Jornal britânico usa bordão criado pelos brasileiros para questionar a segurança na Copa do Mundo de 2014 após a violenta briga entre torcidas no domingo
Torcedores do Vasco chutam rival do Atlético Paranaense em briga durante partida do Campeonato Brasileiro, em Joinville
São Paulo – O famoso bordão criado pelos brasileiros para criticar todo
tipo de problema que acontece no país - desde a má qualidade do
transporte público às pequenas questões cotidianas -, foi apropriado pelo britânico Financial Times para repercutir a chocante briga entre as torcidas do Vasco e Atlético Paranaense em partida do Campeonato Brasileiro, no último domingo (8), em Joinville.
“Imagina na Copa?”, questiona matéria do blog Beyondbrics, que destaca as “horripilantes” cenas de violência que chamaram a atenção do mundo inteiro.
“Eles (torcedores) não demostraram misericórdia, com imagens que
mostram bandidos chutando cabeças de rivais caídos e um homem até indo
em direção a um oponente inconsciente com um pedaço de madeira ou cano
com um prego”, diz o FT.(Leia a entrevista com o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva sobre como combater a violência no futebol)
O jornal critica a ausência de agentes de segurança privada durante a briga, que são os responsáveis pelo estádio. A reportagem destaca que a polícia, que estava do lado de fora, teve que ser acionada para conter a violência.
“Os estádios da Copa do Mundo
aparentemente também serão controlados por segurança privada. (...)
Então isso vai acontecer durante a Copa?”, questiona. Uma declaração da
presidente Dilma Rousseff, que afirmou, após o ocorrido, que a presença
da polícia é necessária nos estádios, também é citada.
Durante a cerimônia da Fifa de sorteio dos grupos que participarão do
campeonato, dois dias antes da briga em Joinville, a presidente disse
que “o Brasil está muito feliz de hospedar a Copa do Mundo porque nós
somos um povo feliz e receptivo”.
O Financial Times
enfatiza que a declaração pode até ser verdadeira, mas que o país tem
que estar preparado para “essa pequena minoria de pessoas menos felizes e
receptivas, que provaram mais uma vez que podem mudar o clima de um
evento”.
Segundo o jornal, a preocupação é ainda maior se a Argentina cruzar com
o Brasil em alguma partida. “O humor público pode, de fato, ficar negro
se o arquirrival brasileiro bater o país nas finais”.
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Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014
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