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A presidente Dilma Rousseff: o IBGE evita fazer comentários sobre o desempenho da economia no ano como um todo
Rio - Tanto as turbulências políticas
quanto econômicas que o País enfrenta afetam o desempenho da economia,
afirmou nesta terça-feira, 1º de dezembro, a gerente de Contas
Trimestrais da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), Claudia Dionísio.
Mais cedo, o órgão federal informou que o Produto Interno Bruto (PIB)
contraiu 4,5% no terceiro trimestre ante igual período de 2014, o maior
recuo nessa base de comparação na série histórica, iniciada em 1996.
"A turbulência política tem impacto. Só não temos como mensurar quanto
foi", afirmou Claudia, no encerramento da entrevista coletiva sobre os
resultados do PIB, na sede do IBGE, no Rio.
A gerente do IBGE destacou que o órgão não trabalha com o conceito de
recessão, mas reconheceu que os indicadores ficaram mais negativos no
terceiro trimestre. "No terceiro trimestre, a retração foi maior e
generalizada", resumiu Claudia.
O IBGE evita fazer comentários sobre o desempenho da economia no ano
como um todo, pois ainda não tem dados completos sobre o quarto
trimestre, mas Claudia admitiu que é esperado que a paralisação da
produção da mineradora Samarco desde o rompimento de duas barragens de
rejeitos de mineração em Mariana (MG), no último dia 5, afete o PIB da
indústria extrativa, que teve o melhor desempenho no terceiro trimestre,
pela ótica da oferta, com crescimento de 4,2% ante o terceiro trimestre
de 2014.
Necessidade de financiamento
A necessidade de financiamento do País recuou de R$ 60,2 bilhões no
terceiro trimestre de 2014 para R$ 39,9 bilhões no terceiro trimestre
deste ano, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais divulgados
pelo IBGE.
"A gente está com uma necessidade menor de financiamento externo. A
contribuição externa está bem positiva, mais por conta da queda nas
importações. Então isso favorece o resultado", disse Claudia Dionísio.
O déficit externo era de R$ 33 bilhões no terceiro trimestre de 2014,
passando a R$ 8 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma redução de
R$ 25 bilhões. "A gente está exportando mais do que recebendo bens e
serviços", explicou Claudia.
Por outro lado, a renda enviada ao resto do mundo piorou.
O montante de remessas subiu de R$ 28,7 bilhões no terceiro trimestre do
ano passado para R$ 34,8 bilhões no mesmo período deste ano, um aumento
líquido de R$ 6,2 bilhões.
Claudia explicou que a taxa de juros no País aumentou no período, remunerando mais aplicações de estrangeiros.
"Estamos pagando mais juros do que antes. Foi mais juros e dividendos do que lucros", contou a pesquisadora do IBGE.
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