Após batalha legal que rompeu império familiar, Anthony e Jay Robert Pritzker dizem que estão prontos para investir a herança
Penny Pritzker: Anthony e Jay Robert
Pritzker se uniram contra a irmã e dois primos em uma batalha que
distribuiu pelo menos US$ 1,35 bilhão para 11 membros da família
Los Angeles - Anthony e Jay Robert Pritzker, irmãos e herdeiros de uma
fortuna industrial criada com a Hyatt Hotels Corp. e a Marmon Holdings
Inc., se acostumaram às saladas e aos sanduíches em seu escritório no
40º andar em West Loop, Chicago. Há uma década, a dupla se aliou a
membros da família que se uniram contra a irmã Penny, que é secretária de comércio do presidente dos EUA, Barack Obama, e dois primos.
“Nossa família alienou uma porção de ativos ao longo de dez anos, até 2011”, lembra Jay Robert, 48, que atende por JB e vem investindo desde 1996. “Nós temos pegado o dinheiro e essencialmente temos estado em um processo de investir esse dinheiro”.
O irmão mais velho Tony se uniu a ele em 2002 depois que as brigas internas da família colocaram em marcha uma década de liquidações de ativos.
“Nós poderíamos passar os próximos dez anos trabalhando com a família para dividir o negócio”, relembra Tony, 52. “Ou poderíamos passar os próximos dez anos construindo nosso próprio negócio”.
Planos de expansão
A divisão foi concluída dois anos atrás e o Pritzker Group, com sede em Chicago, está se expandindo. Os irmãos contrataram no ano passado Paul Carbone, da Robert W. Baird Co., com sede em Milwaukee, como sócio-gerente. Lá ele gerenciava fundos de private-equity que totalizavam US$ 2,8 bilhões.
Eles querem investir pelo menos US$ 1,25 bilhão ao longo de quatro a
cinco anos em empresas envolvidas em cuidados com a saúde, produtos
manufaturados e serviços variados avaliados em uma gama de US$ 100
milhões a US$ 500 milhões. Essas aquisições aumentariam os mais de US$ 1
bilhão em investimentos em private-equity e US$ 350 milhões em 48
participações em empresas de capital de risco que JB começou a acumular
17 anos atrás.
Tony diz que o Pritzker Group, composto por 55 pessoas, gerou uma taxa
interna de retorno de 28,7 por cento entre 2007 e 2012 -- investindo a
longo prazo em negócios familiares e empreendedores. Das oito empresas
que a dupla adquiriu desde 2004, apenas uma foi vendida.
Ambições de classe mundial
“Nós percebemos que estamos indo realmente bem”, disse Tony, de Los
Angeles, onde ele vive com sua mulher e sete filhos em uma mansão de
4.580 metros quadrados com vistas para a Baía de Santa Monica e para o
centro. “Nós queríamos ser de classe mundial”.
Os irmãos investiram na loja online TicketsNow.com Inc., que a
IAC/InterActiveCorp, de Barry Diller, comprou por US$ 265 milhões em
2008. Eles também financiaram a Playdom Inc., uma fabricante de jogos
que a Walt Disney Co. adquiriu em 2010 por US$ 563 milhões, além de até
US$ 200 milhões em pagamentos baseados em desempenho.
Com seus gostos ecléticos, os irmãos da quarta geração estão de muitas
maneiras reprisando a Marmon Holdings -- a principal fonte do dinheiro
que os 11 primos mantêm em produção de filmes e hotéis butique. Seu
falecido pai, Donald, e seus irmãos, Jay e Robert, lideraram a terceira
geração da família. Robert, o irmão do meio, formou a Marmon em uma
miscelânea de 125 empresas.
Tony e JB se uniram a uma aliança de sete primos formada em 2000 e
dividiram o império. Eles acusaram Penny e os primos Thomas e Nicholas
de pagarem a si mesmos muito para gerenciar a coleção de empresas
Pritzker e mover ativos para seus próprios fundos fiduciários. A briga
tornou-se pública quando outra prima da quarta geração, Liesel Pritzker,
filha do segundo casamento de Robert, processou o pai em 2002 alegando
que ele havia drenado suas contas fiduciárias.
Compras de Buffett
“Nós buscávamos um comprador por gerações, alguém que compraria a empresa buscando crescimento de longo prazo”, diz Lutz, 72, que começou como gerente-geral da Signicast em 1974 e a comprou em 1981. Lutz diz que ele acreditava que os Pritzkers manteriam a cultura empresarial que ele havia construído.
A boa vontade não durou. Lutz e Tony Pritzker tiveram um desentendimento sobre se o novo CEO da Signicast deveria ser um candidato interno, como preferia Lutz.
Embora os Pritzkers mais tarde tenham concordado em promover alguém de dentro, Lutz revelou detalhes a respeito da discordância em um livro que ele publicou em fevereiro, chamado “In Pursuit of Manufacturing Excellence: The Signicast Story”.
‘Ficando cansado’
À medida que os irmãos se expandem, seus novos contratados compartilham
um desdém pela constante arrecadação de recursos, vendas rápidas e
atendimento a investidores de fora, que caracterizam a maior parte do
trabalho em private-equity.
“Eu estava ficando cansado das formas tradicionais de private equity,
de vender meus vencedores e todas as restrições de uma sociedade
limitada”, diz Carbone, o novo sócio-gerente.
O desafio para Tony e JB é transformar esse clamor em investimentos
lucrativos mostrando que sua promessa de manter a cultura familiar e
empresarial pode construir empresas -- mesmo que sua própria família
tenha tido menos sucesso em manter unida uma dinastia de bilionários.
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