Decreto presidencial aumentou de 20% para 30% a participação de capital estrangeiro no banco
Por Keila CÂNDIDO
O decreto presidencial publicado na edição desta sexta-feira
25 do Diário Oficial da União, que permite o aumento de 20% para 30% da
participação de estrangeiros no capital total do Banco do Brasil, foi
bem vista pelo mercado. No início da tarde, os papeis do BB apresentavam
valorização de 1,76%, cotados a R$ 28,83. Na avaliação do analista
Flávio Conde, da Gradual Investimentos, o Brasil vai ganhar pontos por
ter tomado a medida. "O investidor estrangeiro é um indutor de preço das
ações num patamar mais elevado", diz Conde. O pico do dia, até aquele
momento, foi às 11h08, quando a alta era de 2,47%, a R$ 29,04.
INVESTIMENTO: estrangeiros poderão ter 30% de capital do BB
A última elevação do limite, de 12,5% para 20%, havia sido feito
em setembro de 2009. O novo aumento autorizado presidenta Dilma,
segundo analistas, não vai ameaçar o controle do Banco. "O BB continua
sendo um banco público com capital misto", diz Luis Miguel Santacreu,
analista de bancos da Austin Rating.
A vantagem para o BB será o
aumento do escopo de investidores de fora querendo comprar ações banco, dado o grande volume de recursos disponíveis
no Exterior. Além do impacto positivo no preço dos papeis, o volume
negociado também tende a crescer. Para Santacreu, isso vai gerar um
círculo virtuoso em âmbito internacional: a ação será mais negociada,
terá maior liquidez e, portanto, terá maior cobertura por parte de
analistas. "Essa movimentação vai fazer com que haja circulação
positiva de informações sobre os papeis do banco", diz o analista.
A estratégia pode será positiva também no longo prazo. Caso o BB
precise, no futuro, emitir ações para impulsionar seu crescimento, terá
mais uma fonte de financiamento e um escopo maior de clientes. "Ele
abre espaço para acessar o mercado internacional com maior volume e não
fica a mercê do mercado local", diz Santacreu. "Países que tratam bem o
investidor estrangeiro tendem a crescer mais no longo prazo", afirma
Conde, da Gradual. Ao ampliar sua atuação no mercado internacional, o
BB será cobrado por mais transparência. "Isso amplia a proteção da
diretoria ante pressões públicas e demanda política", afirma Santacreu.
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