quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Com orçamento menor, BNDES diz que quer "abrir espaço" para crédito privado

Assinatura de contrato com o BID em 19 de março de 2009



O BNDES "realinhou" suas prioridades e quer "abrir espaço para o mercado privado de crédito", afirmou Ana Maia, chefe de departamento na área de Planejamento do banco estatal. As novas premissas se dão num momento de menores repasses do Tesouro para compor o orçamento do banco –que caiu de R$ 190,4 bilhões em 2013 (alta de 22% ante 2012) para cerca de R$ 150 bilhões estimados para 2014. 

Segundo a executiva, o banco reduzirá sua participação no financiamento de projetos dos setores não prioritários para a faixa de 35% a 70%. Na lista, estão principalmente ramos industriais como alimentos e bebidas, celulose, automóveis, além de comércio e serviços. 

Já as indústrias siderúrgicas, de óleo e gás e a área de saúde, entre outras, foram preservadas. Também não sofreram cortes áreas ligadas à inovação, à tecnologia, além pequenas, médias e micro empresas –estas terão financiamento de até 90% do BNDES, maior participação prevista nas políticas do banco estatal. 

O BNDES cortou ainda a parcela dos empréstimos atrelada à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, subsidiada e cujo custo atual é de 5% ao ano). Essa parcela com custo mais baixo passou, em média, da faixa de 50% para 35% do custo total do projeto. 

Maia disse que o banco emprestará ao custo de mercado (mais elevado) se faltarem fontes de financiamento a novos projetos de investimento. "Não vai ocorrer uma queda abrupta do crédito." 


INFRAESTRUTURA

 
Dentre as prioridades, a infraestrutura se destaca e não teve redução no percentual apoiado pelo banco. O superintendente de Planejamento, Cláudio Leal, crê que a área receba mais financiamentos e seja a mais importante do BNDES neste ano. 

Em 2013, a indústria respondeu por 30% do total liberado (R$ 58 bilhões) e a infraestrutura por 33% (R$ 62,2 bilhões). Os desembolsos do setor industrial, porém, cresceram mais (22%) do que os destinados a infraestrutura (18%). 

Leal acha que o cenário deve se inverter neste ano, com expansão maior da infraestrutura graças ao programa de concessões. Por serem de longo prazo e demandarem muito investimento, os empreendimentos do setor são prioridade para o BNDES, já que encontram mais dificuldade para obter crédito privado.

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