Metrô de São Paulo/ Divulgação
Construção da estação Oscar Freire, linha 4 amarela do metrô: segundo a
nota, a empresa diminuiu o ritmo das obras desde o fim do ano passado,
ocasionando o não cumprimento dos prazos
São Paulo - O Metrô de São Paulo
entrou ontem (29) com um processo para rescindir unilateralmente os
contratos de obras para construção das estações Higienópolis/Mackenzie,
Oscar Freire, São Paulo/Morumbi e Vila Sônia, que fazem parte da segunda
fase da Linha 4. Somadas, as multas previstas nos contratos podem
chegar a R$ 23 milhões.
De acordo com nota enviada pelo governo estadual, o consórcio Isolux
Corsan-Corviam foi notificado por não cumprir os contratos assinados em
2012 nos prazos estabelecidos, desistência da execução contratual
(abandono da obra), não atendimento das normas de qualidade, segurança
do trabalho e meio ambiente, ausência de pagamento das subcontratadas e
violação de várias cláusulas contratuais.
Segundo a nota, a empresa diminuiu o ritmo das obras desde o fim do ano
passado, ocasionando o não cumprimento dos prazos. “O Metrô notificou a
empresa várias vezes e acionou o Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento (Bird) – órgão internacional financiador do projeto –,
de modo que uma vistoria fosse feita”.
Em março, após visita de missão do banco, governo e empresa assinaram um
acordo com a previsão de que os serviços do lote 1, incluindo as
estações Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, pátio e terminal de
ônibus de Vila Sônia, deveriam ser retomados até o fim de abril, com 12
meses para conclusão. O contrato para a execução do lote 2, das estações
São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, seria rescindido.
O governo informou ainda que os operários da Corsan-Corviam retornaram
aos canteiros de obras em abril, mas não avançaram no serviço por causa
da falta de materiais e equipamentos. Com isso, as cláusulas contratuais
foram violadas.
De acordo com o Metrô, os fatos culminaram na abertura de processo
administrativo de rescisão unilateral, suspensão temporária do consórcio
em participar de novas licitações e impedimento de contratação com a
Companhia.
A decisão, tomada em consenso com o Bird, permite a abertura de novos processos licitatórios para contratação das obras.
Também por meio de nota, o consórcio Isolux Corsan-Corviam informou que
há cerca de 15 dias encaminhou ao Metrô uma carta em que solicitava a
regularização dos aditivos e a entrega de projetos executivos, sem os
quais a continuidades das obras tornava-se impossível.
“Como não houve nenhuma manifestação do Metrô, reforçando as limitações
gerenciais daquele órgão, a empresa tomou a decisão de pedir a rescisão
do contrato e encaminhar a questão para um processo de arbitragem. Isto
também significa que nenhuma multa foi aplicada”, acrescentou o
consórcio.
A empresa esclareceu que já apresentou ao Metrô um plano de
desmobilização das obras, lamentou o desfecho, mas está convencida de
que a decisão tomada era a única possível.
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