sábado, 5 de outubro de 2013

A CEO mais sexy do mundo


Como a empresária Sophia Amoruso, da Califórnia, transformou a Nasty Gal, uma grife de roupas descoladas, em um negócio que movimentou US$ 128 milhões em 2012

Uma das marcas de varejo que mais crescem nos EUA não é comandada por um empreendedor com título de MBA. Seu controlador, aliás, sequer concluiu a faculdade. Muito menos é egresso de um banco de investimentos ou herdeiro de uma tradicional família de empresários. Na verdade, a personagem em questão nem sequer é um homem, mas sim uma jovem beldade: Sophia Amoruso, 28 anos, está transformando sua Nasty Gal em numa das grifes de varejo de moda online mais influentes do mundo. Em 2012, as vendas da marca chegaram a US$ 128 milhões, número espetacular quando comparado ao US$ 1,1 milhão obtido apenas três anos antes. Esse desempenho chamou a atenção de fundos de investimentos do Vale do Silício e até da sisuda Wall Street. 


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Do apê para o mundo: a empresa foi criada em 2006, como uma loja virtual
hospedada no site eBay. Hoje, 35% das vendas são de clientes globais
 
O primeiro a entrar na passarela foi o Index Ventures, baseado na Califórnia e especializado em start-ups. Em menos de um ano, o fundo já investiu US$ 50 milhões na marca. A última rodada ocorreu no fim de 2012 e os recursos foram usados para colocar em prática a segunda fase da estratégia de Sophia: a criação de uma grife com o nome da empresa, lançada no mês passado. “Essa parceria nos garante os recursos necessários para crescermos em bases sustentáveis”, disse. Além de sua meteórica ascensão, ela também chama a atenção pela beleza, que lembra a atriz Anne Hathaway. A morena é tão estonteante que acabou de ser eleita a CEO mais sexy do planeta pelo portal americano Business Insider. O título, certamente, faz jus à moça. 
 
 
O corpo de modelo e o sorriso angelical não passam despercebidos. Mas seu forte é mesmo a capacidade de transformar peças garimpadas em brechós ou em lojas desconhecidas de pequenas cidades em looks desejados pela moçadinha descolada. “Minha receita é simples: tenho de vender por um preço sempre muito maior do que eu paguei pela peça”, afirmou.  Um exemplo que ela sempre conta aos interlocutores aconteceu logo no início de sua trajetória, em 2006, quando montou a Nasty Gal Vintage, uma loja online pendurada no portal eBay. Na época, ela comprou uma jaqueta Chanel, no brechó do Exército da Salvação, por US$ 8 e conseguiu revendê-la por US$ 1 mil. 
 
 
Os números mostram que a estratégia, ao menos por enquanto, tem sido vitoriosa. A margem operacional bruta da grife chega a 60%, de acordo com relatório da Index Ventures, a mesma firma que administra a fortuna de Mark Zuckeberg, fundador do Facebook. Graças ao seu tino para negócios, o faro para encontrar boas peças e a facilidade em manejar as ferramentas das redes sociais, Sophia está levando para o universo digital o modelo fast-fashion inventado pela espanhola Zara e pela sueca H&M. Os looks exibidos no site são trocados inúmeras vezes ao longo do dia, para que as 250 mil fãs tenham sempre a sensação de estar diante de uma nova vitrine. 
 
 
Deste contingente, 100 mil são clientes fiéis, que adquirem ao menos uma roupa, sapato ou colar por mês. O potencial de crescimento da marca está no fato de ela ter conseguido se tornar global sem muita propaganda. Hoje, 35% da receita vem de 50 países fora dos Estados Unidos. Nada mal para quem até pouco tempo ganhava a vida como funcionária de uma escola de arte de São Francisco, onde atuava na portaria conferindo a identidade dos visitantes. A grife, contudo, não foi sempre uma fonte de boas notícias para Sophia. 
 
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O nome Nasty Gal, gíria para garota safada ou garota suja, fez com que a marca fosse identificada por muitos consumidores como uma produtora de filmes pornôs. Apesar de garantir que a escolha do nome não teve o objetivo de chocar os conservadores, é inegável que a sacada teve uma contribuição importante para a popularização do negócio, especialmente em uma época em que ídolos teens, como as debochadas Miley Cyrus e Kate Perry, usam a sexualidade como uma forma de mostrar ao mundo que chegaram à maioridade. Assim como a Nasty Gal de Sophia, a bela.


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