QUIQUE GARCIA/AFP
Turistas: a escolha dos quatro países levou em conta o fluxo ao Brasil
Pesquisa do Ministério do Turismo,
com informações até o último dia 15, constatou que dos 53,3 mil
turistas da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos e do Japão que
ingressaram no país a partir de 28 de julho, para participar dos Jogos Olímpicos
Rio 2016, 75% foram beneficiados com a isenção unilateral de vistos,
decidida em conjunto pelos ministérios do Turismo, da Justiça e das
Relações Exteriores.
O governo já
estuda prorrogar essa medida, que entrou em vigor em 1º de junho e
tinha por objetivo estimular a vinda de visitantes desses países, que
responderam, no ano passado, pela entrada de 759 mil pessoas no Brasil.
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A escolha dos quatro países levou em conta o fluxo ao Brasil, os gastos
desses visitantes no país e o baixo risco migratório e de segurança.
O diretor de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José
Francisco de Salles Lopes, destacou que os 75% de turistas beneficiados
pela isenção de visto representaram 40 mil pessoas não residentes.
“Isso, multiplicado pelo valor de gasto médio durante a Olimpíada, que é
pouco mais de US$ 1,2 mil, nos deu um total de US$ 48,5 milhões”. O
diretor observou, porém, que o montante de recursos que ingressaram no
Brasil deverá ser maior, considerando-se que a isenção vale até o
encerramento da Paralimpíada, no dia 18 de setembro próximo.
O estudo mostra ainda que 82,2% dos turistas estrangeiros afirmaram que a dispensa do visto facilitaria o retorno ao país.
Na avaliação do ministro interino do Turismo, Alberto Alves, a sondagem
comprova o acerto da estratégia do governo federal. Ele não tem dúvida
de que o turismo será um dos principais legados que os jogos deixarão
para o país.
“O mundo se encantou com a hospitalidade do brasileiro e com as belezas
dos nossos atrativos. Não por acaso, 87% dos visitantes internacionais
declararam ter a intenção de voltar”, acrescentou Alves.
Salles Lopes disse que a própria Organização Mundial do Turismo (OMT)
defende a isenção de vistos, argumentando que quando um país concede a
isenção, aumenta, em média, 20% a entrada de pessoas e de dinheiro.
Considerando que, em 2015, vieram ao Brasil 759 mil turistas dos Estados
Unidos, do Japão, da Austrália e do Canadá, que gastaram US$ 876
milhões, o diretor estimou que se estivesse funcionando uma estrutura de
isenção de vistos semelhante à do ano passado, haveria um gasto extra
de US$ 175 milhões desses visitantes.
O ministério calcula que a manutenção da isenção de forma permanente
provocaria impacto positivo na economia nacional da ordem de US$ 175,2
milhões por ano, devido ao aumento de 20% no fluxo de turistas dos
quatro países citados.
Prorrogação
O Ministério do Turismo já teve uma primeira reunião com a Casa Civil da
Presidência da República e o Ministério das Relações Exteriores para
tratar da possibilidade de estender o prazo de isenção do visto que, por
lei, deixa de vigorar com o encerramento da Paralimpíada.
De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, embora se encerre
no dia 18 de setembro, pessoas dos quatro países beneficiados que
entrarem até essa data poderão permanecer no Brasil por 90 dias.
Para conseguir uma isenção maior, será necessário um novo projeto de
lei. “É uma decisão interministerial que vai até o presidente da
República”, disse Salles Lopes.
A extensão da isenção a mais países, além dos quatro originalmente
atendidos, está sendo analisada, com foco especial na China. Dados da
OMT referentes a 2014 mostram que 100 milhões de chineses viajam pelo
mundo a cada ano.
Desse total, apenas 57 mil vieram ao Brasil em 2014, segundo o Anuário Estatístico do Ministério do Turismo.
A pesquisa terá continuidade e só será concluída com o fim da
Paralimpíada. “O impacto é maior do que o que nós temos até o momento”,
garantiu o diretor do ministério.
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