terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PF faz operação de busca e apreensão na casa de Cunha




Salvar notíciaValter Campanato/Agência Brasil
O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Cunha na mira da PF: a operação foi autorizada pelo ministro do STF, Teori Zavascki, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot 


São Paulo - A Polícia Federal (PF) faz buscas, na manhã desta terça-feira, na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e no apartamento do deputado no Rio de Janeiro.

A operação, batizada de Catilinária, em menção ao imperador romano Marco Túlio Cícero, tem como objetivo cumprir 53 mandados de busca e apreensão. De acordo com a PF, a ação é uma tentativa de evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.

O mandado de busca e apreensão foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Cunha é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e por mentir na CPI da Petrobras sobre suas contas no exterior. O parlamentar foi denunciado pelo Ministério Público Federal em agosto deste ano nas investigações da Operação Lava Jato.

Janot acusa Eduardo Cunha de ter recebido US$ 5 milhões de propina, entre junho de 2006 e outubro de 2012, na construção de dois navios-sonda da Petrobras.

Outros alvos


A PF também cumpre mandados nas casas do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE); de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro; do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera; do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves e do senador Edison Lobão (PMDB-MA). 

Em nota, a Polícia Federal informou que foram 9 mandados no Distrito Federal, 15 em São Paulo, 14 no Rio de Janeiro, 6 no Pará, 4 em Pernambuco, 2 no Alagoas, 2 no Ceará e um no Rio Grande do Norte. Os investigados respondem por crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Processo na Câmara


O Conselho de Ética da Câmara pode votar ainda hoje o processo contra Cunha, por suposta quebra de decoro parlamentar que pode resultar na cassação do seu mandato.

O novo relator, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), apresentará seu parecer para continuar as investigações. As reuniões estão marcadas para 9h30 e também para o período da tarde.

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