Brasil é o país emergente que sofreu a maior queda nas exportações para o mercado da União Europeia em 2013.
GENEBRA
– O déficit do Brasil com a Europa aumenta em mais de dez vezes em
apenas um ano e os produtos nacionais perdem espaço no mercado europeu.
Dados divulgados ontem pela União Europeia (UE) apontam que o Brasil é o
país emergente que sofreu a maior queda de vendas para o mercado da UE
em 2013 e passou a ser o único membro dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e
China) com o qual a Europa terá um superávit no ano.
De acordo
com os dados revelados pela Eurostat, as exportações do Brasil para a
Europa até setembro deste ano registraram uma queda de 15%, caindo de 26
bilhões em 2012 para 22 bilhões em 2013. A redução fez com que o Brasil
fosse superado pela Índia e Coreia do Sul, vendo sua posição cair da
oitava para a décima colocação entre os maiores fornecedores de bens
para o mercado europeu.
Com
a crise na Europa e uma estagnação no poder de compra, o bloco
registrou uma queda generalizada de suas importações. A China, o maior
fornecedor de bens ao mercado europeu, identificou uma queda de 6% em
suas vendas, em comparação a uma redução de 7% no fluxo de bens dos
Estados Unidos à economia do bloco europeu.
No caso do
Brasil, porém, a queda foi a mais acentuada entre todos os países
emergentes e, numa avaliação geral, só perdeu para a redução de 17% que
as exportações japonesas sofreram para a Europa.
Se o Brasil
perde espaço no mercado europeu, os dados da Eurostat revelam que as
exportações de Alemanha, Espanha e demais países da UE vem aumentando ao
mercado brasileiro. Entre janeiro e setembro, a alta foi de 3%.
Mudança
O resultado é
uma transformação importante na relação comercial entre Brasil e
Europa. Entre janeiro e setembro de 2012, os europeus acumulavam um
superávit de 400 milhões com o Brasil. Neste ano, o valor do superávit
foi multiplicado por mais de 10 e é de 5 bilhões.
Nenhum outro
país dos Brics registrou um salto positivo para a Europa. No caso da
China, o buraco europeu chega a 85 bilhões, contra 58 bilhões na relação
comercial com a Rússia.
Superávit
Os dados
também revelam que o superávit comercial da zona do euro bateu a marca
de 13,1 bilhões em setembro, o maior volume desde 1999. Parte do motivo é
a crise na Europa que tem afetado o volume das importações.
Já as
exportações tem funcionado como um dos poucos aspectos na economia
europeia que tem crescido e, justamente, evitando que a recessão seja
ainda mais prolongada.
Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,deficit-comercial-do-brasil-com-a-europa-dispara-,1098192,0.htm
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