Mike Segar/Reuters
São Paulo – A presidente Dilma Rousseff terá trabalho nos próximos dias para reverter o processo de impeachment deflagrado hoje pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Para Thiago de Aragão, sócio e analista na consultoria de risco político Arko Advice, apesar do
Partido dos Trabalhadores (PT) ter batido de frente com Cunha no processo
que corre na Comissão de Ética, ainda é cedo para o partido ver o jogo
como ganho. “É quase impossível para o PT ter tranquilidade nesse
momento”, diz Aragão.
“Se a votação fosse hoje, Dilma poderia se salvar. Uma possível votação
em março, no entanto, é mais difícil de prever”, diz. “A pressão da
população é o que irá definir o fim do processo. Prova disso é o que
aconteceu nesta semana na votação sobre a prisão do Delcídio do Amaral.
Depois de receberem uma enxurrada de e-mails e mensagens, muitos mudaram
de ideia”.
Entenda mais
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O documento aceito por Cunha foi protocolado pelos juristas Hélio
Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal no último dia 21 de
outubro (veja o pedido na íntegra).
A decisão aconteceu algumas horas depois que a bancada do PT na Câmara
optou por votar em favor do prosseguimento do processo de cassação do
mandato de Eduardo Cunha, que é acusado de quebra de decoro parlamentar
por supostamente mentir na CPI da Petrobras sobre a titularidade de
contas na Suíça.
O peemedebista nega, contudo, que o acolhimento do processo de
impeachment seja motivado por razões políticas. Segundo ele, o parecer
técnico foi concluído no último sábado. "Não há condições para postergar
mais", afirmou o presidente da Câmara.
No processo de impeachment, a aceitação do pedido é o segundo de cinco
passos básicos para a instauração do processo de cassação de um
presidente da República (veja o passo a passo).
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