Ueslei Marcelino/Reuters
Governo brasileiro em foco: a repercussão dos principais jornais do mundo sobre o pedido de impeachment de Dilma
São Paulo - O presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha, aceitou o pedido para abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira.
O parecer aconteceu depois que a bancada petista optou por prosseguir
com o processo de cassação do presidente da Câmara, que é acusado de
quebra de decoro parlamentar por supostamente mentir na CPI da Petrobras sobre a titularidade de contas na Suíça.
O documento que deflagra o impeachment contra Dilma cita as consequências da Operação Lava Jato,
a violação de leis orçamentárias e defende que as pedaladas fiscais
continuaram a ser praticadas em 2015. Veja a íntegra do documento
abaixo.
No mundo, o pedido de abertura do processo de impeachment contra a
presidente Dilma repercutiu como uma guerra política e uma consequência
da crise econômica que o país enfrenta.
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O jornal inglês The Guardian disse que a presidente Dilma
estava “ultrajada" em seu discurso de resposta na televisão. O
periódico cita Eduardo Cunha como inimigo político da presidente e
descreve o momento econômico do Brasil como a pior recessão que país já
sofreu desde 1929.
O norte-americano The New York Times
diz que a presidente está "sitiada em um momento de luta contra uma
severa crise econômica e um escândalo colossal de corrupção em seu
governo".
O jornal afirma ainda que a jogada de Eduardo Cunha, “um congressista
conservador do Rio de Janeiro”, abre um novo cenário de incertezas para o
país e que nenhum documento veio à tona indicando que Dilma foi
pessoalmente beneficiada pelo esquema de corrupção na Petrobras.
Para o Le Monde, Eduardo Cunha não agiu em nome dos cidadãos descontentes com o governo Dilma, mas por "vingança pessoal".
O jornal francês chama Cunha de "inimigo jurado" e ex-aliado da presidente.
O periódico também destaca o entusiasmo da população ao receber a
notícia do processo de impeachment contra Dilma e cita seu governo como
“o mais impopular do Brasil desde o retorno da democracia, em 1985”.
O Wall Street Journal
se refere ao pedido de impeachment como uma provável “amarga e
prolongada luta de poder em uma nação que já sofre com uma profunda
recessão e o pior escândalo de corrupção de sua história”.
O jornal considera que a medida vai monopolizar o cenário político
brasileiro, ao invés de se fixar na recuperação econômica do país.
O periódico britânico Financial Times
acrescenta que o processo de impeachment vai aumentar ainda mais a
incerteza que paira sobre Brasil em um momento em que a economia está em
"queda livre".
O jornal cita o encolhimento do PIB brasileiro e reproduziu um tweet do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em que ele alega que "atendeu o
chamado das ruas".
Atendendo ao pedido das ruas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de #impeachment de @dilmabr pic.twitter.com/JQ1t8RXz09
— DeputadoEduardoCunha (@DepEduardoCunha) 2 dezembro 2015
Confira na íntegra o documento do pedido de impeachment protocolado
pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.
Pedido de Impeachment Hélio Bicudo/Reale Júnior
Pedido de Impeachment Hélio Bicudo/Reale Júnior
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