REUTERS/Yannis Behrakis
Pesquisas de opinião mostram que a maioria da população grega é favorável à permanência do país na zona do euro
São Paulo - O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou na noite desta terça-feira que não recebeu da Grécia a parcela de pagamento de empréstimo que vencia ontem.
Com isso, a Grécia se tornou o primeiro país desenvolvido da história a
dar um calote na instituição, e o primeiro a fazer isso desde o
Zimbábue em 2001.
Tsipras ofereceu novas concessões ao resto da Europa
para tentar fechar um acordo, mas não recuou do referendo marcado para
domingo sobre a possibilidade de resgate. 3 vencedores do prêmio Nobel declararam recentemente como votariam.
Enquanto isso, uma campanha virtual tenta levantar recursos para o país através do crowdfunding,
sistema de financiamento coletivo com contribuições de muitas pessoas
em troca de pequenas recompensas. Se a meta não for alcançada, o
dinheiro é devolvido.
Neste caso, quem quiser pode comprar um cartão postal do
primeiro-ministro Alex Tsipras (€ 3), um queijo feta com salada de oliva
(€ 6), uma garrafa da bebida local ouzo (€ 10), uma garrafa de vinho
grego (€ 25), uma cesta de comidas gregas (€ 160) ou um feriado de uma
semana em Atenas para 2 pessoas (€ 5.000).
A ideia é que cada um dos 500 milhões de europeus precisaria contribuir
com pouco mais de 3 euros para chegar no € 1,6 bilhão necessário para
essa rodada do resgate. Até a tarde desta quarta-feira, € 995 mil haviam
sido levantados por 58 mil pessoas.
Criador
Por trás da iniciativa está Thomas Feeney, um inglês de York com 29
anos que trabalha em uma loja de sapatos em Londres. Em artigo no jornal
britânico The Guardian publicado hoje, ele explicou sua motivação:
"Eu estava farto da hesitação dos nossos políticos. Toda vez que uma
solução para resgatar a Grécia é adiada, é uma chance para os políticos
posarem e mostrarem seu poder enquanto o efeito real cai sobre o povo
grego".
A página no site Indie GoGo (que chegou a cair temporariamente pelo
movimento) deixa claro: isso não é uma brincadeira. Ainda assim, deve
acabar funcionando mais como protesto do que como possibilidade concreta
de tirar a Grécia do buraco.
"É uma reação ao bullying do povo grego por políticos europeus, mas
poderia ser facilmente sobre políticos britânicos e seu bullying nas
pessoas do Norte da Inglaterra, Escócia e País de Gales. Quero que as
pessoas da Europa percebam que existe uma outra opção à austeridade,
apesar do que dizem David Cameron e Angela Merkel".
A lista de contribuições até a madrugada desta quarta-feira era
liderada por alemães, britânicos e austríacos, de acordo com um post na
conta de Twitter de Feeney:
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