As
indústrias europeias, as pequenas e médias empresas francesas,
espanholas e italianas buscam negócios no Brasil para aproveitar a
ascensão da classe C e atrair o exigente consumidor brasileiro, cada vez
mais adepto a produtos de alta qualidade e inovação.
Isso
é o que mostra pesquisa, ainda em desenvolvimento, realizada com 110
pequenas e médias empresas europeias com filiais no Brasil, feita
pelo Centro de Estudos e Pesquisas América Latina-Europa. “Todas as
empresas que entrevistamos dão uma importância muito alta à inovação, e
esse foi um dos motores para elas terem vindo ao Brasil”, explica
Florence Pinot de Villechenon, diretora do centro francês.
Para
Humberto Cesar López Rizzo, doutorando em economia pela Universidade de
Paris Panthéon Sorbonne, que participa da pesquisa, a concorrência na
Europa é forte e as empresas olham para o Brasil como um mercado
importante para dar vazão a produtos de qualidade.
“O
brasileiro é muito exigente e compra artigos de alto valor agregado. As
pequenas e médias empresas europeias fazem um esforço tremendo
para atender esse público”, acrescenta ele.
E
capacidade para agradar os brasileiros é o que não falta. Segundo a
pesquisa, 75% dos empreendedores europeus têm pós-graduação, 85%
têm experiência internacional e todos falam, pelo menos, três idiomas.
“Esses países não trabalham com ‘low cost’ (baixo custo)", defende
Florence.
A nova classe
média, principal consumidora de produtos com alto valor agregado, está
crescendo a cada dia, favorecendo tanto as micro e pequenas empresas
brasileiras, quanto as estrangeiras, na avaliação de Renato Meirelles,
diretor do Data Popular. Em 2012, 52% da população brasileira
(104 milhões de pessoas) eram da classe média. Em 2002, o índice era de
38%.
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