Editorial critica o comando da economia, "pibinho", saúde, educação e Mais Médicos.
Após a Economist dedicar uma capa questionando se o Brasil estaria jogando fora o bom momento forjado nos últimos anos, é a vez do New York Times separar um editorial
onde aponta os equívocos cometido pela atual administração. O texto
abre lembrando do crescimento que o Brasil atingiu com o governo Lula,
mas ressalta que Dilma vem enfrentando dificuldades para manter a
economia ativa. O “pibinho” é destacado como um dos principais sintomas
e, mesmo o leve crescimento previsto para 2013 não é aceito como
desculpa para uma acerto de prumo.
No último ano, a economia cresceu 0,9% porque o investimento privado desacelerou. Analistas preveem que o crescimento recupere-se para 2,5% este ano, mas isso ainda está muito abaixo dos 7,5% atingidos pelo país em 2010.(grifos nossos)
Sem citar este termo, diagnosticam que o
problema é fruto da velha “lei de oferta e procura”: houve crescimento
de renda nas camadas mais pobres, há mais gente interessada numa boa
estrutura, estrutura essa que não melhorou. Aumentou a procura,
manteve-se a oferta e naturalmente os preços subiram. Temos então
inflação e insatisfação popular. Isso teria resultado, segundo a
publicação, nos protestos de junho.
Faz sentido, o que é irônico, visto que
Dilma foi vendida como a “mãe do PAC”, o projeto que aceleraria o
crescimento do Brasil gastando fortunas com uma infraestrutura que ainda
aguardamos.
Mas, enquanto os ganhos dos cidadãos mais pobres cresceram mais rápido do que o dos ricos nos últimos anos, a desigualdade de renda mantém-se alta. E a inflação, que corrói o aumento da renda, está sendo um grande fardo aos brasileiros mais pobres. A taxa de inflação do país fechou em 6,09% em agosto, de acordo com o Banco Central, que elevou as taxas de juros diversas vezes este ano.(grifos nossos)
O editoral também reforça que o descuido explícito de Dilma com a inflação
está prejudicando principalmente as camadas mais humildes. Assim como
ataca a educação, apontando que, em testes recentes, brasileiros tiveram
um rendimento abaixo de economias bem menores, como as do Uruguai,
México e Colômbia, o que vem fazendo do nosso mercado pobre em bons
profissionais.
O país também precisa reformar seu sistema de ensino, que faz um trabalho pobre no preparo de jovens para empregos qualificados na indústria e no setor de serviços. Em um teste internacional de habilidades de leitura, matemática e ciências com jovens de até 15 anos de idade, os alunos brasileiros obtiveram menores pontuações que seus vizinhos latinos, como Uruguai, México e Colômbia.(grifos nossos)
O Mais Médicos é citado, mas como um
remendo temporário decorrente de um problema crônico. Que a solução,
segundo eles, está de fato numa reforma educacional que atinja não só o
ensino superior, mas também a base, preparando-a suficientemente bem ou
ela não chegará ao topo.
O Brasil é tão cronicamente escasso de profissionais qualificados que o governo está planejando importar médicos de outros países. Isso pode ser uma boa solução temporária, mas o governo precisa construir mais universidades e melhorar o ensino nas escolas primárias e secundárias para certificar-se de que mais alunos consigam atingir o ensino superior.(grifos nossos)
Resta agora torcer para que a chamada
“mídia golpista” nacional também acorde para o fato de que o Brasil
voltou a ser o país do futuro do pretérito.
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