Relatório do FMI, que discute situação de países emergentes, cita Brasil e Índia como nações que precisam melhorar os estrangulamentos da oferta
Funcionário trabalha em obra de infraestrutura: FMI sugere que Brasil melhore gradualmente sua situação fiscal e diz que País tem espaço limitado para flexibilizar a política monetária
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere no
documento final de sua reunião anual que o Brasil faça reformas para
acelerar o investimento em infraestrutura,
melhore gradualmente sua situação fiscal e diz que, em meio às pressões
inflacionárias, o País tem espaço limitado para flexibilizar a política
monetária. As sugestões constam do relatório "Agenda de política global
da diretora gerente", que faz um sumário da situação da economia
mundial, os desafios para os países e sugestões de política econômica.
Os país emergentes devem deixar suas moedas se ajustarem ao novo
cenário da economia global. Mas naqueles com níveis bons de reservas
internacionais, o governo deve intervir no mercado de câmbio para evitar
volatilidade excessiva, recomenda o FMI.
Com a mudança da política monetária nos países desenvolvidos, os
emergentes podem experimentar volatilidade adicional e pressões no
mercado financeiro, incluindo "severos" problemas no balanço de
pagamentos daqueles países com fundamentos mais fracos.
Sobre infraestrutura, o documento cita que é "crítico" que os
emergentes removam obstáculos estruturais que impedem um maior
crescimento e cita o Brasil e Índia como aqueles que precisam de
reformas para acelerar o investimento e melhorar os estrangulamentos
pelo lado da oferta.
O relatório volta a ressaltar que o crescimento dos mercados emergentes
está se desacelerando em meio a condições financeiras mais duras e
crescentes estrangulamentos no setor de infraestrutura. Além disso, o
espaço para estimular a atividade por meio do aumento de gastos do
governo e empréstimos de bancos públicos está chegando ao limite e "não
pode mais ser confiado como um motor para o crescimento". Em um outro
relatório, o FMI já havia destacado que a estratégia do Brasil de usar
os bancos do governo para dar crédito estava comprometendo a dívida
pública.
No caso dos países desenvolvidos, o documento cita que eles não podem
confiar apenas na política monetária para estimular o crescimento,
sobretudo no caso do Japão. Para os Estados Unidos, a recomendação é de
reforma fiscal mais balanceada e gradual no médio prazo e não tão
intensa como foi este ano com a entrada em vigor dos cortes automáticos
de gastos públicos em março. O relatório fala ainda que os EUA precisam
elevar o teto da dívida pública e acabar com a paralisação do governo,
que caminha para sua terceira semana.
No caso da Europa, a recomendação é de reformas estruturais para
estimular a atividade e redução da fragmentação financeira, com união
bancária completa na região. "A região aos poucos vai saindo da
recessão."
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