O agravamento das
contas públicas e o distanciamento entre o Planalto e o setor privado
inquietaram ainda mais os mercados, já descontentes com a política
econômica do governo. O ex-ministro Antonio Delfim Netto, conselheiro
informal da presidente Dilma Rousseff, critica o expansionismo fiscal.
"Estamos caminhando para um déficit fiscal de 3% do PIB neste ano e de
4% em 2014. Esse é o déficit nominal, que não passava de 2,5% do PIB",
alertou em entrevista ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
O ex-ministro chama a atenção para a desconstrução que está sendo feita da institucionalidade fiscal envolvendo Estados e municípios. Está no Congresso proposta de mudança retroativa do indexador da dívida desses entes. A medida vai estimular o endividamento e, mesmo que melhore o investimento, estimulará a inflação, uma vez que o país está perto do pleno emprego. Soma-se a isso iniciativa que desobriga a União de compensar o descumprimento do superávit primário dos demais membros da Federação.
"Nós construímos um sistema político em que, se o governo federal não
tiver a proteção da lei, não consegue resistir à pressão das unidades
federadas. A probabilidade, portanto, é de se caminhar para o
desequilíbrio fiscal", disse o ex-ministro. "A perspectiva de que se
está caminhando para uma situação fiscal pior é que está gerando esse
mal-estar todo", acrescentou, ressalvando que o governo tem mudado para
melhor. "Se o governo conseguir restabelecer a confiança, vamos assistir
a uma mudança muito importante da economia".
Essa situação tem abalado o humor do investidor estrangeiro. A desconfiança está refletida na curva do "Credit Default Swap (CDS)", indicador que mede o risco de se investir no país. Ontem, o CDS do Brasil chegou a 240,5 pontos-base - 81,7 pontos acima do indicador do México e 66,4 pontos maior que o da Colômbia.
"O mercado está reagindo à falta de clareza do quadro fiscal. O governo poderia fazer muito melhor se tivesse mais transparência e metas críveis", diz Ricardo Adrogue, um dos chefes da área de investimento da gestora Babson Capital. Isto não significa que o Brasil tenha deixado de ser um dos principais destinos de investimento na América Latina, mas, aos poucos, tem perdido espaço para México, Chile e Colômbia.
O ex-ministro chama a atenção para a desconstrução que está sendo feita da institucionalidade fiscal envolvendo Estados e municípios. Está no Congresso proposta de mudança retroativa do indexador da dívida desses entes. A medida vai estimular o endividamento e, mesmo que melhore o investimento, estimulará a inflação, uma vez que o país está perto do pleno emprego. Soma-se a isso iniciativa que desobriga a União de compensar o descumprimento do superávit primário dos demais membros da Federação.
Essa situação tem abalado o humor do investidor estrangeiro. A desconfiança está refletida na curva do "Credit Default Swap (CDS)", indicador que mede o risco de se investir no país. Ontem, o CDS do Brasil chegou a 240,5 pontos-base - 81,7 pontos acima do indicador do México e 66,4 pontos maior que o da Colômbia.
"O mercado está reagindo à falta de clareza do quadro fiscal. O governo poderia fazer muito melhor se tivesse mais transparência e metas críveis", diz Ricardo Adrogue, um dos chefes da área de investimento da gestora Babson Capital. Isto não significa que o Brasil tenha deixado de ser um dos principais destinos de investimento na América Latina, mas, aos poucos, tem perdido espaço para México, Chile e Colômbia.
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