A
presidente Dilma ofereceu, nesta segunda-feira (30/9) ao presidente do
Paraguai, Horacio Cartes, a presidência temporária do Mercosul a partir
de dezembro como forma de o país
retornar ao bloco antes do fim do ano. A proposta, apresentada durante a
visita de Estado, tem como objetivo levar ao paraguaio um gesto político que possa apresentar ao seu país sem que seu retorno pareça um recuo político.
O
governo brasileiro tem se esforçado para apresentar um pacote palatável
a Cartes. Em Paramaribo, na reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul),
Dilma tomou para si a tarefa de reaproximar Venezuela e Paraguai e
reunir Cartes e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Foi quando Maduro
prometeu a indicação de um novo embaixador para Assunção o mais breve
possível - outro gesto que agradou a Cartes. De acordo com um diplomata
brasileiro com acesso às negociações, o gesto de Dilma, de negociar a
aproximação, "pegou muito bem" entre os paraguaios.
"O Paraguai está em processo de
volta ao Mercosul, tem o tempo deles, está no processo deles de retorno.
O Brasil tem todo o interesse nessa volta e no
fato de que a nossa relação bilateral, como vocês podem ver, nós
mantivemos intacta", afirmou Dilma, após terminar o encontro com Cartes.
Por sua vez, o
paraguaio Cartes reafirmou o interesse nas relações com os vizinhos,
especialmente o Brasil, mas não mencionou o Mercosul durante o encontro com Dilma. Mais tarde, no Senado, Cartes disse que pretende ver o Paraguai de volta ao bloco "o mais rápido possível".
A presidência do Mercosul foi
definida na formação do bloco, há 22 anos. É rotativa, a cada seis
meses, e em ordem alfabética: Argentina, Brasil, Paraguai,
Uruguai - e agora Venezuela. A única quebra ocorreu em 2012, com a
suspensão do Paraguai, em razão do processo sumário, de 24 horas, que
resultou no impeachment do presidente Fernando Lugo. No entender dos
membros do bloco, a destituição feriu a Cláusula Democrática do Mercosul.
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