REUTERS/Ueslei Marcelino
Dilma Rousseff: segundo Múcio, as contas da ex-presidenta não observaram princípios legais
O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU)
aprovaram hoje (5), por unanimidade, o parecer do ministro José Múcio
Monteiro, relator do processo que analisa as contas de 2015 do governo federal, recomendando ao Congresso Nacional a rejeição das contas da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Durante a leitura do seu voto, o ministro relator disse que as
auditorias das contas da gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff
trouxeram à tona um rol de irregularidades graves. Segundo Múcio, as
contas da ex-presidenta não observaram princípios legais, em particular a
Lei Orçamentária Anual (LOA).
Em seu relatório preliminar, José Múcio já havia apontado 17
irregularidades, entre elas “graves irregularidades que tiveram como
consequência a manutenção ou expansão dos gastos públicos em um cenário
onde a legislação orçamentária e fiscal impunha uma maior restrição na
execução dos gastos”.
Para o ministro, ao abusar da abertura de créditos suplementares ao
longo de 2015, o governo federal se valeu de atos “que afetaram os
princípios da transparência” e “dificultaram a atuação dos órgãos de
controle”, como o Congresso Nacional.
“A banalização do uso de MPs [medidas provisórias] pelo governo camuflou
as despesas e dificultou o controle”, disse José Múcio. Segundo ele, ao
examinar os fatos e atos realizados em 2015, o TCU procura “resgatar a
dignidade da questão orçamentária no país”.
O advogado de Dilma Rousseff, Ricardo Lodi, disse que o TCU deveria ter
feito apenas uma ressalva nas contas do governo do ano passado, e não a
rejeição total das contas. Segundo ele, o esforço fiscal que o governo
federal fez em 2015 não foi adequadamente considerado pelo Tribunal de
Contas.
“Não me parece que se possa admitir que houve uma reiteração daquelas
irregularidades apontadas em 2014. O ano de 2015 foi muito diferente,
houve o maior contingenciamento fiscal da história do Brasil e isso
infelizmente não foi considerado. Mas compreendo que o ambiente político
sugere que os fundamentos do impeachment dificilmente seriam revistos
pelo Tribunal de Contas da União”, ressaltou Lodi.
*Colaborou Sabrina Craide
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