Geraldo Magela/ Agência Senado
Delcídio do Amaral: segundo a revista IstoÉ, o senador acusou a
presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na
Operação Lava Jato por meio do Judiciário
Andreza Matais, do Estadão Conteúdo
Brasília - A revista IstoÉ divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) que teria 400 páginas. O senador acusou a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário.
"É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no
sentido de promover a soltura de réus presos na operação", afirmou
Delcídio na delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o
Ministério da Justiça alegando sofrer pressões do PT.
Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela
nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de
Justiça (STJ). "Tal nomeação seria relevante para o governo", pois o
nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ",
afirma a reportagem.
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Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com
Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar "com o
desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o
compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de
Azevedo", da Andrade Gutierrez.
Conforme a IstoÉ, Delcídio se reuniu com Navarro no próprio Palácio do
Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera, o que, segundo
o senador, pode ser atestado pelas câmeras de segurança. No STJ,
Navarro cumpriu a suposta orientação, mas foi voto vencido.
Na sua deleção, Delcídio citou vários nomes, entre eles o do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da
compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.
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