quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Empresas brasileiras fracas têm US$ 51 bi em dívida, diz FMI




Bloomberg
Mapa mundi visto dentro do símbolo do FMI
FMI: para instituição, o governo brasileiro precisa lidar com a situação para reduzir o risco para o sistema bancário
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo
enviado especial, do Estadão Conteúdo


Washington - O Brasil registrou forte aumento da dívida corporativa nos últimos anos e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta quarta-feira, 5, que US$ 51 bilhões em dívidas, o equivalente a 11% dos passivos totais das empresas brasileiras, estão em "companhias fracas", com baixa capacidade de pagamento.

O diretor-adjunto do Departamento Monetário e de Mercado de Capitais do FMI, Ali Al-Eyd, explicou em uma entrevista a jornalistas hoje que empresas fracas são aquelas nas quais a geração de lucro não é suficiente para cobrir o pagamento de juros da dívida.
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O FMI também investigou o que aconteceria no Brasil em um cenário adverso, de piora adicional da atividade econômica, em que o lucro das empresas tem nova queda e os custos de captação sobem.

Neste caso, a dívida corporativa detida pelas "companhias fracas" pode subir para US$ 88 bilhões, ou cerca de 19% da dívida corporativa do País.

Por isso, segundo o FMI, é necessário que o governo brasileiro tente lidar com essa situação, o que ajudaria também a reduzir um risco importante para o sistema bancário.

Uma das recomendações é aproveitar o bom momento do cenário externo, com taxas de juros muito baixas ou negativas em vários países desenvolvidos, e busca por retorno dos investidores globais, para tentar melhorar a situação dos passivos.

Outra recomendação do FMI é que o Brasil e outros emergentes melhores as ferramentas das regras de solvência.

"O nível de alavancagem das empresas no Brasil e outros emergentes é bastante alto", disse Al-Eyd na entrevista.


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