Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
O motivador japonês
Paulo Bellini trouxe do Japão, em 1986, a metodologia empresarial que transformaria a Marcopolo na maior fabricante de carrocerias de ônibus do mundo
Por Ricardo Lacerda
O sangue é italiano. Mas o jeito de trabalhar é japonês. Afinal, foi do Japão que Paulo Bellini trouxe, em 1986, a metodologia empresarial que transformaria a Marcopolo na maior fabricante de carrocerias de ônibus do mundo. Naquela época, ele já acumulava 36 anos de experiência no setor – mesmo assim, não hesitou em abrir mão de tudo que sabia para alterar o modus operandi da empresa. “Trouxemos o desafio de introduzir aqueles programas no chão de fábrica”, explica. No final de 1987, a Marcopolo já havia formado mais de 50 turmas de funcionários que frequentavam aulas em horários fora do expediente. “Eram 2,5 mil pessoas participando, com engenheiro e porteiros misturados, todo mundo entusiasmado”, relembra ele.
Boa parte dessa história foi contada no livro Sua Viagem Começa aqui, escrito por Bellini e lançado no ano passado. Segundo ele, muita coisa mudou na Marcopolo. Hoje, eu ando pela fábrica e pergunto aos funcionários mais antigos: Pô, tu ainda está aqui?”, brinca. Aos 86 anos, agora como presidente emérito, Bellini pode se dedicar a um papel que sempre lhe agradou: o de motivador. “Venho quase todos os dias à empresa e sigo desempenhando esse papel. A verdade é que sou meio viciado nisso.” Além das reuniões do Conselho, às quais não costuma faltar, o fundador da companhia gosta de conversar e orientar executivos – ser um “mentor”, como ele diz.
Mas nem só de trabalho ele vive. Às sextas-feiras, a agenda é preenchida com o já tradicional jogo de golfe em um clube de Caxias do Sul – cidade onde gosta de se mover a bordo de um Mini Cooper de duas cores. “É ligeirinho, pequeno e fácil de manobrar”, explica. Outra paixão são as pescarias, feitas de preferência em rios da Bacia Amazônica, em Rondônia. Uma aventura que costuma ser capitaneada por outro octogenário bastante conhecido da região sul. “A gente vai com o Adelino, que é o chefão da turma. Ele tem um avião e pousa do ladinho da pousada”, relata Bellini, referindo-se a Adelino Colombo, diretor-presidente da Lojas Colombo, de Farroupilha (RS) – e que também já passou dos 80. Em abril, os empresários e outros amigos passaram alguns dias na divisa do Mato Grosso com o Pará, aventurando-se no leito do rio Teles Pires, um dos melhores da região, segundo Bellini.
O fundador da Marcopolo olha para trás com satisfação e para a frente com entusiasmo. Em 2012, a receita líquida da empresa bateu em R$ 3,8 bilhões. Para 2013, se tudo sair conforme o planejado, a receita líquida (pelos critérios tradicionais de contabilidade, que foram alterados neste ano) deve chegar a R$ 4,3 bilhões. Como se vê, o rio está para peixe.
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