Objetivo do seguro é dar garantias na obtenção de crédito bancário de empresas com receita de até R$ 90 milhões ao ano.
BRASÍLIA
– Dois dias depois do anúncio do déficit recorde da balança comercial
em janeiro, o governo anunciou ontem a oferta, a partir de hoje, do
seguro à exportação para as micro, pequenas e médias empresas. As
negociações para a implantação da medida, que atende pleito antigo do
segmento, se arrastavam há tempos com os bancos comerciais e a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban). O seguro oferecido pelo governo visa
dar garantias ao financiamento das exportações dessas empresas realizado
por qualquer banco.
A nova
modalidade de seguro foi colocada à disposição pelo Ministério da
Fazenda para as empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões e
com exportações de até US$ 1 milhão. Ele será concedido em operações de
exportação de bens e ou serviços com prazo de financiamento da
comercialização de até dois anos. A meta do governo é chegar a US$ 1
bilhão de garantias por ano até 2018 por meio desse tipo de seguro.
A falta de
garantias era forte limitador para obter financiamento público ou
privado às exportações dessas empresas. O governo dava o seguro somente
para operações com prazos superiores a dois anos, o que dificultava o
acesso ao mercado internacional de empresas de menor porte que produzem,
por exemplo, bens de consumo. Os instrumentos de garantia, como o aval
bancário, custam muito caro para essas empresas.
Segundo o
secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda,
embaixador Carlos Marcio Cozendey, o programa estava em gestação há
algum tempo e não é uma reposta à conjuntura atual de piora da balança
comercial. Em janeiro, importações superaram exportações em US$ 4,06
bilhões, pior registro da história. Em todo o ano de 2013, o saldo foi
positivo em US$ 2,7 bilhões.
Complementação.
O secretário afirmou que a nova modalidade de seguro vai fortalecer
esse segmento empresarial que tem hoje dificuldades em dar garantias aos
bancos. “Essas empresas têm um papel importante tanto no tecido
econômico, complementando as empresas médias e maiores, como também na
geração de emprego e formalização”, afirmou.
Para
Cozendey, é uma forma também de diversificar ainda mais o perfil
exportador brasileiro, muito concentrado em grandes companhias. Segundo
ele, as empresas exportadoras, que querem financiar o seu importador,
pedem o financiamento no banco e têm que dar, em geral, uma garantia
real, como um imóvel.
Fonte: Estadão
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