Houve blecaute quase total de notícias sobre a 7ª
reunião de cúpula dos BRICS, dessa vez em Ufa, Rússia. Nenhuma das
grandes organizações comerciais da imprensa-empresa está cobrindo as reuniões
ou fazendo qualquer esforço para explicar o que se passa. Resultado disso,
o povo norte-americano [e do povo brasileiro, então, NEM SE FALA!] continua
praticamente em total ignorância sobre uma poderosa coalizão de países que
estão implantando um sistema alternativo que reduzirá muito a influência dos
EUA no mundo e porá fim à atual era do domínio da superpotência.
Vamos ao que interessa: Presidentes dos países
BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) dão-se conta de que a
segurança global não pode ficar entregue a um país que vê a guerra como meio
aceitável para alcançar seus objetivos geopolíticos. Dão-se conta também
de que não podem alcançar estabilidade financeira enquanto Washington ditar as
regras, emitir a moeda "internacional" de facto e
controla as principais alavancas do poder financeiro global.
Essa é a razão pela qual os países BRICS decidiram adotar outro curso, libertar-se
gradualmente do ainda existente sistema de Bretton Woods, e criar sistema
paralelo que atenda melhor os seus próprios interesses.
Logicamente, se focaram nos blocos básicos sobre os
quais se apoia o atual sistema liderado pelos EUA, vale dizer, as instituições
das quais os EUA derivam seu extraordinário poder: o dólar, o mercado do
Tesouro dos EUA e o FMI. Substitua esses blocos básicos, prossegue o
raciocínio, e a "nação indispensável" converte-se em simples mais um
país lutando para manter-se à tona. Eis o que se lê no Asia Times:
"Líderes dos BRICS... lançaram o Novo Banco do
Desenvolvimento, que exigiu três anos de negociações até ser constituído e
começar a operar. Com capital inicial de cerca de $50 bilhões, espera-se que o
banco comece, no próximo ano, a emitir empréstimos para financiar projetos de
infraestrutura. Também lançaram um fundo $100 bilhões para câmbio de moeda
estrangeira."
As duas iniciativas são confirmação de que os cinco
maiores mercados emergentes estão ambos de olhos uns nos outros e procurando a
mão uns dos outros, simultaneamente, afastando-se das instituições ocidentais
de financiamento do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional
(FMI).
"Os Estados BRICS têm planos para usar ativamente seus recursos próprios e
internos para o desenvolvimento" - disse Putin, segundo a Reuters. -
"O Novo Banco de Desenvolvimento ajudará a financiar projetos conjuntos,
de grande escala em transporte e infraestrutura de energia, desenvolvimento
industrial." (...) Dar a partida para as duas iniciativas na Rússia,
sempre foi das mais altas prioridades de Putin" ("Russia's Putin
scores points at Ufa BRICS summit", Asia Times).
Fácil ver o que está acontecendo. Já viram? Putin localizou as fragilidades do
Império e está saltando para chegar à jugular. Putin está dizendo é os BRICS
vão emitir dívida própria, vão comandar o próprio sistema, vão financiar os
próprios projetos, e tudo isso, "nós o faremos em nossa própria
moeda". Cabuuuuum! A única coisa que sobrará para os outros fazerem será
gerenciar o rápido declínio econômico deles mesmos. "E passem muito
bem!" Não é um muito preciso resumo do que Putin está dizendo?
Assim você pode ver, caro leitor, por que nada disso está sendo noticiado nem
por jornais nem pelas redes de televisão nos EUA. Washington prefere que
ninguém saiba o quanto os EUA estão estragando tudo, alienando os países que
mais crescem no mundo.
A Conferência de Ufa foi um divisor de água. E enquanto o Pentágono só sabe
mandar tropas e equipamento militar para junto das fronteiras da Rússia, com
falastrão após falastrão lá sempre, nas telinhas e nos jornais, a estertorar
sobre "a ameaça russa".
Mas os BRICS ainda nem saíram completamente da órbita de Washington. Ainda
seguem a liderança de homens e mulheres que - dito bem francamente - agem
exatamente como os líderes norte-americanos agiam quando os EUA estavam por
cima. São gente que "pensa grande", que quer conectar continentes por
estradas de ferro para trens de alta velocidade, elevar os padrões de vida até
que ultrapassem qualquer moderação racional, e transformar os seus próprios
países em dínamos manufatureiros. O que os líderes norte-americanos sonham
fazer? Guerra de milhões de drones? Equilibrar o orçamento? Proibir
a bandeira dos Confederados?
É piada. Ninguém em Washington tem qualquer tipo de plano para o futuro. Tudo é
só pose e falsidade e oportunismo politiqueiro. Veja o que diz The
Hindu:
"China e Rússia
descreveram os BRICS, a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e a União
Econômica Eurasiana (UEE) como o núcleo duro de uma nova ordem internacional
(...)
O presidente Vladimir Putin da Rússia disse que "Não há dúvidas - temos
todas as premissas necessárias para expandir os horizontes de cooperação
mutuamente benéfica, para reunir nossas fontes de matérias primas, nosso
capital humano e gigantescos mercados consumidores para uma poderosa avançada
econômica."
A agência russa de notícias Tass também citou o presidente
Putin, quando disse que o continente eurasiano tem vasto potencial para
trânsito. Putin destacou "a construção de novas e eficientes cadeias de
logística e de transporte, em particular a implementação da iniciativa do
cinturão econômico da Rota da Seda e o desenvolvimento dos transportes na parte
leste da Rússia e Sibéria. Assim se podem aproximar os crescentes mercados nas
economias da Ásia e da Europa, maduras e ricas em realizações industriais e
tecnológicas. Ao mesmo tempo, nossos países poderão tornar-se comercialmente
mais viáveis na concorrência por investimentos, para criar mais empregos, para
empreendimentos avançados" - disse o presidente russo." (...).
A reunião também reconheceu "o potencial para expandir o uso de nossas
moedas nacionais em transações entre os países BRICS." ("BRICS, SCO,
EAEU can define new world order: China, Russia", The Hindu)
O dólar danou-se. O FMI
danou-se. O mercado para papéis da dívida dos EUA danou-se. As instituições que
dão suporte ao poder dos EUA estão desabando, bem aí diante dos nossos olhos.
Os BRICS cansaram-se; cansaram-se de guerras, cansaram-se de Wall Street,
cansaram-se de intromissões e hipocrisias e de arrocho e de lições sobre o que
fazer e o que não fazer. O que vem dos BRICS é um aceno de despedida. Claro que
levará tempo, mas Ufa, Rússia, marca uma mudança fundamental no pensamento, uma
mudança fundamental na abordagem e uma mudança fundamental na orientação
estratégica.
Os BRICS não voltarão atrás, estão de partida para sempre, assim como o
"pivô para a Ásia" dos EUA acabou para sempre. Há resistência demais.
Washington superestimou a própria mão. Esgotou a boa vontade dos outros. As
pessoas estão fartas de nós. Quem pode culpá-las? *****
10/7/2017, Mike
Whitney, Counterpunch
- See more at:
http://port.pravda.ru/russa/12-07-2015/39040-putin_brics-0/#sthash.K9G3CdkQ.dpuf
Putin comanda o Levante dos BRICS
Houve blecaute quase total de notícias sobre a 7ª reunião de cúpula dos
BRICS,
dessa vez em Ufa, Rússia. Nenhuma das grandes organizações comerciais
da imprensa-empresa está cobrindo as reuniões ou fazendo qualquer
esforço para explicar o que se passa. Resultado disso, o povo
norte-americano [e do povo brasileiro, então, NEM SE FALA!] continua
praticamente em total ignorância sobre uma poderosa coalizão de países
que estão implantando um sistema alternativo que reduzirá muito a
influência dos EUA no mundo e porá fim à atual era do domínio da
superpotência.
Vamos ao que interessa: Presidentes dos
países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) dão-se conta
de que a segurança global não pode ficar entregue a um país que vê a
guerra como meio aceitável para alcançar seus objetivos
geopolíticos. Dão-se conta também de que não podem alcançar estabilidade
financeira enquanto Washington ditar as regras, emitir a moeda
"internacional" de facto e controla as principais alavancas do poder financeiro global.
Essa é a razão pela qual os países
BRICS
decidiram adotar outro curso, libertar-se gradualmente do ainda
existente sistema de Bretton Woods, e criar sistema paralelo que atenda
melhor os seus próprios interesses.
Logicamente, se focaram
nos blocos básicos sobre os quais se apoia o atual sistema liderado
pelos EUA, vale dizer, as instituições das quais os EUA derivam seu
extraordinário poder: o dólar, o mercado do Tesouro dos EUA e o FMI.
Substitua esses blocos básicos, prossegue o raciocínio, e a "nação
indispensável" converte-se em simples mais um país lutando para
manter-se à tona. Eis o que se lê no
Asia Times:
"Líderes dos
BRICS...
lançaram o Novo Banco do Desenvolvimento, que exigiu três anos de
negociações até ser constituído e começar a operar. Com capital inicial
de cerca de $50 bilhões, espera-se que o banco comece, no próximo ano, a
emitir empréstimos para financiar projetos de infraestrutura. Também
lançaram um fundo $100 bilhões para câmbio de moeda estrangeira."
As duas iniciativas são confirmação de que os cinco maiores mercados
emergentes estão ambos de olhos uns nos outros e procurando a mão uns
dos outros, simultaneamente, afastando-se das instituições ocidentais de
financiamento do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional
(FMI).
"Os Estados BRICS têm planos para usar ativamente seus
recursos próprios e internos para o desenvolvimento" - disse Putin,
segundo a Reuters. - "O Novo Banco de Desenvolvimento ajudará a
financiar projetos conjuntos, de grande escala em transporte e
infraestrutura de energia, desenvolvimento industrial." (...) Dar a
partida para as duas iniciativas na Rússia, sempre foi das mais altas
prioridades de Putin" ("Russia's Putin scores points at Ufa BRICS
summit",
Asia Times).
Fácil ver o que está acontecendo.
Já viram? Putin localizou as fragilidades do Império e está saltando
para chegar à jugular. Putin está dizendo é os BRICS vão emitir dívida
própria, vão comandar o próprio sistema, vão financiar os próprios
projetos, e tudo isso, "nós o faremos em nossa própria moeda".
Cabuuuuum! A única coisa que sobrará para os outros fazerem será
gerenciar o rápido declínio econômico deles mesmos. "E passem muito
bem!" Não é um muito preciso resumo do que Putin está dizendo?
Assim você pode ver, caro leitor, por que nada disso está sendo
noticiado nem por jornais nem pelas redes de televisão nos EUA.
Washington prefere que ninguém saiba o quanto os EUA estão estragando
tudo, alienando os países que mais crescem no mundo.
A
Conferência de Ufa foi um divisor de água. E enquanto o Pentágono só
sabe mandar tropas e equipamento militar para junto das fronteiras da
Rússia, com falastrão após falastrão lá sempre, nas telinhas e nos
jornais, a estertorar sobre "a ameaça russa".
Mas os BRICS
ainda nem saíram completamente da órbita de Washington. Ainda seguem a
liderança de homens e mulheres que - dito bem francamente - agem
exatamente como os líderes norte-americanos agiam quando os EUA estavam
por cima. São gente que "pensa grande", que quer conectar continentes
por estradas de ferro para trens de alta velocidade, elevar os padrões
de vida até que ultrapassem qualquer moderação racional, e transformar
os seus próprios países em dínamos manufatureiros. O que os líderes
norte-americanos sonham fazer? Guerra de milhões de drones? Equilibrar o orçamento? Proibir a bandeira dos Confederados?
É piada. Ninguém em Washington tem qualquer tipo de plano para o
futuro. Tudo é só pose e falsidade e oportunismo politiqueiro. Veja o
que diz The Hindu:
"China e Rússia descreveram os BRICS, a
Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e a União Econômica Eurasiana
(UEE) como o núcleo duro de uma nova ordem internacional (...)
O
presidente Vladimir Putin da Rússia disse que "Não há dúvidas - temos
todas as premissas necessárias para expandir os horizontes de cooperação
mutuamente benéfica, para reunir nossas fontes de matérias primas,
nosso capital humano e gigantescos mercados consumidores para uma
poderosa avançada econômica."
A agência russa de notícias Tass também
citou o presidente Putin, quando disse que o continente eurasiano tem
vasto potencial para trânsito. Putin destacou "a construção de novas e
eficientes cadeias de logística e de transporte, em particular a
implementação da iniciativa do cinturão econômico da Rota da Seda e o
desenvolvimento dos transportes na parte leste da Rússia e Sibéria.
Assim se podem aproximar os crescentes mercados nas economias da Ásia e
da Europa, maduras e ricas em realizações industriais e tecnológicas. Ao
mesmo tempo, nossos países poderão tornar-se comercialmente mais
viáveis na concorrência por investimentos, para criar mais empregos,
para empreendimentos avançados" - disse o presidente russo." (...).
A reunião também reconheceu "o potencial para expandir o uso de nossas
moedas nacionais em transações entre os países BRICS." ("BRICS, SCO,
EAEU can define new world order: China, Russia", The Hindu)
O dólar danou-se. O FMI danou-se. O
mercado para papéis da dívida dos EUA danou-se. As instituições que dão
suporte ao poder dos EUA estão desabando, bem aí diante dos nossos
olhos. Os BRICS cansaram-se; cansaram-se de guerras, cansaram-se de Wall
Street, cansaram-se de intromissões e hipocrisias e de arrocho e de
lições sobre o que fazer e o que não fazer. O que vem dos BRICS é um
aceno de despedida. Claro que levará tempo, mas Ufa, Rússia, marca uma
mudança fundamental no pensamento, uma mudança fundamental na abordagem e
uma mudança fundamental na orientação estratégica.
Os BRICS
não voltarão atrás, estão de partida para sempre, assim como o "pivô
para a Ásia" dos EUA acabou para sempre. Há resistência demais.
Washington superestimou a própria mão. Esgotou a boa vontade dos outros.
As pessoas estão fartas de nós. Quem pode culpá-las? *****
10/7/2017, Mike Whitney, Counterpunch
- See more at: http://port.pravda.ru/russa/12-07-2015/39040-putin_brics-0/#sthash.K9G3CdkQ.dpuf
Putin comanda o Levante dos BRICS
Houve blecaute quase total de notícias sobre a 7ª reunião de cúpula dos
BRICS,
dessa vez em Ufa, Rússia. Nenhuma das grandes organizações comerciais
da imprensa-empresa está cobrindo as reuniões ou fazendo qualquer
esforço para explicar o que se passa. Resultado disso, o povo
norte-americano [e do povo brasileiro, então, NEM SE FALA!] continua
praticamente em total ignorância sobre uma poderosa coalizão de países
que estão implantando um sistema alternativo que reduzirá muito a
influência dos EUA no mundo e porá fim à atual era do domínio da
superpotência.
Vamos ao que interessa: Presidentes dos
países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) dão-se conta
de que a segurança global não pode ficar entregue a um país que vê a
guerra como meio aceitável para alcançar seus objetivos
geopolíticos. Dão-se conta também de que não podem alcançar estabilidade
financeira enquanto Washington ditar as regras, emitir a moeda
"internacional" de facto e controla as principais alavancas do poder financeiro global.
Essa é a razão pela qual os países
BRICS
decidiram adotar outro curso, libertar-se gradualmente do ainda
existente sistema de Bretton Woods, e criar sistema paralelo que atenda
melhor os seus próprios interesses.
Logicamente, se focaram
nos blocos básicos sobre os quais se apoia o atual sistema liderado
pelos EUA, vale dizer, as instituições das quais os EUA derivam seu
extraordinário poder: o dólar, o mercado do Tesouro dos EUA e o FMI.
Substitua esses blocos básicos, prossegue o raciocínio, e a "nação
indispensável" converte-se em simples mais um país lutando para
manter-se à tona. Eis o que se lê no
Asia Times:
"Líderes dos
BRICS...
lançaram o Novo Banco do Desenvolvimento, que exigiu três anos de
negociações até ser constituído e começar a operar. Com capital inicial
de cerca de $50 bilhões, espera-se que o banco comece, no próximo ano, a
emitir empréstimos para financiar projetos de infraestrutura. Também
lançaram um fundo $100 bilhões para câmbio de moeda estrangeira."
As duas iniciativas são confirmação de que os cinco maiores mercados
emergentes estão ambos de olhos uns nos outros e procurando a mão uns
dos outros, simultaneamente, afastando-se das instituições ocidentais de
financiamento do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional
(FMI).
"Os Estados BRICS têm planos para usar ativamente seus
recursos próprios e internos para o desenvolvimento" - disse Putin,
segundo a Reuters. - "O Novo Banco de Desenvolvimento ajudará a
financiar projetos conjuntos, de grande escala em transporte e
infraestrutura de energia, desenvolvimento industrial." (...) Dar a
partida para as duas iniciativas na Rússia, sempre foi das mais altas
prioridades de Putin" ("Russia's Putin scores points at Ufa BRICS
summit",
Asia Times).
Fácil ver o que está acontecendo.
Já viram? Putin localizou as fragilidades do Império e está saltando
para chegar à jugular. Putin está dizendo é os BRICS vão emitir dívida
própria, vão comandar o próprio sistema, vão financiar os próprios
projetos, e tudo isso, "nós o faremos em nossa própria moeda".
Cabuuuuum! A única coisa que sobrará para os outros fazerem será
gerenciar o rápido declínio econômico deles mesmos. "E passem muito
bem!" Não é um muito preciso resumo do que Putin está dizendo?
Assim você pode ver, caro leitor, por que nada disso está sendo
noticiado nem por jornais nem pelas redes de televisão nos EUA.
Washington prefere que ninguém saiba o quanto os EUA estão estragando
tudo, alienando os países que mais crescem no mundo.
A
Conferência de Ufa foi um divisor de água. E enquanto o Pentágono só
sabe mandar tropas e equipamento militar para junto das fronteiras da
Rússia, com falastrão após falastrão lá sempre, nas telinhas e nos
jornais, a estertorar sobre "a ameaça russa".
Mas os BRICS
ainda nem saíram completamente da órbita de Washington. Ainda seguem a
liderança de homens e mulheres que - dito bem francamente - agem
exatamente como os líderes norte-americanos agiam quando os EUA estavam
por cima. São gente que "pensa grande", que quer conectar continentes
por estradas de ferro para trens de alta velocidade, elevar os padrões
de vida até que ultrapassem qualquer moderação racional, e transformar
os seus próprios países em dínamos manufatureiros. O que os líderes
norte-americanos sonham fazer? Guerra de milhões de drones? Equilibrar o orçamento? Proibir a bandeira dos Confederados?
É piada. Ninguém em Washington tem qualquer tipo de plano para o
futuro. Tudo é só pose e falsidade e oportunismo politiqueiro. Veja o
que diz The Hindu:
"China e Rússia descreveram os BRICS, a
Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e a União Econômica Eurasiana
(UEE) como o núcleo duro de uma nova ordem internacional (...)
O
presidente Vladimir Putin da Rússia disse que "Não há dúvidas - temos
todas as premissas necessárias para expandir os horizontes de cooperação
mutuamente benéfica, para reunir nossas fontes de matérias primas,
nosso capital humano e gigantescos mercados consumidores para uma
poderosa avançada econômica."
A agência russa de notícias Tass também
citou o presidente Putin, quando disse que o continente eurasiano tem
vasto potencial para trânsito. Putin destacou "a construção de novas e
eficientes cadeias de logística e de transporte, em particular a
implementação da iniciativa do cinturão econômico da Rota da Seda e o
desenvolvimento dos transportes na parte leste da Rússia e Sibéria.
Assim se podem aproximar os crescentes mercados nas economias da Ásia e
da Europa, maduras e ricas em realizações industriais e tecnológicas. Ao
mesmo tempo, nossos países poderão tornar-se comercialmente mais
viáveis na concorrência por investimentos, para criar mais empregos,
para empreendimentos avançados" - disse o presidente russo." (...).
A reunião também reconheceu "o potencial para expandir o uso de nossas
moedas nacionais em transações entre os países BRICS." ("BRICS, SCO,
EAEU can define new world order: China, Russia", The Hindu)
O dólar danou-se. O FMI danou-se. O
mercado para papéis da dívida dos EUA danou-se. As instituições que dão
suporte ao poder dos EUA estão desabando, bem aí diante dos nossos
olhos. Os BRICS cansaram-se; cansaram-se de guerras, cansaram-se de Wall
Street, cansaram-se de intromissões e hipocrisias e de arrocho e de
lições sobre o que fazer e o que não fazer. O que vem dos BRICS é um
aceno de despedida. Claro que levará tempo, mas Ufa, Rússia, marca uma
mudança fundamental no pensamento, uma mudança fundamental na abordagem e
uma mudança fundamental na orientação estratégica.
Os BRICS
não voltarão atrás, estão de partida para sempre, assim como o "pivô
para a Ásia" dos EUA acabou para sempre. Há resistência demais.
Washington superestimou a própria mão. Esgotou a boa vontade dos outros.
As pessoas estão fartas de nós. Quem pode culpá-las? *****
10/7/2017, Mike Whitney, Counterpunch
- See more at: http://port.pravda.ru/russa/12-07-2015/39040-putin_brics-0/#sthash.K9G3CdkQ.dpuf
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