sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Argentina pode avaliar plano de adequação do Clarín à “Lei de Mídia”

Por Cesar Felício | Valor
Daniel Dabove/Telam/AP

BUENOS AIRES  -  A AFSCA, a autarquia que regula o setor de mídia na Argentina, afirmou, nesta quinta-feira, 31,  que o governo poderá avaliar um plano de adequação do grupo Clarín à lei que limita a propriedade de meios de comunicação. A lei teve a sua vigência suspensa por quatro anos por meio de liminares impetradas pela holding de comunicação, mas foi declarada constitucional pela Suprema Corte da Argentina na terça, 29.

De acordo com o presidente da AFSCA, Martín Sabbatella, os prazos para a adequação voluntária estão vencidos, mas o fundo Fintech, sócio minoritário do Clarín na empresa de TV a cabo Cablevision, apresentou, à revelia do controlador da empresa, uma proposta no dia 5 de dezembro de 2012.

Hoje, Sabbatella foi levar pessoalmente a notificação ao grupo Clarín de que a holding será desmembrada, por exceder o limite de licenças permitidas para emissoras de rádio ou televisão e de concessões de TV a cabo.

Na segunda, 4, a AFSCA deve se reunir para determinar como será feita a avaliação patrimonial da holding. Pelas regras da lei, as licenças excedentes serão leiloadas e será a AFSCA que determinará o que fica com a empresa. Não se trata, entretanto, de uma expropriação do ponto de vista formal, mas de uma venda compulsória. Até a realização dos leilões, o grupo continuaria operando da mesma forma como fez até hoje.

As ações do grupo Clarín, que voltaram a ser negociadas na Bolsa de Buenos Aires, caíram 38% em relação à cotação máxima da semana passada.
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