Aclamado por seus pares ao chegar ao almoço anual que promove para marcar a abertura da safra de cana-de-açúcar em Minas Gerais, José Francisco Santos, 61 – fundador da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e da JF Citrus –, exala carisma ao cumprimentar todos os cerca de 300 convidados. No discurso, dispara frases como: “Criei meus filhos para serem gestores, e não herdeiros”, referindo-se a Francisco José, diretor da JF Citrus, uma das quatro maiores produtoras de laranja do país; Carlos Eduardo, presidente da CMAA; e Luiz Gustavo, membro do conselho da JF Citrus e da CMAA.
É com toda essa energia contagiante que José Francisco Santos,
presidente do conselho de administração da CMAA e da JF Citrus, fala
também do novo investimento do grupo – uma usina de açúcar dentro da
unidade Vale do Pontal, em Limeira do Oeste, no Triângulo Mineiro, que
será inaugurada no dia 16 de maio. O investimento total – incluindo a
compra da usina, a plantação e a área de açúcar – Santos calcula que foi
de R$ 450 milhões a R$ 500 milhões. “Serão 2,5 milhões de toneladas de
cana. Ela vai produzir álcool, açúcar e energia”, conta Santos. Só para
adaptar e criar a fábrica de açúcar foram investidos R$ 80 milhões para a
produção de 60 mil toneladas de açúcar. A área plantada é de 20 mil
hectares.
A outra usina da CMAA, a Vale do Tijuco, em Uberaba, no Triângulo
Mineiro, já está com a moagem anual de 4 milhões de toneladas de cana
numa área plantada de 50 mil hectares. Lá são produzidos 35 mil sacos de
açúcar por dia. “Ficamos em terceiro lugar no ano passado. Prefiro
estar entre os melhores do que estar entre os maiores”, dispara Santos,
diante de um crescimento sustentável do grupo.
Empregos gerados. O presidente da CMAA, Carlos Eduardo Turchetto
Santos, conta que as duas usinas geram 2.000 empregos diretos, sendo
1.300 na Vale do Tijuco e 700 na Vale do Pontal. “Com a fábrica de
açúcar, houve um incremento de quase cem pessoas já contratadas e em
treinamento”. Juntas, as duas usinas vão faturar R$ 1 bilhão neste ano.
Questionado sobre se tem mais alguma unidade sucroenergética no
radar, Santos, antes de responder, pensa por instantes, olha para o
horizonte e responde: “Pode ter. Mas o mercado melhorou. Usina que tem
cana boa para moer e boas terras não está passando dificuldades”,
desconversa.
JF Citrus está entre as 4 maiores
Mineiro de Oliveira, José Francisco Santos é um dos quatro maiores
produtores do país com sua JF Citrus. “Neste ano vamos produzir 8
milhões de caixas de laranja, sendo 90% para exportação. Trabalhamos
mais com suco concentrado”, diz, animado. Cada caixa de laranja tem 40,8
kg, acrescenta o empresário, que tem 700 empregados e outros 2.000 na
safra.
Com uma área plantada de 12 mil hectares para o negócio da laranja,
Santos explica que as plantações estão distribuídas entre Minas Gerais e
São Paulo, sendo que esse último detém 70% da produção. “Temos laranja
em Avaré, Mogi Mirim e Bebedouro (as três em São Paulo) e, em Minas, na
cidade do Prata, onde temos mais de 1 milhão de pés irrigados, e em
Comendador Gomes”, afirma.
Santos conta que paga US$ 400 para cada tonelada de suco de laranja
que exporta, por isso ele é a favor de uma taxa para o Brasil importar
etanol
(O Tempo)
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