segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Prepare-se para um real mais forte, com a desaceleração da economia dos EUA

 


As moedas emergentes, inclusive o Real, podem passar a ser alvo de apreciação nos próximos meses devido à pressão econômica com o cenário de choque de juros postergados nos EUA, além da manutenção de estímulos e da política contracionista, embora o setor manufatureiro americano continue crescendo.

Segundo Samy Dana (foto), professor na Escola de Economia de São Paulo da FGV, pode-se dizer que o crescimento nos EUA dá mostras de um quadro problemático composto por relatórios ligados ao mercado de trabalho ruins, como o payroll do mês de setembro e o fraco ADP (Automatic Data Processing) de outubro. Tudo sob a influência negativa do apagão do governo e da infindável polêmica sobre o teto da dívida.

"É fácil crer que até março do ano que vem, os estímulos devem continuar em território americano. O Federal Reserve (FED) sabe perfeitamente que não pode falhar no tempo de suas decisões. Se errar, poderá colocar em risco a recuperação da economia no país. Por outro lado, o banco está consciente de que a retirada dos estímulos poderá gerar pressão alta nos juros", afirma o professor.

Samy Dana afirma que a questão do orçamento provisório e do teto, por enquanto, fica em suspenso, mas em janeiro voltam à pauta. Ele acrescenta que, por isso, se estende um clima de prejuízo sobre a confiança nos EUA como estabilizadores do sistema e emissores de moeda reserva. 

"O gasto fiscal tem caído. Os republicanos fazem um ajuste fiscal forçado à base de sequestros e chantagens. Já o banco central americano, o FED, responde com uma política monetária expansionista, parecida com a adotada na Europa. O fiscal drag, que deve ganhar força a partir de janeiro, com novos cortes, deve colocar o banco em uma posição delicada, na qual terá que escolher entre manter ou retirar gradativamente os estímulos", diz ele.
 

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