sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Congresso, submisso, prefere agradar Dilma do que votar a favor dos Estados e eleitores

Senador Alvaro Dias

Congresso, submisso, prefere agradar Dilma do que votar a favor dos Estados e eleitores


“Não nos surpreendemos com mais nada aqui no plenário do Senado. Nessa semana, eu imaginava que pudéssemos aprovar um projeto de interesse dos Estados, porque, afinal, os senadores representam os Estados. Mas a presidente Dilma enviou Ideli Salvatti ao Congresso e convenceu os senadores a votar contra os seus próprios Estados. Essa é a submissão total”.

O protesto foi feito pelo senador Alvaro Dias, ao falar, no Plenário, nesta sexta-feira (07), sobre a recente manobra do governo no Congresso, que impediu a votação do projeto que reduz encargos de estados e municípios sobre suas dívidas com a União. O senador lembrou, em seu discurso, que diversos governadores, de partidos como o PT, PSDB, PSB e PMDB, estiveram no Plenário para apelar para que os senadores aprovassem o projeto que trata do indexador da dívida. Apesar de todos os apelos dos governadores, os aliados do governo atenderam à vontade da presidente e impediram a votação do projeto.

“Imaginava-se que senadores representassem os Estados, e não fossem representantes da Ideli Salvatti ou da Dilma Rousseff. É por isso que tenho dito, que o Senado se transformou no almoxarifado do Poder Executivo, à disposição dele para fornecer qualquer tipo de produto. Senadores governistas, nesta semana, mais uma vez rastejaram diante do governo. Afinal, esses senadores são porta-vozes de quem? De seus Estados e eleitores ou são vaquinhas de presépio dizendo amém a tudo o que deseja a imperial Presidente do Brasil? Ora, este Congresso precisa se envergonhar diante desta submissão. Este Senado, sobretudo, precisa pedir perdão ao povo brasileiro pela sua submissão diante de imposições descabidas do Poder Executivo, injustificáveis”, protestou o senador. 

Como exemplo do que a não aprovação do projeto representa em números, o senador Alvaro Dias apresentou os números da dívida do Estado do Paraná. Segundo afirmou o senador, o Paraná terá que pagar, com o indexador atual, até 2028, R$ 31,5 bilhões de serviços da sua dívida histórica. Com o novo indexador proposto, o IPCA mais 4%, o Paraná pagaria R$17,5 bilhões, uma economia de R$ 14 bilhões, recursos que, segundo Alvaro Dias, seriam investidos em educação, saúde, infraestrutura, para melhorar a qualidade de vida da população e do Estado. 

Para o senador paranaense, a posição do governo, contrária ao projeto, é reveladora do estágio atual de desorganização e confusão de toda a equipe ministerial de Dilma.

“O governo que havia prometido apoio a este projeto em dezembro, recuou e não cumpriu o que havia prometido. Aliás, a desonra maior deste governo Dilma é não cumprir nada do que assume com o povo brasileiro. Para impedir a aprovação do projeto que aliviaria os estados e municípios, afirmou que as circunstâncias eram outras. Ou seja, se, no final do ano passado, era possível aprovar a mudança de indexador, em fevereiro deste ano já não é mais possível. Quer dizer, ora diz que estamos num paraíso com a sua propaganda fantástica, ora diz que estamos em dificuldades. O governo não se entende. O governo não respeita nem o Congresso nem a população”, concluiu o senador Alvaro Dias.

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