Os
ministros do Interior (no Brasil, o equivalente à Casa Civil) e da
Justiça do Mercosul e países associados ao bloco preparam-se para a
próxima reunião, anteriormente marcada para 8 de novembro, nas Ilhas
Margarita, mobilizados pelo debate a respeito da espionagem, pelo
governo norte-americanas, de cidadãos e autoridades de vários países e o
tema tornou-se mais relevante em função de novas denúncias de que os
EUA, através de seus serviços de espionagem CIA e NSA escutaram e
gravaram a presidente Dilma e seus principais assessores. A reunião pode
ser antecipada.
O
Mercosul debaterá desde fluxos migratórios, jogos de futebol à
integração de dados econômicos e empresariais entre os países do bloco.
Participarão das discussões representantes da Argentina, do Brasil, da
Bolívia, do Chile, da Colômbia, do Equador, Uruguai, Paraguai e da
Venezuela. As discussões ocorrerão em 12 grupos de trabalho, sendo que
todos deverão apresentar agendas de negociações.
O
crime de espionagem dos EUA será o assunto dominante sobre o qual os
países do Mercosul já trocam informações preliminares. A denúncia de
escuta no Palácio do Planalto foi apresentada pela TV Globo, através do
programa dominical Fantástico e partiu do jornalista Glenn Greenwald
(foto, à esquerda), que recebeu os papéis das mãos de Edward Snowden
(foto) - o ex-espião da NSA que deixou os EUA com documentos da agência
com a intenção de divulgar o sistema de escuta do governo
norte-americano no mundo.
Tão
logo tomou conhecimento do fato, o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, reuniu-se com a presidente Dilma para discutir a reação as
novas revelações de espionagem do governo americano. O governo
brasileiro decidiu tomar três medidas: o Ministério das Relações
Exteriores vai chamar o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon,
para que ele dê novos esclarecimentos, vai cobrar explicações formais do
governo dos EUA e vai ainda recorrer aos órgãos internacionais, como a
ONU, para discutir a violação de direitos de autoridades e cidadãos
brasileiros.
“Se forem
comprovados esses fatos, nós estamos diante de uma situação que é
inadmissível, inaceitável, por que eles qualificam uma clara violência à
soberania do nosso país. O Brasil cumpre fielmente com suas obrigações e
gostaria que todos os seus parceiros também as cumprissem e
respeitassem aquilo que é muito caro para um país que é a sua
soberania”, disse Cardozo.
O
ministro esteve na semana passada nos Estados Unidos, onde se reuniu
com o vice-presidente, Joe Biden. Ele levou a proposta de que as
comunicações só sejam acessadas com autorização da Justiça e no caso de
investigações criminais. A proposta não foi aceita.
Fonte: Agência Brasil, com informações da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latinasnowdenfotor |
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