Adriano Machado/ Reuters
Ex-presidente Lula: o acordo com investigadores ainda não foi formalizado, segundo interlocutores do empresário
Andreza Matais, do Estadão Conteúdo
Fábio Fabrini, do Estadão Conteúdo
Fausto Macedo, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O empresário José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, dono da OAS,
admitiu a pessoas próximas fechar um acordo de delação premiada com
investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) responsáveis
pela Operação Lava Jato.
Um dos empresários mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, ele deve contar, numa eventual colaboração, detalhes sobre o
esquema de corrupção na Petrobras e sobre obras feitas pela empreiteira
em imóveis de Atibaia e do Guarujá para a família do petista.
O acordo com investigadores ainda não foi formalizado, segundo
interlocutores do empresário ouvidos pela reportagem, mas voltou ao
radar do empresário depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), num
novo entendimento, autorizou a execução de penas de prisão após a
confirmação de sentenças em segunda instância - antes, isso ocorria após
o trânsito em julgado, com o esgotamento de todos os recursos da
defesa.
Outro fator levado em consideração foi a apreensão, pela Polícia
Federal, de mensagens de celular trocadas por Léo Pinheiro com outros
executivos e dezenas de políticos.
A avaliação é de que o material pode comprometê-lo ainda mais na Lava Jato, fundamentando novo decreto de prisão.
Léo Pinheiro já foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão por
envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras e aguarda decisão do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a respeito. A corte tem
confirmado decisões tomadas pelo juiz Sergio Moro no primeiro grau.
Léo Pinheiro foi preso preventivamente na Lava Jato em novembro de 2014, juntamente com outros dos maiores empreiteiros do País.
Chegou a cogitar delação premiada, mas foi solto no ano passado, por
ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), sem concretizar a colaboração, o
que agora volta a avaliar.
Uma eventual colaboração também deve incluir outros executivos da OAS.
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