Gil Ferreira/STF
São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB)
pôs em prática a reforma ministerial, prometida durante a interinidade
de seu governo. O chefe da AGU (Advocacia-Geralda União) Fabio Medina
Osório foi dispensado pelo peemedebista na manhã desta sexta-feira (9).
Há pouco, Temer convidou Grace Maria Fernandes Mendonça para o cargo.
Ela é a primeira mulher a ser nomeada para o alto escalão da equipe ministerial do peemedebista.
Professora de Direito Constitucional da Universidade Católica de
Brasília, Grace chefia a Secretaria-Geral de Contencioso da AGU desde
2003. No órgão, já atuou como adjunta do Advogado-Geral da União e como
Coordenadora-Geral do Gabinete do Advogado-Geral da União.
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Em 2008, assumiu interinamente o cargo de advogado-geral da União.
Desentendimentos
Os rumores de que Medina Osório sairia do governo ganharam força na
noite desta quinta-feira (8), após ele ter se reunido com o
ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB-RS). O ex-chefe da AGU
é o terceiro ministro de Temer a cair desde maio.
Considerado um dos principais nomes do núcleo duro de Temer, Padilha
sinalizou que o chefe da AGU não atuava alinhado com o governo. Vale
lembrar que Padilha foi o responsável por indicar Medina Osório para a
função, mas não estaria satisfeito com as ações do afilhado.
Fábio Medina Osório, ex-advogado-geral da União
O pedido de Osório para ter acesso aos inquéritos de políticos envolvidos na Operação Lava Jato
sem comunicar Temer não foi bem recebido pelo Palácio do Planalto. A
iniciativa gerou uma crise dentro do governo e a situação de Osório
ficou complicada, segundo interlocutores da base governista.
Outro fato que gerou desconforto do governo com Osório foi a decisão do
chefe da AGU de demitir Luís Carlos Martins Alves Júnior, um de seus
adjuntos. Alinhado com Padilha, Alves defendia que a atuação da AGU
deveria focar na defesa do patrimônio público e não se debruçar sobre os
inquéritos de políticos na Lava Jato.
No início de junho, o chefe da AGU já estava em uma situação delicada.
Ao tentar embarcar na Base Aérea em um avião da Força Aérea Brasileira
(FAB), teve o pedido negado. Diante da negativa, teria dado uma
“carteirada” nos oficiais da Aeronáutica, dizendo ter status de ministro
de Estado. A confusão chegou ao gabinete do presidente e gerou
desconforto. À época, a assessoria negou que ele tenha tido problemas
para viajar.
Recentemente, Medina Osório se desentendeu com Grace Mendonça, que até
então era secretária-geral da área de contencioso da pasta. Essa
divergência entre os dois também colocou o chefe da AGU na mira do
governo Temer.
Procurado por EXAME.com, Medina Osório não respondeu até o fechamento da
matéria. A sucessora Grace Mendonça é técnica e tem bom trânsito no
Supremo Tribunal Federal (STF).
A reforma ministerial não deve parar por aí. Auxiliares de Temer admitem
que o próximo a passar pela dança das cadeiras será Ricardo Barros,
ministro da Saúde, que já se envolveu em uma série de polêmicas desde
que chegou ao cargo.
Veja nota do governo:
"O presidente Michel Temer convidou hoje para ocupar o honroso cargo de
Advogado Geral da União, a doutora Grace Maria Fernandes Mendonça,
distinta profissional e servidora de carreira daquele órgão.
O presidente agradece os relevantes serviços prestados pelo competente advogado doutor Fábio Medina Osório, que deixa o cargo."
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