Consumo
Percalços econômicos e queda nas vendas fizeram com que algumas marcas simplesmente excluíssem o Brasil se seus planos de negócio; mas o mercado consumidor atrativo fez com que mudassem de ideia
Jéssica Otoboni e Talita Fernandes
Batatas Lay's nos sabores clássica, picanha e sour cream voltaram a ser vendidas no Brasil
(Divulgação)
Se o aumento da renda e a ascensão da classe C contribuíram para
que diversas empresas ampliassem seus negócios no Brasil, elas também
fizeram com que marcas que já estiveram em território nacional voltassem
às prateleiras do consumidor brasileiro. Apenas este ano marcas como
Oreo, Lay’s e a loja de departamentos americana Sears já anunciaram sua
volta ao mercado. Recentemente, os chocolates Kit-Kat e Lollo e a
Coca-Cola Light retornaram ao país.
De acordo com Claudio Felisoni, presidente do Provar, muitas empresas
saíram do Brasil na década de 1990 devido à complexidade do ambiente
econômico. “O que tínhamos era inflação ainda preocupante e muitas
dificuldades em termos do ambiente de negócios”, lembra. À época, o país
passava por um período de ajuste fiscal e início de estabilização
econômica, com juros altos e pouco crédito disponível para o consumo.
Segundo Felisoni, a retomada da economia ocorrida nos últimos dez anos,
como resultado do processo de estabilidade fiscal e controle
inflacionário, estimulou algumas empresas 'dissidentes' a voltar.
A gigante varejista Sears saiu do Brasil devido às vendas fracas e ao
momento econômico pouco favorável. A empresa também atribuiu a
debandada às suas próprias dificuldades nos Estados Unidos. A rede
desembarcou no país no final da década de 1940 e decidiu fechar as
portas nos anos 1990. A marca volta ao país por meio de franquiadas e
espera iniciar suas operações em meados de 2014, para concorrer com
Casas Bahia e Magazine Luiza.
O crescimento do mercado consumidor brasileiro é o principal atrativo
para as marcas que voltam, segundo a Global Franchise, consultoria que
intermedeia o retorno da Sears ao país. “O Brasil se tornou uma potência
mundial, um dos principais países para se investir atualmente, o que
chamou a atenção da Sears, que hoje já se recuperou como uma das maiores
redes varejistas do mundo (27º colocada de acordo com a Deloitte).”
De acordo com Jaime Troiano, presidente da consultoria Troiano, o
fato de o brasileiro viajar muito mais para o exterior também ajuda a
estimular a vinda de marcas estrangeiras para o país, tanto aquelas que
já estiveram aqui quanto as que vêm pela primeira vez. “Ao retornar da
viagem, a expectativa do consumidor brasileiro é de encontrar essas
marcas aqui. Isso cria um espaço mercadológico para a vinda de produtos
novos ou que deixaram de ser vendidos anos atrás.”
Embora o movimento de migração de marcas esteja acontecendo para a
América Latina como um todo, a tendência é mais forte no Brasil do que
nos demais países da região. Troiano lembra que países como Argentina e
Venezuela têm sofrido muito mais com saídas do que com retornos. “Em
alguns casos, como Venezuela e Bolívia, além da saída espontânea, todos
nós sabemos dos casos em que as empresas são ‘convidadas’ a se retirar
ou são simplesmente nacionalizadas”, explica.
Oreo
O biscoito mais vendido do mundo, o Oreo, estará nas prateleiras das
principais varejistas do país a partir do dia 1º de dezembro. Segundo a
fabricante Mondelez, o biscoito será vendido em três versões de
embalagem: individual, com quatro unidades; familiar, com 10 unidades; e
multipack, com quatro pacotes individuais, totalizando 16 unidades.
Desde o dia 1º de novembro, o produto é comercializado com exclusividade
em lojas da rede Walmart das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O
produto saiu das gôndolas de supermercados brasileiros na década de
2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário