Os
números são expressivos. De um lado, estima-se que o Brasil possui
cerca de 750 milhões de cartões emitidos, entre cartões de débito, de
crédito e de lojas. Em outra frente, dados da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) apontam que o país tem hoje mais de 270
milhões de linhas ativas de celulares.
É
exatamente esse cenário que motivou a iZettle – empresa sueca de
pagamento móvel – a investir na estruturação de uma operação local.
“Existe uma
grande concentração de cartões e celulares no Brasil. Queremos unir
esses dois mundos”, diz Renato Silva, diretor de operações da iZettle no
Brasil. O executivo cita outro componente que reforça o interesse pelo
país: a aprovação, em 2013, da regulamentação do sistema de
pagamento móvel no país. “Esse fato criou a base que faltava para
impulsionar esse mercado no Brasil e está atraindo empresas de internet,
bancos e operadoras. Cada um está explorando um nicho”, afirma.
A iZettle
chegou ao Brasil em agosto de 2013, por meio de uma parceria com o
Santander. Dois meses antes, o banco espanhol anunciou um aporte de € 5
milhões na startup sueca. Desde a sua criação, em 2010, a iZettle
atraiu um aporte global de R$ 113 milhões. A lista de investidores
inclui ainda nomes como a MasterCard e a American Express. O carro-chefe
do portfólio da iZettle é um leitor de cartões que, acoplado a um
celular ou tablet, permite que qualquer comerciante possa
aceitar pagamentos eletrônicos. A ideia é oferecer uma alternativa às
tradicionais máquinas de POS (Point of Sales, na sigla em inglês).
Com sistemas
complementares, que permitem, entre outros recursos, estruturar
relatórios de vendas, a oferta da iZettle tem como foco os pequenos
e médios empreendedores. “Existem mais de 23 milhões de
microempreendedores e mais de 6 milhões de pequenas e médias empresas no
Brasil. São operações que carecem de uma solução de pagamento e hoje
acabam trabalhando na informalidade, com cheques pré-datados ou em
vendas baseadas na confiança”, diz Silva. “Nossa prioridade são os
profissionais liberais, autônomos, vendedores porta a porta, motoristas
de táxi e feirantes. Ou seja, a economia informal como um todo. São
pessoas que precisam ter fluxo de caixa com urgência e não podem se
comprometer com mensalidades, pois não têm uma receita recorrente”.
Sob essa
visão, um dos ganchos da iZettle para atrair esse público é o fato de
que o lojista em questão recebe o dinheiro da compra cinco dias após
a transação, enquanto no modelo das máquinas de POS, esse prazo é, em
média, de trinta dias. Ao mesmo tempo, não há taxas de habilitação
nem mensalidade. A receita da iZettle é baseada na cobrança de uma taxa
de 5,75% sobre cada transação gerada. O leitor, por sua vez, é vendido
por R$ 99.No primeiro mês da operação, a iZettle entregou 35 mil
leitores no mercado brasileiro.
Silva não revela, porém, outros números
do escritório local. Para 2014, a prioridade, diz o executivo, é
reforçar as parcerias com distribuidores locais e com o Santander. Ao
mesmo tempo, os leitores da empresa - antes restritos às transações de
crédito – passarão a aceitar também transações com cartões de débito,
ainda nesse trimestre.
Fonte: Comunidade Comércio Exterior
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