terça-feira, 5 de novembro de 2013

Irmãos bilionários Pritzker transformam brigas em negócios


Após batalha legal que rompeu império familiar, Anthony e Jay Robert Pritzker dizem que estão prontos para investir a herança

Seth Lubove, da
Kristoffer Tripplaar-Pool/Getty Images
Penny Pritzker, secretária de comércio do presidente dos EUA, Barack Obama, durante jantar em junho de 2009
 
Penny Pritzker: Anthony e Jay Robert Pritzker se uniram contra a irmã e dois primos em uma batalha que distribuiu pelo menos US$ 1,35 bilhão para 11 membros da família
 
Los Angeles - Anthony e Jay Robert Pritzker, irmãos e herdeiros de uma fortuna industrial criada com a Hyatt Hotels Corp. e a Marmon Holdings Inc., se acostumaram às saladas e aos sanduíches em seu escritório no 40º andar em West Loop, Chicago. Há uma década, a dupla se aliou a membros da família que se uniram contra a irmã Penny, que é secretária de comércio do presidente dos EUA, Barack Obama, e dois primos.

A batalha legal rompeu o império familiar e distribuiu pelo menos US$ 1,35 bilhão para cada um de 11 primos. Agora, os irmãos dizem que a discórdia ficou para trás, informará a revista Bloomberg Markets em seu December Billionaires Issue. Eles estão prontos para falar a respeito de investir a herança em empresas como uma distribuidora de produtos de limpeza e uma fabricante de aparelhos de circuncisão -- mistura bastante parecida com a que o pai e os tios fizeram.

“Nossa família alienou uma porção de ativos ao longo de dez anos, até 2011”, lembra Jay Robert, 48, que atende por JB e vem investindo desde 1996. “Nós temos pegado o dinheiro e essencialmente temos estado em um processo de investir esse dinheiro”.

O irmão mais velho Tony se uniu a ele em 2002 depois que as brigas internas da família colocaram em marcha uma década de liquidações de ativos.

“Nós poderíamos passar os próximos dez anos trabalhando com a família para dividir o negócio”, relembra Tony, 52. “Ou poderíamos passar os próximos dez anos construindo nosso próprio negócio”.


Planos de expansão


A divisão foi concluída dois anos atrás e o Pritzker Group, com sede em Chicago, está se expandindo. Os irmãos contrataram no ano passado Paul Carbone, da Robert W. Baird Co., com sede em Milwaukee, como sócio-gerente. Lá ele gerenciava fundos de private-equity que totalizavam US$ 2,8 bilhões.


Eles querem investir pelo menos US$ 1,25 bilhão ao longo de quatro a cinco anos em empresas envolvidas em cuidados com a saúde, produtos manufaturados e serviços variados avaliados em uma gama de US$ 100 milhões a US$ 500 milhões. Essas aquisições aumentariam os mais de US$ 1 bilhão em investimentos em private-equity e US$ 350 milhões em 48 participações em empresas de capital de risco que JB começou a acumular 17 anos atrás.
 
Tony diz que o Pritzker Group, composto por 55 pessoas, gerou uma taxa interna de retorno de 28,7 por cento entre 2007 e 2012 -- investindo a longo prazo em negócios familiares e empreendedores. Das oito empresas que a dupla adquiriu desde 2004, apenas uma foi vendida.
 
 
Ambições de classe mundial
 
 
“Nós percebemos que estamos indo realmente bem”, disse Tony, de Los Angeles, onde ele vive com sua mulher e sete filhos em uma mansão de 4.580 metros quadrados com vistas para a Baía de Santa Monica e para o centro. “Nós queríamos ser de classe mundial”.
 
Os irmãos investiram na loja online TicketsNow.com Inc., que a IAC/InterActiveCorp, de Barry Diller, comprou por US$ 265 milhões em 2008. Eles também financiaram a Playdom Inc., uma fabricante de jogos que a Walt Disney Co. adquiriu em 2010 por US$ 563 milhões, além de até US$ 200 milhões em pagamentos baseados em desempenho.
 
Com seus gostos ecléticos, os irmãos da quarta geração estão de muitas maneiras reprisando a Marmon Holdings -- a principal fonte do dinheiro que os 11 primos mantêm em produção de filmes e hotéis butique. Seu falecido pai, Donald, e seus irmãos, Jay e Robert, lideraram a terceira geração da família. Robert, o irmão do meio, formou a Marmon em uma miscelânea de 125 empresas.
 
Tony e JB se uniram a uma aliança de sete primos formada em 2000 e dividiram o império. Eles acusaram Penny e os primos Thomas e Nicholas de pagarem a si mesmos muito para gerenciar a coleção de empresas Pritzker e mover ativos para seus próprios fundos fiduciários. A briga tornou-se pública quando outra prima da quarta geração, Liesel Pritzker, filha do segundo casamento de Robert, processou o pai em 2002 alegando que ele havia  drenado suas contas fiduciárias.
Compras de Buffett


“Nós buscávamos um comprador por gerações, alguém que compraria a empresa buscando crescimento de longo prazo”, diz Lutz, 72, que começou como gerente-geral da Signicast em 1974 e a comprou em 1981. Lutz diz que ele acreditava que os Pritzkers manteriam a cultura empresarial que ele havia construído.

A boa vontade não durou. Lutz e Tony Pritzker tiveram um desentendimento sobre se o novo CEO da Signicast deveria ser um candidato interno, como preferia Lutz.

Embora os Pritzkers mais tarde tenham concordado em promover alguém de dentro, Lutz revelou detalhes a respeito da discordância em um livro que ele publicou em fevereiro, chamado “In Pursuit of Manufacturing Excellence: The Signicast Story”.
‘Ficando cansado’
 
 
À medida que os irmãos se expandem, seus novos contratados compartilham um desdém pela constante arrecadação de recursos, vendas rápidas e atendimento a investidores de fora, que caracterizam a maior parte do trabalho em private-equity.
 
“Eu estava ficando cansado das formas tradicionais de private equity, de vender meus vencedores e todas as restrições de uma sociedade limitada”, diz Carbone, o novo sócio-gerente.
 
O desafio para Tony e JB é transformar esse clamor em investimentos lucrativos mostrando que sua promessa de manter a cultura familiar e empresarial pode construir empresas -- mesmo que sua própria família tenha tido menos sucesso em manter unida uma dinastia de bilionários.

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