quarta-feira, 15 de março de 2017

Há uma única boa notícia para quem procura emprego no Brasil


O país está, sim, saindo do fundo do poço, segundo disse o CEO do ManpowerGroup, Nilson Pereira, com exclusividade para EXAME.com






São Paulo – O crescimento do otimismo na perspectiva de contratação entre 850 empregadores consultados pelo ManpowerGroup é a boa notícia para candidatos a vagas de emprego no Brasil.

A pesquisa de emprego referente ao segundo trimestre de 2017 confirma que o país está, sim, saindo do fundo do poço, segundo disse o CEO do ManpowerGroup, Nilson Pereira, com exclusividade para EXAME.com.

As intenções de contratação para o período entre abril e junho de 2017, no entanto continuam negativas: -4% O resultado, porém, é o melhor dos últimos dois anos: 6 pontos percentuais maior em relação ao mesmo período do ano anterior e 4 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017.

“A grande novidade dessa pesquisa é a estabilidade. O que a gente destaca é que o cenário de sistemática melhora na perspectiva, que já estava sendo observado nas pesquisas anteriores, continua. A grande maioria das empresas já não fala em redução de funcionários”, diz Pereira.

O cálculo é fruto da diferença entre a porcentagem dos empregadores que esperam aumento e a porcentagem que prevê redução de funcionários no próximo trimestre.

Entre quem vai contratar e quem disse que vai demitir fica-se no zero a zero. É que 15% disseram que vão aumentar no número de funcionários e outros 15% deram más notícias: vão cortar empregados.


O melhor e o pior setor para encontrar emprego


O mais otimista dos oito setores da indústria pesquisados no Brasil é o de agricultura, pesca & mineração. 

“A pesquisa deixa claro que esse setor é destaque e o mais favorável para contratação”, diz Pereira.

Segundo o ManpowerGroup, a margem de 17% é o maior indicador em quatro anos, melhorando 12 e 31 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017 e segundo trimestre de 2016.

O pior indicador vem do setor da construção civil: -21%. “A construção civil tem relação direta com a Operação Lava Jato. Mas não só isso, também depende do poder compra de longo prazo da população então tem o reflexo do momento econômico do Brasil”, diz Pereira. Saiba mais: 26 carreiras (quase) à prova de crise no Brasil

O otimismo é maior nas grandes empresas, onde a expectativa de contratação é de 6%. Nas microempresas, o pior cenário: -10%. “São as grandes que vão puxar a retomada”, diz Pereira.

Em relação aos estados, São Paulo é destaque positivo para empregos e o Rio de Janeiro tem a pior situação, com previsão de queda de -23% para o próximo trimestre. “Infelizmente temos acompanhado isso no setor público, e também notamos reflexo da Lava Jato e da situação da Petrobras”, diz o CEO do ManpowerGroup.

A queda no Rio de Janeiro é de seis pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2017 e de quatro pontos na comparação com o mesmo período do ano passado.


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