domingo, 13 de outubro de 2013

Brasil estuda sistema de defesa da Rússia, que libera importação de carne brasileira



 
 
Bastou o governo brasileiro anunciar que o ministro da Defesa Celso Amorim receberá, em Brasília, na segunda-feira (14/10) delegação militar, chefiada pelo ministro da Defesa da Rússia Serguei Shoigu, para que Moscou anunciar a a liberação de seis frigoríficos exportadores brasileiros de carne bovina, que estavam proibidos de vender para o país, sob restrição por questões sanitárias. 

Na visita da próxima semana, os visitantes russos devem manter negociações com o Brasil sobre o desenvolvimento da cooperação técnico-militar. Provavelmente, será discutida a questão de aquisição de sistemas de defesa aérea Pantsir-S1. O ministro da Defesa da Rússia  deverá ter reunião com Celso Amorim, com o Chefe de Estado-Maior general José Carlos De Nardi, e, possivelmente, com a presidenta Dilma.

Em termos de cooperação técnico-militar, a América Latina sempre foi secundária para a Rússia em comparação, por exemplo, com a Ásia. Agora é hora de recuperar o tempo perdido, afirmou em entrevista à agência russa de notícias Voz da Rússia o chefe do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias Ruslan Pukhov:– Outro aspecto está relacionado com o fato de o Brasil ter um programa de sistemas de defesa aérea. Obviamente, o ministro da Defesa Serguei Shoigu fará todos os esforços para promover as propostas russas. Então, a indústria russa de defesa vai conseguir dinheiro, o qual tão pouco será redundante no contexto de uma possível redução do orçamento militar. Outro momento é que o Brasil com a Índia, China, Rússia e África do Sul são membros dos BRICS. É necessário reforçar os laços com esta associação", afirmou Ruslan Pukhov.

O Brasil mostrou um interesse especial no complexo Pantsir-S1. Este é o mais recente sistema de defesa aérea de curto alcance. Inicialmente, o complexo foi projetado por encomenda dos Emirados Árabes Unidos e destinado para exportação, nota Ruslan Pukhov:– O segundo país que quis comprar este complexo foi a Síria, e o terceiro foi a Argélia. O exército russo foi o quarto usuário. Atualmente, estão sendo mantidas com vários países, incluindo o Brasil, negociações sobre o complexo que estão em fase de conclusão. O Brasil necessita deste sistema, inclusive a fim de proteger seu céu pacífico de possíveis incidentes, de ataques terroristas no âmbito da Copa do Mundo e da Olimpíada num futuro previsível. Eu acho que as chances de compra do complexo são altas, embora isso não signifique que tudo será assinado agora, na visita. Mas será feito mais um passo nessa direção – disse.

Quanto aos frigoríficos brasileiros liberados, eles estão em quatro estados brasileiros: São Paulo (JBS e Frigol), Mato Grosso do Sul (JBS e Marfrig), Goiás (JBS) e Mato Grosso (JBS).  Segundo o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (SRI/Mapa), Marcelo Junqueira, isso fará com que o abastecimento russo seja reforçado e as exportações brasileiras continuem sendo incrementadas como já vinha ocorrendo ao longo deste ano. "Em 2013, o crescimento em volume de carne bovina exportada em relação ao ano anterior foi de 21% no acumulado de janeiro a setembro. Há previsão de que nesse ano o Brasil bata recorde, em valor, nas exportações de carne bovina”, afirmou Junqueira.
 

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