
 
 
Em 2004, quando o ítalo-canadense Sergio Marchionne assumiu o comando da Fiat, a montadora italiana estava à beira da falência. Nos anos seguintes, ele se consolidou como um nome de peso na indústria automobilística ao conduzir a companhia de volta ao lucro. Um dos destaques de sua gestão foi a fusão com a americana Chrysler, que deu origem à FCA, dona de um faturamento de € 111 bilhões de euros em 2016. No mesmo ano, a Fiat figurou entre as 50 maiores empresas do Brasil no anuário AS MELHORES DA DINHEIRO.

Aos 65 anos, Marchionne tem uma última meta antes de se aposentar, em 2019: deixar a FCA bem posicionada em um cenário de consolidação do setor, que ele classifica como inevitável diante da demanda crescente pelo desenvolvimento de tecnologias como os carros elétricos e autônomos. Depois de tentativas frustradas de aproximação com a alemã Volkswagen e a americana General Motors, essa busca por alternativas parece ter ganhado uma nova opção. No dia 14, as ações da FCA chegaram a subir 8,3% com os rumores sobre a sondagem de empresas chinesas para adquirir o grupo.
Fusão à vista: para Marchionne, CEO da FCA, a consolidação na indústria automotiva é inevitável (Crédito:Chris Helgren / Reuters)
Na segunda-feira 21, esse interesse ganhou um nome, literalmente, dentro da Grande Muralha. Em comunicado, a chinesa Great Wall Motor (GWM) confirmou que vem avaliando uma oferta pela FCA, sem especificar, no entanto, se uma eventual proposta incluiria toda a operação, cujo valor de mercado é de US$ 22,7 bilhões, ou parte dos ativos do grupo. No setor, porém, são fortes as especulações que o foco de uma investida estaria restrito à marca Jeep. À parte das especulações, a Fiat informou que não foi procurada pela GWM.

Para analistas, a aquisição da Jeep se encaixaria perfeitamente na estratégia da GWM para ganhar escala no mercado global. Em seu país, a companhia é uma das principais fabricantes de SUVs e picapes. “A Jeep é uma marca forte e não há muitas opções de ativos à disposição para que os chineses entrem nesse jogo global”, diz o executivo de uma consultoria automotiva com atuação no mercado chinês, que já foi procurada pela GWM para uma análise da FCA. “E eles têm o governo chinês como acionista. Capital não é problema para os chineses.” Contudo, sob o ponto de vista da FCA, uma eventual venda do ativo é vista com ceticismo por parte do mercado.

Alguns fatores contribuem para essa visão. As mais de 1,4 milhão de unidades vendidas da marca em 2016 representaram o quinto ano consecutivo de recordes da Jeep, classificada por alguns especialistas como a “joia da coroa” no portfólio do grupo. Em julho, Adam Jonas, analista do Morgan Stanley chegou a apontar em relatório que, sozinha, a marca valeria mais do que o restante da FCA. Outra possível barreira para um acordo seria a declarada rejeição de Donald Trump às aquisições de ativos dos Estados Unidos por companhias chinesas. A possibilidade de um símbolo americano como a Jeep seguir esse caminho fatalmente seria alvo de uma forte resistência por parte do político.

Sob esse cenário, Rodrigo Custódio, analista da consultoria Roland Berger, entende que, um caminho mais provável para a concretização de um acordo seria o modelo já adotado por outras montadoras chinesas. Em 2013, por exemplo, a Dongfeng investiu cerca de € 800 milhões na compra de 14% da francesa PSA. A cifra ajudou o grupo francês, dono da Peugeot e da Citroën, que estava próximo da falência. “Uma parceria nesses moldes faria mais sentido”, diz Custódio. “A FCA teria uma injeção de capital importante. E a GWM teria um caminho mais fácil para ganhar escala global.”


Tribunal derruba prazo para requerer seguro-desemprego




 Reforma trabalhista – Trabalhador – Trabalho: Carteiras de trabalho de candidatos a vagas de emprego Temporário – 02/06/2017

 Carteiras de trabalho de candidatos a vagas de emprego Temporário



O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta segunda-feira que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou, por unanimidade, o recurso da União e manteve a sentença de primeira instância que considera ilegal os prazos estabelecidos para a solicitação do seguro-desemprego. A decisão vale para todo o Brasil.

As requisições do benefício eram indeferidas em casos protocolados após 120 contados da rescisão do contrato de trabalho e 90 dias contados do resgate do trabalhador da situação análoga à de escravo.

A ação foi ajuizada pelo Ministério Público em 2014, na 4ª Vara Federal de Porto Alegre. O órgão diz considerar ilegal “o estabelecimento dos prazos porque a lei do seguro-desemprego nunca instituiu tais limites”.

A União, então, entrou com recurso, que foi negado pelo TRF4. Ainda cabe recurso. Procurado, o Ministério do Trabalho, que estabelece os prazos, não se posicionou até a publicação desta nota.

TLP terá atuação direta nos juros estruturais no País, diz diretor indicado do BC

Resultado de imagem para fotos  da fachada do BNDES


O diretor indicado para a área de Administração do Banco Central, Maurício Costa de Moura, afirmou nesta terça-feira, 29, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que a Taxa de Longo Prazo (TLP) terá atuação direta nos juros estruturais no País. “A melhoria da eficiência alocativa dos juros tende a reduzir os juros estruturais”, disse. “Enxergamos na TLP um avanço estrutural importante no ambiente de negócios. A TLP reduz subsídios implícitos, e os subsídios terão que ser concedidos de forma transparente”, acrescentou. 

Durante a sabatina, ele afirmou ainda que a medida provisória 784, que estabelece novo marco punitivo para as instituições reguladas, permitirá que o BC esteja pronto para enfrentar os desafios futuros. “Qualquer indício de crime que chegue ao BC, temos obrigação legal de comunicar ao Ministério Público”, acrescentou, ao ser questionado por senadores sobre a possibilidade de a MP 784 prejudicar os trabalhos do Ministério Público na área penal. 


Política Monetária


O diretor indicado afirmou ainda, ao defender a atuação do Comitê de Política Monetária (Copom), que a política monetária no Brasil segue o que a “boa norma” e a academia dizem. Em outro momento da sabatina, ele afirmou que o cadastro positivo, defendido pelo BC e pelo próprio governo, representa uma evolução para o crédito no Brasil, que está sendo discutida agora.

Vinho estimula mais o cérebro do que música ou matemática


Cientista defende que a bebida é fortemente dependente das memórias e emoções

 

Por Marcos Graciani

 

graciani@amanha.com.br
Vinho estimula mais o cérebro do que música ou matemática, revela estudo


Um copo de vinho, quem diria, também pode ser um excelente exercício para o cérebro. Esta é a tese do neurocientista Gordon Shepherd, da Faculdade de Medicina de Yale, nos Estados Unidos. Ele afirma que beber vinho desperta reações tanto nas partes sensoriais como emocionais do cérebro. No seu livro “Neuroenology: How the Brain Creates the Taste of Wine”, o especialista criou o termo "neurogastronomia" para descrever o estudo de como o cérebro cria a sensação de sabor. No mesmo livro, Shepherd defende que o gosto é apenas uma ilusão, produzida pelos nossos sentidos e emoções que posteriormente irá traduzir a percepção que temos dos alimentos e bebidas.

"O sabor não está no vinho. O sabor é criado pelo cérebro de quem o ingere num processo que implica o movimento do vinho através da boca e do ar infundido pelo álcool através do nariz, fazendo com que o cérebro formule o sabor. A parte mais importante desta ativação do cérebro está no momento em que expiramos o ar infundido com o aroma que cheiramos”, explicou ao jornal britânico Daily Mail. 

O cérebro constrói uma imagem das cores através de informações que os olhos retiram de como a luz atinge os objetos em volta. "As moléculas do vinho não têm sabor nem cheiro, mas quando estimulam os nossos cérebros, é criado o sabor da mesma forma que cria a cor", afirmou o especialista à Rádio National Public. O neurocientista crê que o vinho é fortemente dependente das nossas memórias e emoções, conclui, então, que beber vinho estimula mais o cérebro que ouvir música ou resolver uma equação matemática.

100 bilhões de motivos para sorrir


A XP Investimentos bate recordes de ativos sob custódia e de captação, prepara o lançamento de um banco e projeta se transformar na maior casa de investimentos do Brasil em cinco anos. Para que isso aconteça, terá de superar as maiores instituições financeiras e seu novo sócio, o Itaú

Crédito: Gabriel Reis
1. Carlos Ferreira, head de renda variável / 2. Julio Capua, CFO / 3. Daniel Lemos, COO e head de produtos / 4. Guilherme Benchimol, fundador e CEO / 5. Gabriel Leal, head comercial e de relacionamento com clientes / 6. Fernando Vasconcellos, head de marketing (Crédito: Gabriel Reis)



No próximo dia 30 de agosto, Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP Investimentos, estará em Chamonix, nos Alpes franceses, para dar início a uma longa jornada de 120 quilômetros. Ele terá até 34 horas para cumprir o percurso e vencer uma elevação aproximada de 7,2 mil metros de altitude. Se conseguir completar a Ultra-Trail du Mont-Blanc, Benchimol terá superado a barreira centenária pela segunda vez em poucos dias. A primeira, alcançada no dia 15, não foi um feito exclusivo do ultramaratonista, embora a escalada também tenha sido íngreme.

A empresa independente de investimentos, criada por ele em 2001, numa pequena sala de Porto Alegre, bateu a marca de R$ 100 bilhões sob custódia em ações, fundos, seguros, previdência, renda fixa, tesouro direto e investimentos no exterior. Há sete anos, a companhia tinha um centésimo desse valor. No final deste ano, a projeção indica que a XP chegará a R$ 130 bilhões, um volume possível pelos recordes mensais de captação. Em agosto, a casa deve atrair R$ 5 bilhões de novos recursos. “O que a gente tinha sob custódia em todo o ano de 2010 a gente capta, agora, em poucos dias”, diz Benchimol (leia entrevista aqui).

Tanto apetite por recordes tem uma justificativa. Em cinco anos, a XP quer se tornar a maior casa de investimentos do Brasil, superando Banco do Brasil, Itaú e Bradesco. Esses três principais bancos comerciais do País concentram mais da metade dos R$ 3,3 trilhões em investimentos de cerca de 30 milhões de brasileiros. Para superar esses bancões, a XP terá de multiplicar por, pelo menos, nove vezes o seu volume atual sob custódia. Para alcançar os R$ 900 bilhões, Benchimol acredita em dois pilares: qualidade na prestação de serviço e oferta de bons produtos. O primeiro ponto é seu exército de agentes autônomos de investimento, que são os especialistas responsáveis por convencer uma pessoa comum a trocar o tradicional relacionamento com o banco pela XP.




Onde tudo começou: no início, a XP oferecia cursos para quem se interessava em aprender a investir na bolsa de valores. Só em 2007 a empresa se tornou uma corretora (Crédito:Divulgação)


“Não é criar mercado, é convencê-lo de que investir com a gente é incomparavelmente melhor do que em qualquer outro banco comercial do Brasil”, diz Benchimol. Na visão da empresa, os investimentos precisam ser tratados como a saúde: um especialista é muito mais preciso que um clínico geral. Há cinco anos, a XP tinha pouco mais de 880 agentes autônomos, número que está próximo de 2,4 mil. Daqui a três anos, o objetivo é ter 10 mil. Cabe a esses “soldados” mostrar que um fundo com características idênticas na XP e num grande banco, por exemplo, tem retornos distintos.

Ainda há centenas de fundos DI que cobram taxas de administração perto de 3% ao ano. A XP tem um produto com características semelhantes a 0,3%. “Sempre tivemos metas audaciosas por acreditar que existe uma oportunidade muito grande no Brasil de oferecer um serviço diferente para investimentos”, afirma Gabriel Leal, head comercial e de relacionamento com cliente do Grupo XP. A solução foi ofertar fundos de terceiros. “Até pouco tempo atrás, os bancos rejeitavam conceitos como assessoria de investimentos ou plataforma aberta. Hoje, o jogo virou”, complementa Fernando Vasconcellos, head de marketing.

O segundo pilar de Benchimol é a oferta de produtos. Sua prateleira tem mais de 25 emissores de renda fixa e oferece mais de 400 fundos de investimento, como os da Verde Asset, Adam Capital, Garde Asset e AZ Quest (os fundos são responsáveis por metade da captação da XP). A Verde Asset Management, por exemplo, do badalado gestor Luis Stuhlberger, detém R$ 32 bilhões sob gestão e não é acessível a todo tipo de investidor, por exigir um valor alto para aplicação. Em abril, a XP passou a distribuir um desses fundos, com tíquete de R$ 50 mil. “A XP tem sido mais rápida e aproveitado as oportunidades de mercado, como as debêntures de infraestrutura, em 2012, e a oferta de CDB”, diz Daniel Lemos, Chief Operating Officer e head de produtos do Grupo XP. “Cada vez tem mais concorrência e a velocidade de acompanhar o nosso movimento tende a diminuir.”




Novo sócio: Roberto Setubal, co-presidente do Conselho do Itaú: “A empresa está três anos à frente da concorrência. Ela vai tirar todos os bancos da zona de conforto, como tirou o Itaú” (Crédito:Felipe Gabriel)
Dentro dessa oferta de plataforma aberta, cabe até um banco. É isso o que eles querem mostrar ao mercado, assim que o Banco Central emitir a autorização para o funcionamento do Banco XP. O processo está em análise há mais de um ano pela autoridade monetária e a expectativa é que consiga entrar em atividade no primeiro semestre de 2018. A diferença do banco da XP é que ele será uma marca ao lado das outras e não a principal atividade. Como será isso? Um cliente poderá fazer todos os tipos de operações financeiras com a XP, mas a conta corrente, o cartão de crédito e o financiamento não serão as principais. O modelo é inspirado na gigante americana Charles Schwab, criada no início da década de 1970, em São Francisco, como uma corretora de valores.

A Schwab, que hoje tem US$ 3,1 trilhões sob custódia, mexeu com a estabilidade de tradicionais casas, como o Merrill Lynch, ao cortar drasticamente as taxas dos investidores. Ao longo do tempo, foi uma das pioneiras na negociação online de ações e ampliou a oferta de aplicações aos clientes, como fundos de investimento e títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Assim como a XP quer oferecer produtos bancários, a Schwab tem essa possibilidade entre seus serviços, num total de 1,2 milhão de contas. Mas o modelo americano foi colocado à prova quando a Schwab saiu às compras após o estouro da bolha da internet, em 2000, e adquiriu o private bank US Trust e o banco de investimentos Soudview. A diversificação afastou a empresa daquilo que a diferenciou do mercado. A XP quase caiu nessa mesma tentação.

No início do ano passado, quando o Citigroup anunciou a intenção de vender a operação de varejo do Citi no Brasil, a XP apareceu como um potencial interessado. O mercado comenta que a avaliação da XP foi muito séria, inclusive envolvendo seus investidores estrangeiros, que poderiam fazer o aporte de capital. Mas, além da entrada de competidores como Santander e Itaú (que arrematou o banco por R$ 710 milhões), os sócios da XP avaliaram que não queriam ser vistos nem como banqueiros nem como vorazes compradores de um ativo pouco estratégico. “O Guilherme tem uma obsessão por novos projetos, por tentar e errar”, diz um ex-sócio, que deixou a empresa em 2012. “Mas uma de suas características é começar pequeno e não perder o controle.”

Durante um ano e meio, Benchimol viveu um dos poucos momentos em que ele se tornou um passageiro da agonia. Um fantasma passou a ameaçá-lo após a XP ter sido vítima de roubo de informações confidenciais. Uma quadrilha montou um email falso para capturar a senha de acesso à plataforma da empresa. Um funcionário não se deu conta do golpe, colocou seus dados e os bandidos conseguiram 29 mil dados de clientes. Com isso, passaram a chantagear Benchimol, que se recusou a pagar R$ 22 milhões em bitcoins (moeda virtual que não deixa rastros) para se ver livre dessa ameaça. O episódio é tratado com muito cuidado internamente, pois o erro poderia ter custado caro. Ele serviu para aumentar os níveis de segurança de acesso ao sistema. Hoje, todos têm um token de acesso.



Painel de controle: o grupo XP mantém três marcas para o investidor que quer acessar a bolsa de valores, a própria XP, a Rico e a Clear Corretora (foto) (Crédito:Leonardo Rodrigues / Valor / Agência O Globo)
 
A XP não comenta o assunto, apenas informa que todos os detalhes foram enviados às autoridades para investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Banco Central. Recém-formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Benchimol passou a fazer parte do time da corretora Investishop. Sua missão era vender uma plataforma virtual de negociação de ações, num momento de crescente interesse pela tecnologia. Mas o projeto não deu certo e ele foi demitido. Benchimol se mudou para uma corretora gaúcha, mas o projeto não vingou. Em Porto Alegre, conheceu Marcelo Maisonnave, com quem criou a própria empresa de investimentos, que chamaram de XPTO, por total falta de criatividade – com o tempo, decidiram cortar pela metade a marca.

Além dos dois sócios, eles tinham dois estagiários. Um deles, porém, decidiu trocar a startup pela segurança do salário do JP Morgan. Para não perder metade da equipe, os sócios decidiram oferecer 10% de participação a Ana Clara Sucolotti. A XP só conseguiu sobreviver graças à adoção do modelo de partnership. Dessa sociedade, Ana Clara e Guilherme engataram um namoro e depois se casaram. Ela já deixou a empresa. O modelo inicial deu tão certo que se transformou na base de tudo o que a XP fez dali para frente. Julio Capua, CFO do Grupo XP, foi o quarto sócio da empresa. Para convencê-lo a entrar para o time, ofereceram uma participação no negócio.

“Aprendemos desde cedo a dividir para crescer, pois sempre acreditamos que o nosso sucesso dependeria de pessoas”, afirma ele. “Desde o início nos inspiramos em alguns modelos bem sucedidos de partnership do mercado. No começo era uma necessidade, pois não tínhamos dinheiro para atrair executivos seniores para a empresa.” A XP, de fato, não importa em dividir e sente que profissionais trabalham melhor quando têm algo a perder. Mas para ser sócio não basta ter performance. A meritocracia tem o mesmo peso que o comportamento e a cultura.




Espelho meu: a corretora Schwab é o modelo perseguido pela XP. Na década de 70, a americana inovou no mercado de investimentos dos EUA ao oferecer uma alternativa de produtos e taxas mais acessíveis (Crédito:Divulgação)
 
A XP quer um alinhamento horizontal e, internamente, todos afirmam que não querem ter como sócio alguém desagradável. DINHEIRO conversou com dois ex-funcionários que relativizam essa história. “Alguns sócios não têm esse comportamento exemplar de dividir e ensinar. Há, sim, quem queira atropelar o outro para ganhar participação”, afirmou um deles. “É como acontece em todo o mercado financeiro.” Hoje, são 32 sócios com mais de 0,5% da Holding e mais de 200 associados com participação acionária, além dos seis sócios majoritários.


SONHO GRANDE 


Os planos de sonho grande de Benchimol e sua trupe ganharam um atalho no início de maio, quando o Itaú anunciou a compra de 49,9% da empresa por R$ 5,7 bilhões, o que elevou o valor de mercado para R$ 12 bilhões. A XP quadruplicou de tamanho em 12 meses. Em abril de 2016, a General Atlantic, fundo americano de private equity, já havia feito uma injeção de capital na empresa e adquirido a participação do fundo inglês Actis. A operação, naquele período, avaliou a XP em R$ 3 bilhões. Ali, o plano era alcançar os grandalhões do mercado financeiro em 10 anos.

“O Itaú é um selo de qualidade, que nos agrega uma estrutura sólida e consistente”, afirma Benchimol. “Antes era preciso explicar que a XP começou em 2001, em Porto Alegre. Com o Itaú como sócio, encurtamos essa história. Fica mais simples e mais fácil mostrar credibilidade e convencer o cliente que somos uma empresa séria.” A assinatura do contrato com o Itaú aconteceu um dia depois de a XP ter protocolado na Comissão de Valores Mobiliários o prospecto para o seu lançamento inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), na bolsa de valores. O plano era acessar o mercado e aumentar a governança corporativa, uma exigência que clientes mais endinheirados começaram a fazer para acreditar na solidez da instituição financeira que vai movimentar seus investimentos.

O interessante dessa história é que o IPO e a associação com o Itaú caminharam juntos. Em janeiro, no início do road show para apresentar a XP a investidores, Benchimol almoçou com Roberto Setubal, na sede do banco. Ali, desenharam uma carta de intenções numa folha de papel sulfite. Naquele momento, o fundador da XP colocou o Itaú como seu Plano A, por tudo o que o banco poderia agregar à sua empresa. Mas ele não tinha como paralisar o processo do IPO, principalmente porque era o único que a empresa poderia controlar. Se não vingasse com o Itaú, a XP não atrasaria os seus planos.


O mercado comenta que grandes fundos internacionais, como o Temasek, de Singapura; o Texas Pacific Group (TPG); o chinês GAC eram potenciais interessados em ancorar o IPO, termo utilizado no mercado para garantir que a operação seja bem-sucedida. O Itaú, porém, interrompeu esse processo e formalizou o que Benchimol e Setubal tinham colocado na folha A4 naquele almoço: o Itaú tinha interesse na independência da XP e nesse novo modelo de negócio para os investimentos, enquanto a XP ganhava a confiança de um importante parceiro, sem abrir mão do controle. “A XP é o maior caso de sucesso do empreendedorismo dos últimos 30 anos”, afirmou Setubal, durante a Expert, um evento organizado pela sua nova sócia. “A empresa está três anos à frente da concorrência. Ela vai tirar todos os bancos da zona de conforto, como tirou o Itaú.”