O Brasil tem mais um candidato a um posto importante na mesma organização
Brasília – O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo foi reconduzido hoje ao posto de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC),
um organismo composto por 164 países, entre eles as principais
economias do planeta, que trata das regras do comércio exterior.
Ele era candidato único. O que, na visão do governo
brasileiro é reflexo do “amplo reconhecimento” pelos demais
países-membros alcançado durante sua primeira gestão. O segundo mandato
de Azevêdo começa no próximo dia 1º de setembro e durará quatro anos.
O Brasil tem mais um candidato a um posto importante na
mesma organização. O embaixador José Alfredo Graça Lima concorre à
chefia do Órgão de Apelação, uma vaga que será aberta em julho.
À frente da OMC, Azevêdo conseguiu fechar o único acordo
multilateral (de diversos países) negociado no âmbito do organismo desde
sua criação, em 1995. É o Acordo de Facilitação do Comércio (AFC), que
entrou em vigor no último dia 22. Ele remove barreiras burocráticas ao
comércio, com um potencial de aumento no comércio exterior de US$ 1
trilhão.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores destaca outros
dois feitos do embaixador: um entendimento “histórico” sobre o fim dos
subsídios à exportação de produtos agrícolas alcançado na Conferência
Ministerial de Nairóbi, em dezembro de 1995, e uma atualização do Acordo
sobre Aspecto de Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao
Comércio (Trips) que “facilita as condições de acesso de países em
desenvolvimento a medicamentos essenciais.”
“O Governo brasileiro felicita vivamente o embaixador
Roberto Azevêdo pela eleição e formula votos ao nosso compatriota de
novos êxitos no segundo mandato”, conclui a nota.
O Brasil é membro fundador da OMC e tem várias causas
importantes em discussão no organismo, que atua também como uma espécie
de tribunal do comércio exterior.
Está em curso, por exemplo, uma reclamação movida pelo
Brasil contra o Canadá, por causa de subsídios que o governo daquele
país teria injetado na fabricante de aviões Bombardier, criando uma
concorrência desleal com a Embraer.
Também reclama contra o governo dos EUA, que cobra uma
sobretaxa nas importações de aço brasileiro. Na mão contrária, a OMC
condenou preliminarmente incentivos fiscais do governo em diversos
programas, entre eles o Inovar-Auto.
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