Por Renata Veríssimo
Os Estados Unidos são os maiores compradores de serviços do
Brasil. O país adquiriu 31,11% de tudo que foi vendido por empresas
nacionais neste ano, até 31 de outubro. Por outro lado, 38,22% de todos
os serviços contratados pelo Brasil lá fora são de empresas
norte-americanas. Os números fazem parte dos primeiros dados produzidos
pelo Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços (Siscoserv) e
que foram antecipados ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência
Estado, pelo diretor do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
Maurício do Val.
O governo identificou, por exemplo, que os
turistas americanos gastam mais com hospedagem do que outras
nacionalidades. Eles são responsáveis por 36,97% dos gastos com estadia
feitos por turistas estrangeiros. "Os Estados Unidos têm peso maior em
termo de valor faturado", explicou o diretor. Em segundo lugar, vêm os
argentinos, com 8,27%. Ele destaca, no entanto, que a estatística é
gerada principalmente pelos hotéis de rede, porque empresas incluídas no
Simples, como pousadas, não são obrigadas a fazer o registro.
Os
EUA também compraram 40,69% dos serviços jurídicos prestados pelo
Brasil no exterior. A Alemanha vem na sequência com apenas 7,53%. Os
americanos representam 48,16% das exportações de serviços de manutenção e
reparação de máquinas e aeronaves. Os dados mostram também que o Estado
de São Paulo é o principal comprador e o maior exportador de serviço,
com quase 60% das operações.
Os dados parciais estão sendo
utilizados pelo governo para balizar políticas públicas. Junto com o
Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e a Apex-Brasil, o MDIC tem reunido representantes dos setores
mais representativos na balança de serviços para discutir a baixa
utilização dos mecanismos oficiais de apoio.
É pequena a
procura pelas linhas de financiamento do Programa de Financiamento à
Exportação (Proex) e de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e do
BNDES-Exim. O governo quer entender o motivo da baixa procura e deve
promover adaptações nestas linhas para melhorar a utilização destes
recursos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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