Ao ser apresentado a um documento por Moro, o ex-presidente "insinuou" que agentes federais teriam "plantado provas em seu apartamento"
São Paulo – A Federação Nacional dos Policiais
Federais afirmou, por meio de nota, nesta quinta-feira, 11, que vai
processar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por “denunciação caluniosa”.
A entidade afirmou que, ao ser apresentado a um documento pelo juiz
Sérgio Moro, durante interrogatório, o ex-presidente Lula “insinuou” que
agentes federais teriam “plantado provas em seu apartamento”.
As declarações, segundo a entidade, foram feitas no âmbito de
processo em que Lula é réu pelo suposto recebimento de R$ 3,7 milhões de
propinas da OAS.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luís
Boudens, afirmou que “atribuir a inserção de provas dentro do local de
busca é uma afronta à Polícia Federal”.
Lula teria feito a insinuação de prova plantada quando o juiz Sérgio
Moro, que o interrogou nesta quarta-feira, 10, o questionou sobre
documento sem assinatura que agentes da Polícia Federal apreenderam no
apartamento em São Bernardo do Campo onde o ex-presidente mora.
O endereço foi alvo de buscas na Operação Aletheia, desdobramento da
Lava Jato, no dia 4 de março de 2016. Naquele mesmo dia, os federais
conduziram coercitivamente o petista para depor em uma sala no Aeroporto
Internacional de São Paulo, em Congonhas.
“Lula foi pego de surpresa pelo documento exibido por Moro. Ele
reagiu de pronto, não pode ter uma reação calculada ou ensaiada. Não
vamos permitir que essa alegação de Lula gere como efeitos processos
administrativos contra os colegas federais ofendidos”, declarou Luís
Boudens.
A entidade ainda afirma que “a fala de Lula vai gerar consequências” e
que o ex-presidente fez uma “denunciação caluniosa contra a PF”.
“Vamos esperar os efeitos do judiciário em resposta ao que Lula
alegou. A fala dele exige uma reação, foi uma afronta à PF jamais
ocorrida durante toda a Lava Jato”, afirmou o presidente da Federação
Nacional dos Policiais Federais.
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-presidente Lula, mas não obteve resposta.
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