Adriano Machado/Reuters
Aécio: segundo o presidente do PSDB, o apoio dos tucanos a uma provável
gestão Temer será baseada em programa e não estará vinculada à indicação
de nomes para cargos
Da REUTERS
Brasília - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves
(MG), manifestou preocupação nesta terça-feira com a maneira como vem
sendo constituído o ministério de um provável governo liderado pelo
vice-presidente Michel Temer, e afirmou que a posição dos tucanos é de não indicar nomes, embora o partido não se oponha em participar caso receba convites.
“Realmente nos preocupamos com notícias que hoje já são públicas da
forma pela qual o governo está sendo constituído. Nós temos o receio de
que esse governo se pareça muito com aquele que está terminando seus
dias”, disse Aécio a jornalistas após reunião da Executiva Nacional do
PSDB.
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Segundo Aécio, o apoio dos tucanos a uma provável gestão Temer será
baseada em programa e não estará vinculada à indicação de nomes para
cargos, mas o partido não vai se opor à eventual escolha de um de seus
quadros para formar a equipe do provável novo governo.
Temer deve assumir à Presidência ainda este mês se for confirmado o
afastamento da presidente
Dilma Rousseff pelo Senado em 11 de maio, por
até 180 dias, como parte da tramitação do processo de impeachment no
Congresso.
“Se ele (Temer), do ponto de vista pessoal, quiser buscar no partido
nomes, terá a liberdade para fazer isso, o partido não vai criar
dificuldades, mas o apoio que é convergente dentro do PSDB é a um
programa”, afirmou Aécio depois do encontro, que contou também com a
participação de governadores do PSDB.
O PSDB entregará ainda nesta terça-feira a Temer uma carta com 15
propostas do partido ao eventual governo Temer, que vão nortear o apoio
dos tucanos.
O documento, aprovado pela Executiva Nacional, trata de temas sociais,
econômicos e políticos, incluindo uma reforma política imediata que
prepare o país para voltar a discutir a implantação do parlamentarismo,
que foi rejeitado em 1993 em um plebiscito que optou pelo
presidencialismo como sistema de governo no país.
“Nós temos de ter um sistema parlamentarista, onde a troca de governo é
uma solução e não um trauma como no Brasil. Basta lembrar que depois da
Constituinte foram eleitos quatro presidentes.
Um já foi impedido, que
foi o ex-presidente Fernando Collor, e outro está em vias de ser
impedido, que é a presidente Dilma Rousseff”, disse o senador José Serra
(PSDB-SP), um dos tucanos mais cotados para assumir um ministério em um
governo Temer.
Os tucanos pedem ainda que um governo Temer assegure que todas as
investigações em curso, em especial a Lava Jato, tenham continuidade,
“sem serem submetidas a constrangimentos de quaisquer naturezas”.
O PSDB também defende a manutenção e ampliação de programas sociais, com
o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, e pede responsabilidade
fiscal do novo governo.
“O Executivo deverá apresentar, em no máximo 30 dias, um conjunto de
medidas para a recuperação do equilíbrio das contas públicas que
sinalize o controle do crescimento da dívida pública até 2018”, diz a
carta.
Outro pedido dos tucanos é pela simplificação do sistema tributário.
Eles querem que a nova administração apresente uma proposta de
“simplificação radical” da carga tributária.
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