Especialista diz não enxergar incentivo político para reduzir os empréstimos hipotecários
Governo estaria impulsionando a demanda para ajudar as pessoas a comprarem mais casas, enquanto os preços sobem (Getty)
SÃO
PAULO - O governo brasileiro estaria ignorando as advertências do
prêmio nobel de economia deste ano, Robert Shiller, sobre uma provável
bolha imobiliária no País. Segundo publicado nesta segunda-feira (4)
pela Bloomberg, o governo estaria impulsionando a demanda para ajudar as
pessoas a comprarem mais casas, enquanto os preços sobem.
“Está
acontecendo algo no mercado de crédito e, como o governo está muito
preocupado com o crescimento, ele não vai deter essa festa (...) Haja ou
não uma bolha, é um futuro problema. Eu não vejo incentivo político
para reduzir os empréstimos hipotecários”, analisa o diretor de pesquisa
para mercados emergentes da Nomura Holdings, Tony Volpon.
Para o
estrategista-chefe do banco Mizuho do Brasil SA, Luciano Rostagno, a
atual tendência dos preços imobiliários é insustentável . “As famílias
já estão muito endividadas e o ritmo de crescimento do crédito,
especialmente, no mercado imobiliário, é muito alto. Seria prudente
diminuir o ritmo dos empréstimos ao mercado imobiliário.”
Ainda
segundo a reportagem, os créditos para propriedades no Brasil
representam uma parte pequena do PIB (Produto Interno Bruto) e do
crédito total, quando comparado com outros mercados emergentes.
Entretanto, os empréstimos imobiliários quase triplicaram, depois da
crise financeira global, passando 2,3% para 6,8% do PIB, sendo que os
preços das propriedades nas duas maiores cidades do país, quase que
dobraram, em relação ao ritmo de crescimento da renda, desde 2008.
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